A situação é comum: dois arquivos contendo a mesma música, do mesmo artista e com durações idênticas, codificadas em um formato único. Porém, quando se checa o tamanho dos arquivos, um ocupa o triplo do espaço do outro, quando a lógica diz que estes deveriam ser iguais. Essa diferença pode ser explicada pelo bitrate, que torna dois arquivos “iguais” bem diferentes entre si.
O que é bitrate?
Bitrate, como o nome já diz, é um medida que determina a quantidade de dados transmitidos em uma determinada quantidade de tempo. Este termo é utilizado principalmente quando se fala em distribuição digital de vídeo e música. Normalmente é medida em kbit/s, ou seja, quantos pacotes de 1000 bits são transmitidos por segundo durante a utilização de um arquivo. Músicas ou vídeos que utilizam uma quantidade maior de kbit/s tendem a ter uma qualidade maior do que aquelas com menor quantidade.
Entendendo a diferença
Utilizando o exemplo de um arquivo em MP3, fica fácil entender a importância que a quantidade de kbit/s tem para a qualidade de áudio de uma música. Quando convertemos músicas de CDs para MP3, são jogadas fora certas frequências que teoricamente o ouvido humano é incapaz de ouvir.
Isso diminui o tamanho do arquivo original, possibilitando que você guarde estes arquivos de maneira prática, sem ocupar grande espaço no disco rígido. Isso tudo, é claro, a custa de qualidade sonora. A escolha de uma determinada taxa de kbit/s é o que vai determinar o quanto de qualidade é perdida durante a conversão. Quanto maior a taxa, menor será a perda.
Por que eu ouço uma música que passei do CD para o computador com chiados?
Essa situação é bem comum, e acontece normalmente quando a compressão feita utiliza uma taxa de kbit/s muito baixa. Estes sons, que se manisfestam na forma de chiados ou “cliques”, são chamados de artefatos ou ruídos. Para tentar removê-los, não adianta simplesmente aumentar a taxa de kbit/s de uma música. O que vai acontecer é um aumento de tamanho que ela ocupa, pois não há meios de recuperar os dados perdidos durante a compressão de um arquivo.
Existem algumas ferramentas e filtros que fazem a limpeza desses ruídos, mas estas somente são eficazes para os casos em que poucos dados foram perdidos. Portanto, não espere que uma música com 32 kbit/s ganhe muito em qualidade depois de passar por um filtro de limpeza. Para quem não tem certeza de qual bitrate utilizar, recomenda-se a taxa de 128 kbit/s como a mínima para o áudio possuir boa qualidade.
Constant Bitrate e Variable Bitrate
Existem dois modos pelos quais as quantidades de bitrates podem ser utilizadas em um arquivo: de forma constante ou variável. A maior diferença é que no Constant Bitrate (CBR) a qualidade permanece a mesma durante toda a duração do áudio ou vídeo. Já no Variable Bitrate (VBR), o valor diminui em partes mais calmas, que precisam de menos informações, e aumenta em trechos que precisem de uma maior quantidade de dados. Por exemplo, em uma música: na parte mais agitada, o bitrate sobe, e nas partes com silêncio, cai.
Em teoria, a vantagem é do VBR, mas na prática a qualidade dos arquivos em CBR tende a ser maior. Isso se deve principalmente aos programas de codificação, que em sua maioria não lidam bem com mudanças bruscas de bitrate. Por isso, é muito mais comum um arquivo em VBR apresentar ruídos do que um em CBR.