A onda de violência e de assaltos não é um mal que atinge apenas as grandes capitais, pois se espalha por todas as localidades. Ninguém, por mais precavido que seja, está completamente livre de ser abordado em uma esquina ou de ter sua carteira sorrateiramente deslizada nos ônibus a caminho do trabalho.
Um dos principais alvos de criminosos é o celular. Isso ocorre porque muitos dos aparelhos ficam expostos, têm um custo elevado (alguns chegam a ultrapassar a barreira de dois mil reais), seguem os padrões GSM e são destravados (ou serão, com relativa facilidade), aceitando qualquer chip de operadora que seja colocado em seguida.
Depois de retirar o cartão original, é só o assaltante revender a um preço bem abaixo do mercado para obter lucro fácil e rápido.
Uma enorme dor de cabeça
Além do risco do assalto e da perda do aparelho, há ainda mais um grande problema para quem teve seu celular roubado ou furtado: todos os seus dados e informações estão centralizados no celular. Imagens, fotografias, listas de contatos, endereços e nomes de amigos e familiares são apenas alguns dos exemplos.
Se perder tudo isso não é motivo para lhe causar preocupação, saiba que há ainda mais uma coisa em jogo, a sua segurança (e a de todos os seus conhecidos). Os dados listados acima, em mãos erradas, podem alimentar sequestros e ameaças, gerando transtornos enormes para todos à sua volta.
Clientes que optaram pelo plano pós-pago ainda têm mais um “abacaxi” em suas mãos, haja vista que o celular pode ser utilizado por tempo ilimitado, sem quantias de crédito definidas. No fim do mês a surpresa pode ser grande.
Prevenção em primeiro lugar
Muitas pessoas não sabem, mas os aparelhos — em caso de roubo ou furto — podem ser completamente bloqueados (independentemente de utilizarem chips ou não) na rede telefônica. Para que isso ocorra, é necessário que você anote o código IMEI, uma identificação Internacional de celulares, única para cada aparelho.
Ela pode ser encontrada sob a bateria (na parte de trás do aparelho), na etiqueta da caixa do produto, na nota fiscal, ou ainda visualizada na própria tela. Basta que você digite “*#06#” pelo teclado numérico para que ele apareça. Sendo assim, não deixe de anotá-lo em um local seguro.
É essencial também guardar a nota fiscal, uma vez que ela comprova que o aparelho foi adquirido por você.
Salvando suas informações
Outra medida importante é realizar cópias de segurança de seus dados para o computador (backup). A maioria dos programas oficiais das fabricantes (tais como Nokia e Sony Ericsson) já oferece este recurso. Em dúvida, não hesite em contatá-las para obter informações a respeito de como proceder.
Por fim, uma ótima dica para aqueles que possuem celulares da marca Sony Ericsson é instalar o mGuard, um programa disponível aqui mesmo no Baixaki que permite controle remoto do seu aparelho por meio do envio de mensagens SMS. Com ele é possível utilizar códigos e senhas para bloquear, rastrear e muito mais.
Em caso de roubos
Seu celular foi levado? O primeiro passo é informar imediatamente a operadora telefônica para bloquear temporariamente a linha (ou o cartão SIM). Por lei, o número pode ficar bloqueado por até 120 dias antes de ser liberado para uso novamente, por outra pessoa. Entretanto, algumas operadoras oferecem prazos ainda mais maleáveis.
Serão pedidos alguns dados cadastrais, que variam de acordo com a prestadora de serviços, justamente para que seja realizada a verificação de quem solicita o bloqueio da linha.
Assim que comprar um aparelho novo, entre em contato com a operadora novamente — ou vá até uma loja — para pedir o desbloqueio e voltar a utilizar seu número antigo (no caso de celulares GSM é necessária a compra também de um novo cartão, o qual será reprogramado).
Lembre-se: durante este período de bloqueio sua linha permanece completamente congelada e isenta dos prazos de validade das recargas, isto é, não é necessário inserir créditos periodicamente para evitar o cancelamento definitivo.
Registrando a ocorrência
O próximo passo é procurar uma delegacia de polícia para registrar o BO, Boletim de Ocorrência. Este documento comprova que o celular não está mais em sua posse, algo essencial caso o aparelho seja utilizado em seguida para fins ilícitos.
Aqui é importante que você compreenda também a diferença entre furtos e roubos. Furtos ocorrem quando algo é roubado sem que a vítima perceba diretamente, sem danos físicos e sem envolvimento pessoal.
Para ilustrar, imagine que alguém “bateu” sua carteira no metrô e que você só percebeu quando estava em outro ponto, ou ainda que seu carro foi levado enquanto você estava distante. Isso é furto. Já o roubo está relacionado à violência e à tomada por força de um bem. Se alguém tomou seu aparelho por meio de assalto, pode-se dizer que houve roubo.
Quem teve o aparelho apenas furtado ainda pode realizar o registro via internet, evitando mais transtornos, pelo site da Secretaria de Estado da Segurança Pública de sua região.
Cortando o mal pela raiz
A próxima etapa é bloquear definitivamente o aparelho para ligações. Para isso, você terá que entrar em contato novamente com a operadora telefônica, mas agora munido do boletim de ocorrência — geralmente aceito apenas por fax — e do código IMEI (siga os passos descritos acima para localizá-lo).
Assim, o infrator fica impedido de utilizar seu celular para quaisquer finalidades, observando apenas uma mensagem de “aparelho bloqueado” com a logomarca da fabricante e sem acesso aos seus dados.
Algumas operadoras também permitem um bloqueio provisório (com duração de sete dias) do aparelho sem o boletim de ocorrência, para que o ladrão seja neutralizado em seguida. Depois você pode registrar o BO com calma, no momento que for mais conveniente.
Pronto, agora você já sabe exatamente como proceder nestas desagradáveis situações. Nenhum de nós está livre dos assaltos e da violência, mas há, ao menos, meios de proteger nossas informações das garras dos criminosos.
E mais importante de tudo: não participe da rede ilegal de comércio que se beneficia de bens e produtos furtados. Você pode pagar menos, mas estará influenciando alguém a roubá-lo no dia seguinte.