Quem acompanha o mundo da tecnologia sabe que nem sempre seus aspectos são reproduzidos de forma muito respeitosa pelo cinema, televisão ou quadrinho. Seja por questões de liberdade poética ou simplesmente por preguiça, muitas coisas que vemos na vida real são mostradas de forma estranha e até mesmo bizarra pela ficção.
Neste artigo, reunimos alguns dos exemplos mais exagerados e absurdos da forma como a tecnologia é mostrada em seriados, filmes e outros meios. Os exemplos incluem desde vídeo games de última geração que possuem som de Atari até tecnologias de ampliação de imagens absurdas que conseguem identificar um suspeito a partir de uma fotografia em baixa resolução. Confira abaixo os exemplos reunidos.
Video games bizarros
Um dos meios de entretenimento mais mal representados por seriados e filmes são os consoles de videogame. Quem acompanha os últimos lançamentos do meio e conhece as características de cada aparelho disponível no mercado conhece muito bem a forma absurda como os games são mostrados.
Com raras exceções, os jogos mostrados na tela nunca correspondem aos video games em que são rodados. Isso inclui desde consoles Playstation 2 exibindo gráficos de Super Nintendo até jogos falsos que dificilmente responderiam à forma como o personagem mostrado na tela movimenta os controles.
O exemplo selecionado ilustra muito bem a preguiça e falta de conhecimento que muitos roteiristas têm quando o assunto são games. Usando um computador comum, o personagem Dexter (da série com o mesmo nome) usa um teclado para matar alguns adversários em uma partida de Halo 3.
Nada de realmente absurdo, a não ser pelo fato de que Halo 3 é um game exclusivo para Xbox 360 que não possui a trilha sonora de Space Invaders. A inclusão tardia do jogo fica ainda mais clara quando se leva em conta que ninguém venceria em um FPS moderno sem usar um mouse.
Gadgets sempre estão online
Qualquer um desses aparelhos possui conexão com a internet na ficção (Fonte da imagem: Wikimedia Commons/Jorge Barrios)Sempre acompanhando de perto a categoria anterior, tal característica é uma constante em qualquer produção que em algum momento fale sobre tecnologia. Sejam computadores pessoais, video games ou até mesmo relógio de pulso, uma conexão com a internet sempre está disponível exatamente no momento em que o personagem precisa de alguma informação.
Nada realmente absurdo quando se leva em conta com o aumento dos hotspots Wi-Fi disponíveis em locais públicos. Mas beira o bizarro quando se leva em conta que na ficção os personagens nunca se deparam com lentidões na conexão ou com outros problemas que impedem o acesso a algum site ou serviço.
Hackers pirotécnicos...
Na ficção, hackear um computador sempre é um processo enigmático que envolve bater de maneira aleatória nos botões do teclado. Para saber que aquilo está funcionando, basta esperar que se abram milhares de janelas indicando o avanço do processo e as tentativas feitas por firewalls em detectar a invasão.
Da mesma forma, um cracker que invada sua máquina nunca vai fazer isso de maneira discreta. Sempre surgirão milhares de popups, com direito a intervenções na rede elétrica do local em que o personagem está. Ao menos nesse quesito, programas de televisão e filmes parecem muito mais divertidos do que ter que encarar malwares que se reinstalam toda vez que o computador é reiniciado.
... Que sempre conseguem o que precisam
Ao contrário da vida real, em que há ferramentas de proteção que impedem hackers de invadir computadores, na ficção não é preciso ser um gênio da informática para invadir praticamente qualquer máquina. Seja a conta de email da ex-namorada ou um servidor do FBI, basta digitar alguns comandos aleatórios para o conteúdo desejado surgir imediatamente na tela.
Sistemas de busca extremamente avançados
Por mais eficiente que sejam ferramentas como o Google e o Bing, ainda estamos longe de ter sistemas de busca tão eficientes quanto os vistos na ficção. Sempre o primeiro link que surge na tela contém exatamente aquilo que uma pessoa precisa, eliminando completamente a necessidade de qualquer espécie de navegação por abas.
(Fonte da imagem: Google)
A veracidade das fontes consultadas e a credibilidade dos autores nunca são postas em dúvida, nem é preciso se preocupar em verificar informações conflitantes com aquelas apresentadas em outros lugares. É até difícil imaginar a quantidade de alunos reprovados por entregar trabalhos exatamente iguais aos dos outros devido a esse procedimento.
Fotografias infinitamente ampliáveis
Não importa se a imagem foi captada com uma câmera profissional ou pelas lentes de um celular fabricado em 2001. Em filmes e seriados (especialmente os policiais), qualquer fotografia de baixa qualidade pode ser ampliada de maneira infinita, revelando detalhes que nunca seriam percebidos pelo olho humano.
(Fonte da imagem: 9gag/themaker)
Caso a ampliação de imagens funcionasse da mesma maneira na vida real, a indústria das máquinas fotográficas provavelmente enfrentaria uma queda absurda de vendas. Afinal, como convencer alguém a investir em um sensor de 20 Megapixel se um dispositivo de 2 MP seria mais que suficiente para tirar fotos que poderiam figurar facilmente em qualquer outdoor?
Robôs são praticamente mágicos
Embora sejam cada dia mais comuns, ainda está longe o dia em que veremos robôs semelhantes aos apresentados em filmes como “Eu, Robô” ou “O Homem Bicentenário”. O problema é o fato de que algumas produções parecem esquecer-se disso e insistem em dar características praticamente mágicas aos aparelhos disponíveis atualmente.
(Fonte da imagem: Terra)
Um dos exemplos mais recentes de interpretações distorcidas da tecnologia pode ser visto na novela Morde & Assopra. Apesar de ser bastante avançado, o robô Nao usado pelo folhetim teve suas capacidades técnicas bastante exageradas. Além de se comportar exatamente como um ser humano (com direito a sentimentos), a máquina virou uma exímia pianista, além de ter ganho uma dublagem que transita entre o assustador e o irritante.
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