A técnica de overclock nasceu quando os computadores ainda eram facilmente manuseáveis. Nas primeiras máquinas, a modificação na frequência do processador e das memórias era realizada através da mudança de jumpers que vinham instalados na placa-mãe.
O recurso foi muito explorado por diversas pessoas que adoravam levar suas máquinas ao máximo. Processadores como o Pentium 3 e o AMD Duron foram muito explorados em testes de overclock. Realizar um aumento de 100 MHz no clock era motivo de comemoração.
Muita coisa mudou de lá para cá. Os jumpers foram abandonados, surgiram CPUs com múltiplos núcleos, o barramento foi alterado e, com tudo isso, as técnicas de overclock também sofreram modificações. Hoje, vamos abordar o quadro atual deste recurso e ver como ele deve evoluir daqui para frente.
Maneiras de realizar um overclock
Basicamente, o overclock pode ser feito de duas maneiras. A primeira é realizar uma mudança no clock do barramento, frequência usada para sincronizar o processador com o chipset. A outra implica na modificação do multiplicador, número que indica o quanto a frequência-base da CPU deve ser aumentada.
Existe ainda a opção de alterar a voltagem do processador. Esse método não é muito utilizado, pois ele pode levar à instabilidade e causar danos ao processador. Seja qual for o método, todos garantem maior desempenho ao computador.
Trabalhar com uma frequência elevada significa realizar mais cálculos por segundo, visto que o clock indica a quantidade de ciclos que a CPU realiza em um mesmo momento. Para atividades comuns, essa técnica acaba sendo desnecessária, mas em jogos e programas pesados o recurso é muito bem-vindo.
Overclock em todos os componentes
Em tempos passados, a técnica de aumento da frequência era muito comum em processadores. Hoje, o quadro mudou completamente, sendo que até mesmo placas de vídeo e memórias RAM podem ter seus clocks alterados. O procedimento nesses componentes não tem muita diferença, pois o princípio é o mesmo.
As GPUs podem ter ganhos significativos em muitos jogos, com pequenas alterações nas frequências; há inclusive alguns programas que facilitam esse overclock. A história é um pouco diferente com as memórias, ainda mais agora que os controladores ficam dentro das CPUs. Na verdade, é quase desnecessário mudar o clock das memórias, ainda que seja possível.
Fabricantes adotam a técnica
Engana-se quem pensa que o overclock é um recurso inútil e perigoso. Se você parar para pensar, até mesmo Intel e AMD adotaram tal técnica como um procedimento-padrão em seus processadores. Alguns modelos vêm desbloqueados para que o utilizador possa aumentar a frequência da CPU com facilidade.
É o caso dos processadores BE (Black Edition) da AMD e dos K (unlocked) da Intel. Tais dispositivos vêm com o multiplicador destravado, permitindo que o proprietário aumente o clock até um determinado patamar. Geralmente, essa variação no multiplicador é controlada, pois a solução de refrigeração é capaz de dissipar o calor somente até determinada frequência.
Com a melhoria das arquiteturas dos processadores, as fabricantes ainda puderam oferecer um novo tipo de overclock. Tratam-se das tecnologias Turbo CORE da AMD e Turbo Boost da Intel, recursos automáticos que aumentam a frequência dos chips quando os aplicativos requisitam maior desempenho e quando o dissipador permite tal elevação.
A modernização da BIOS
As técnicas de overclock mudaram, os processadores evoluíram, mas a boa e velha BIOS permaneceu quase intacta. Ao menos, isso era verdade até algum tempo atrás. Agora, as fabricantes de placas-mãe estão desenvolvendo novos sistemas para controle dos componentes de hardware.
As novas BIOS contarão com interfaces modernizadas, recursos amigáveis e novas funcionalidades. Entre tantas opções, os novos softwares de funcionamento básico devem trazer configurações simplificadas para aumentar a frequência. Claro, isso não significa que a velha rotina de tentativa e erro acabará, afinal, o resultado só pode ser conferido depois que o overclock é realizado.
Aumento de frequência no Windows
Enquanto a BIOS oferece um processo rudimentar, alguns aplicativos para Windows são bem mais simples e funcionais. A própria AMD oferece programas para realizar overclocks em seus produtos. O AMD OverDrive é um software excelente para modificar a frequência da CPU, porém, ele pode apresentar erros ou pode não funcionar com alguns modelos.
Quem possui placas-mãe e processadores Intel, é possível realizar overclocks usando o Intel Extreme Tuning Utility. Este aplicativo é simples de usar e garante aumento de frequência da CPU, da memória e do barramento. Para saber se seus componentes são compatíveis, você pode acessar o site oficial da Intel.
Agora, se a ideia é modificar o clock da sua placa gráfica, você pode apelar para o AMD VISION Engine Control Center, aplicativo exclusivo para placas AMD Radeon. Usando este programa, você pode modificar a frequência da GPU e também da memória da placa gráfica.
(Fonte da imagem: Divulgação/MSI)
Outra alternativa para turbinar a placa gráfica é a solução MSI Afterburner, um programa gratuito que realiza overclocks em dispositivos da MSI. Aliás, além de garantir ganhos de desempenho, este software serve para monitorar temperatura e funcionamento da ventoinha.
Considerações finais
Os novos processadores contam com proteções para evitar superaquecimentos. No entanto, quando falamos em overclocks, nem sempre os limites são respeitados. Assim, se você pensa em turbinar seu processador, verifique se o dissipador consegue resfriá-lo. Não há necessidade de adquirir um sistema de refrigeração líquida, mas é importante contar com um cooler capaz de manter temperaturas baixas.
Enfim, parece que os overclocks estão se tornando uma prática comum, e possivelmente serão técnicas essenciais para o avanço dos processadores. Graças a esse recurso, as CPUs conseguem desempenhos melhores e oferecem maior velocidade na execução das tarefas. Você já aumentou a frequência de algum componente? Deixe seu comentário!
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