Assim como a maioria dos meios de comunicação, como a televisão e o rádio, os jogos eletrônicos surgiram como uma maneira de se entreter na frente da televisão.
Apenas mudar os canais da televisão não era o suficiente para a maioria das pessoas — alguma coisa estava faltando. Foi quando perceberam o verdadeiro potencial de criar um aparelho com jogos eletrônicos que se ligasse à televisão. E assim tornava-se possível passar horas na frente da televisão, entretendo-se com jogos.
Juntamente com a evolução dos meios de comunicação (e com a criação de novos), o mercado se mostrou cada vez mais diferenciado. As pessoas apresentam, então, cada vez mais interesses divergentes entre si.
Assim, começou a busca por novos locais para veicular anúncios. Nos últimos anos, os games foram vistos como um meio viável para se colocar anúncios, pois era possível atingir pessoas diferentes de acordo com os seus interesses.
Tipos de publicidade nos games
Comumente, existem duas formas de se fazer anúncios utilizando os jogos como uma mídia publicitária: advergames e in-game advertising.
Advergames
Os advergames são jogos eletrônicos feitos especificamente com o intuito de divulgar uma marca, produto ou serviço. Esses jogos costumam não ser muito bem elaborados e ser muito mais curtos do que o normal. Geralmente são feitos em Flash e publicados na internet.
In-game advertising
In-game advertising é o nome da publicidade inserida junto ao contexto do jogo. Ou seja, os anúncios fazem parte do universo do jogo, não estão de maneira forçada. É o caso de produtos do mundo real que são utilizados dentro dos games.
Novas plataformas
Quando o iPhone surgiu, ninguém nem sequer imaginava que ele teria tamanha capacidade para se tornar uma plataforma de jogos eletrônicos. Entretanto, desde que o aparelho da Apple deu a faca e o queijo para os desenvolvedores de aplicativos, com a abertura da App Store (a loja de aplicativos do iPhone), aparecem games para ele sem parar.
E, assim como acontece com a maioria das plataformas, o iPhone também foi visto como uma oportunidade excelente para se anunciar. Ao verem que o iPhone oferecia uma vasta quantidade de aplicativos e que o público gostava de interagir com eles, as empresas resolveram investir em advergames no iPhone.
Começou então a criação de jogos como o Honda City. Brasileiro, o jogo é disponibilizado gratuitamente (assim como a maioria dos advergames) na App Store. É possível correr por três pistas do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Conforme você faz tempos melhores, desbloqueia novos itens especiais para o jogo.
Apesar de passar despercebido pela maioria, ao mesmo tempo em que os jogadores se divertem, o Honda City é divulgado. Ao meio do jogo aparecem mensagens que falam das vantagens de se ter o carro. Além disso, também é possível acessar um menu que mostra as concessionárias mais próximas.
Como aparece a publicidade
Além do iPhone, os advergames também são vistos, muitas vezes, em sites de jogos em Flash. Um exemplo é o Axe – Dark Temptation, um jogo lançado pela Unilever para promover o seu novo desodorante. O jogo é bem construído e totalmente em 3D. A missão é fugir das garotas, que ficaram encantadas depois que você usou o novo desodorante.
Em jogos mais convencionais, é o in-game advertising que entra em cena. É o caso do Guitar Hero, por exemplo, em que os guitarristas utilizam instrumentos com marcas de verdade. Isso também ocorre em franquias esportivas, como é o Skate, em que os profissionais utilizam produtos de verdade, voltados à skatistas. Fifa 10 também traz marcas nas roupas dos jogadores.
Já em The Sims 2, pudemos acompanhar o lançamento de dois pacotes de objetos: H&M e Ikea. Ambos correspondem a lojas que existem de verdade. H&M é uma famosa marca de roupas na Europa e, sendo assim, trouxe uma grande variedade de vestuário novo ao jogo. Ao instalar o pacote, também é possível visitar até mesmo as lojas da marca. Já a Ikea contribuiu com peças de mobília, que enriqueceram o catálogo de objetos do jogo.
Quando o conteúdo faz parte do jogo, a interação do consumidor com as marcas é muito maior porque, de certa forma, ele está experimentando os produtos. Além disso, o conteúdo torna o jogo muito mais realista. Em jogos que tentam se aproximar da realidade, é bastante agradável quando o conteúdo vem também do mundo real.
Dessa forma, a jogabilidade acaba sendo afetada de uma maneira boa para os jogadores. Correr em games como Need for Speed seria muito estranho se fossem usados carros falsos, por exemplo. Guitarras de verdade empolgam os jogadores em Guitar Hero. Encontrar no jogo aquela marca que você tanto vê skatistas profissionais usando é, no mínimo, curioso.
Como a publicidade é recebida?
No começo, até parecia estranho ver as marcas dentro do contexto virtual. Mas, com o tempo, isso começou a ser cada vez mais bem aceito. Quando as marcas não estão somente invadindo os jogos, elas não atrapalham ninguém.
Nos últimos anos, os jogos se mostraram cada vez mais realistas, tanto em questão de gráficos quanto de jogabilidade. E as marcas, quando estão inseridas dentro desses jogos, acabam criando uma proximidade ainda maior do jogador com a realidade. Ou seja, quando o conteúdo do próprio jogo é feito com marcas reais, os jogadores mostram até entusiasmo.
Como dito acima, é muito melhor quando um jogo apresenta conteúdo real ao invés de inventado, pois alguns jogos simplesmente não funcionariam bem sem essas marcas. Já em games como The Sims 2, há um aumento de conteúdo e variedade, e isso é bom para os jogadores, que sempre procuram itens novos para serem acrescentados em seus jogos.
Conclusão
Como visto, essa publicidade se diferencia muito de outros modos mais “convencionais”. As marcas e os anúncios são mais participativos do jogo, diferente de meios como a televisão, em que ela aparece mais “invasiva”. A abordagem também é diferenciada, pois atinge públicos bastante específicos. Sendo assim, fica óbvio que a publicidade dentro dos jogos é mais do que uma tendência: ela já está acontecendo.
E se a publicidade é boa ou ruim, isso vai depender muito de quem está jogando. A grande maioria dos jogadores mostrou uma aceitação enorme para as empresas de jogos, justamente pelo fato de enriquecer com conteúdos de qualidade e melhorar ainda mais a experiência. E essa publicidade também mostra resultados muito bons em questão de lembrança das marcas.
Entretanto, alguns podem se sentir invadidos demais com anúncios que, já estão no mundo real, e agora também aparecem no meio virtual. Afinal, o que alguns jogadores querem mesmo é fugir da realidade quando vão para os video games.
E você, caro leitor, o que acha da publicidade dentro dos jogos? Eles aumentam a experiência do jogador, ou estão invadindo um espaço que deveria ser somente de conteúdo virtual? Deixe a sua opinião nos comentários.
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