Deus disse: “fiat lux” e a luz passou a existir. Contudo, mesmo com toda a “evolução” feita pelo ser humano, nós continuamos a usá-la principalmente com a mesma finalidade de que quando ela foi criada, com a diferença de que agora ela é proveniente da corrente elétrica (esta gerada por diversos meios diferentes) e não mais do comando divino (imagine se toda vez que você quisesse acender a luz tivesse que rezar?).
Com o domínio da corrente elétrica fomos capazes de criar os mais variados aparelhos eletrônicos, sendo que todos têm algo em comum em relação à interatividade com o usuário: o toque. Primeiramente, não especificamente nesta ordem, foram manivelas, botões (de apertar ou girar). Depois o teclado, o controle remoto, mouse, Touchscreen (como o antigo Palm Top) e o avanço mais atual em relação à interação: o Multi-Touch (o exemplo mais famoso, e cobiçado, de multi-touch é o iPhone).
Pode ser que você esteja se perguntando: “Qual a diferença entre um touchscreen e um multi-touch? Afinal, em ambos você cutuca a tela do aparelho e interage com ele!”.
Pois então, a diferença principal entre os dois é a quantidade de toques reconhecida pela tela, enquanto o touchscreen reconhece apenas um mísero toque, o multi-touch reconhece todos. Ou seja, se você posicionar quatro dedos em um touchscreen ele reconhecerá apenas um, já o multi-touch reconhecerá todos.
Outra pergunta que pode ter lhe ocorrido: “E se alguém fizer uma tela grande o bastante juntamente com um programa que simule um teclado? Seria esse o fim tanto do mouse quanto do teclado?”.
Talvez sim, talvez não, somente o tempo dirá (ou “o futuro a Deus pertence”), no entanto, o presente artigo foi feito com o objetivo de fazer algumas divagações e observações sobre o assunto. Aliás, essa tela referida na pergunta já foi criada.
Contras
À primeira vista, com certeza nos parece que ambos os dispositivos citados serão extintos e só serão usados em exibições de museus, todavia, alguns fatores “negativos” do multi-touch (usados como telas de computador) podem vir a fazer com que tal desaparecimento não ocorra. Vejamos:
- Não é todo tipo de aplicativo/programa que funciona, ou é beneficiado pelo multi-touch. A inserção de informações, por exemplo, ainda é limitada;
- Nem todo mundo conseguiria se acostumar tão facilmente à ausência de teclas (físicas) para digitar textos grandes, pois sendo a tela reta e lisa não seria possível saber com precisão o posicionamento exato das letras;
- Uma mesa/escrivaninha especial deverá ser criada para que não ocorram problemas ergonômicos com o usuário (má postura, etc.), pois na grande maioria dos vídeos que demonstram o uso do multi-touch podemos notar que: ou as pessoas estão em pé, ou curvadas, ou de braços esticados (e sem apoio). Tais posições, mantidas por muito tempo, podem cansar o usuário, assim como causar problemas a longo prazo;
- Por último, vale ressaltar que apesar de revolucionária, a tecnologia multi-touch continua em desenvolvimento. Já existem diversas maneiras de se construir uma tela multi-touch (até mesmo de forma caseira), no entanto, muitas ainda apresentam alguns “contras”, como falta de sensibilidade, a necessidade de sua superfície ser revestida por uma película de silicone, funcionar somente em ambiente fechado, não detectar objetos (nem os seus movimentos) e por aí vai.
Formas de interação
O multi-touch reconhece o toque de diversas fontes: calor, pressão do dedo, câmeras com alta taxa de captura de imagens, luz infravermelha, captura óptica, indução eletromagnética melhorada, receptores ultrasônicos, microfones transdutores, laser com sensor de distância e captura de sombra.
Cada um dos itens citados acima representa um tipo de tecnologia usada para se obter um multi-touch (algumas telas usam mais de um item), mas de um modo geral, todos os itens funcionam de maneira parecida.
Por exemplo: os sensores “sabem” que a tela tem uma determinada medida e quando algo interage com a tela eles têm por função descobrir em qual(is) ponto(s) dela tal interação ocorreu. Ao obter tal informação (sobre o posicionamento), os sensores a enviam para o processador (computador), o qual interpreta os dados e age de acordo com a interação.
E para o futuro? O que podemos esperar?
Com certeza o multi-touch veio para ficar, mas principalmente, nos ajudar. Em diversas tarefas ele poderá, sem problemas, substituir o teclado e o mouse (sobretudo o mouse), contudo, quem trabalha digitando dificilmente vai querer substituir o bom e velho teclado. Fato esse que fará com que ele tenha a sua sobrevivência garantida, diferente do mouse, aparato que provavelmente ficará obsoleto em poucos anos.
Falando em futuro, quem assistiu “Minority Report” com certeza se lembrará de como ocorria a interação de Tom Cruise com os computadores. Quem sabe não seja esse o futuro da interação homem x máquina?
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