Uma central de segurança monitora mais de 200 câmeras espalhadas pela área do complexo, tanto as visíveis quanto as escondidas. Para entrar no local, só passando por uma série de entrevistas e uma checagem rigorosa do histórico criminal: mesmo assim, todo visitante tem de se submeter a uma rigorosa revista que inclui credenciamento eletrônico e passagem por máquinas de raios-X. Da mesma forma, os agentes contratados têm de passar por uma série de checagens biométricas, certificando que somente pessoas autorizadas consigam acessar locais de segurança restrita.
O parágrafo acima poderia muito bem fazer parte de um livro de ficção científica que falasse sobre uma prisão do futuro. Porém, todos esses recursos fazem parte da realidade de milhares de presidiários e agentes carcerários espalhados pelo mundo: inclusive no Brasil, que possui três penitenciárias de segurança máxima que aplicam estas e outras medidas de segurança para evitar a fuga de pessoas consideradas perigosas demais para se encaixar em outros regimes.
Presídios equipados com tecnologia de ponta
Complexos como a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, empregam uma série de tecnologias que tem como objetivo não somente evitar fugas, mas assegurar que os presos não tenham nenhuma forma de contato externo. O ambiente é baseado nas penitenciárias norte-americanas batizadas como Supermax, devido ao alto grau de segurança que possuem.
O controle das celas é feito de maneira automatizada, e o contato entre os prisioneiros e agentescarcerários é mínimo, tanto para reduzir tentativas de agressão quanto para coibir a ocorrência de subornos e ameaças à família do funcionário. Como proteção extra, todas as conversas realizadas são gravadas por microfones localizados na roupa do preso e do agente penitenciário.
A tecnologia também é empregada na hora do preso se comunicar com advogados ou familiares: mesmo com a realização de entrevistas, toda a comunicação é feita exclusivamente através de interfones, e o contato visual é feito através de um vidro à prova de balas. Caso ocorram fugas, a presença de raios-laser e detectadores de pressão espalhadas ao redor dos muros alertam automaticamente a central de segurança, que em poucos minutos está pronta a agir.
Como a tecnologia influência na segurança pessoal
Nos últimos anos, uma série de avanços na área de tecnologia de informação tem sido empregada com o objetivo de garantir a segurança dos cidadãos, e cada vez mais são aplicadas não somente em presídios, mas também durante o dia a dia. Já se foi o tempo em que avisos com a frase “Sorria, você está sendo filmado” causavam alguma estranheza ou receio: pegue cinco minutos do seu tempo e tente pensar em algum estabelecimento comercial que não tivesse esse aviso e uma série de câmeras espalhadas pela ambiente. Difícil, não?
Centrais de segurança responsáveis por monitorar atividades suspeitas já se tornaram comuns em grandes centros urbanos, e ganham cada vez mais espaço em condomínios e até mesmo em residências comuns. Atualmente, até mesmo uma simples webcam de computador pode se transformar em uma forma de segurança, ao permitir que o usuário veja imagens de sua residência através do computador do trabalho ou até mesmo do celular.
Uma tendência que vem ganhando força nos últimos anos é a de utilizar aparelhos de localização remota como unidades de GPS como forma de segurança adicional. Já é comum encontrar modelos de automóveis que contam com a tecnologia como forma de localizar o veículo em caso de roubo. Além disso, há a possibilidade de utilizar aparelhos de telefonia celular para localizar tanto o aparelho em causo de furto quanto o próprio usuário quando há crimes mais graves, como sequestros.
Em alguns anos, já será comum a utilização de tornozeleiras ou pulseiras com sensores eletrônicos para monitoramente de presos que cumprem pena em regime aberto e semi-aberto, medida adotada com sucesso nos Estados Unidos, França, Espanha, Inglaterra e alguns presídios do Brasil. Graças a um chip, estes equipamentos enviam sinais relativos à movimentação dos condenados em regime de liberdade temporária para um banco de dados monitorado durante 24 horas diárias. Através deste método, as autoridades carcerárias responsáveis podem fiscalizar a movimentação destes presos e assim evitar a ocorrência de fugas ou detectar se o condenado freqüentou locais proibidos por determinação judicial.
A Espanha emprega um sistema semelhante na proteção de mulheres que sofreram abusos de maridos ou namorados violentos, condenando o responsável a utilizar uma pulseira eletrônica com um GPS embutido. A vítima recebe um aparelho portátil que emite um alerta toda vez que o agressor invade um perímetro determinado pela lei, o que permite acionar as autoridades responsáveis a tempo de evitar novos atos de violência. Este método tem sido eficiente em permitir que mulheres que sofreram alguma espécie de violência possam retornar à vida normal, sem se preocupar com a ameaça de cruzar com seus agressores.
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