O futuro dos dirigíveis parecia fadado ao fracasso desde o modelo alemão Hindenburg. Entretanto, com a evolução da tecnologia e economia, associadas ao fato de localizar qual era o problema desses gigantes do ar, essa realidade parece ter mudado.
A possibilidade de adotar novos materiais, aliada aos fins para os quais os dirigíveis podem ser empregados parece ter adicionado certo vigor à criação dessas aeronaves. Atualmente, empresas já lançaram alguns novos protótipos para a utilização em viagens, missões e até no transporte de cargas.
Mas o que faz com que os dirigíveis sejam uma boa opção? Por que será que eles podem ser uma alternativa melhor aos aviões?
Estrutura
Os dirigíveis são compostos basicamente por um grande “esqueleto” e cobertos por um material leve, que ofereça uma quantidade consideravelmente menor de resistência ao ar. Aos poucos, algumas companhias trocaram o tecido por fibra de carbono, por exemplo. Da mesma forma, em vez de madeira e cabos de aço, são utilizados suportes de alumínio ou grafite, com cabos Kevlar.
A principal vantagem de um dirigível sobre os aviões está no fato de ele não precisar de energia para flutuar. Além de conseguir aguentar grandes quantidades de peso (o que pode ser útil para o transporte de carregamentos variados). Uma dessas aeronaves poderia transportar provisões para uma cidade isolada sem problemas, por exemplo.
Ao mesmo tempo, o fato de aguentar muito peso não se refere somente a cargas. Um dirigível pode oferecer aos passageiros o luxo típico de um cruzeiro. Existe a idealização de que alguns modelos poderiam suportar mais do que 20 quartos, uma grande biblioteca e uma pequena sala para exercícios (com aparelhos de academia).
Modelos
Alguns dos últimos dirigíveis têm somente a imponência herdada dos modelos antigos. Eles se apresentam muito mais funcionais e seguros do que os protótipos de outras eras. O governo norte-americano adquiriu um modelo para um projeto chamado LEMV (Long Endurance Multi-Intelligence Vehicle). Esse seria um dirigível para fins militares e, embora ainda não esteja inteiramente em funcionamento, a previsão é de que isso ocorra até o final do próximo ano.
(Fonte da imagem: Northrop Grumman)
O seu comprimento é de 91,44 metros e possui um formato aerodinâmico para melhorar o desempenho. O motor é movido a diesel e ele é capaz de se manter no ar por até três semanas sob vigilância (isso representa um décimo do consumo de um helicóptero).
Há também alguns dirigíveis híbridos que estão em estudo pelo grupo Northrop para o LEMV. Eles funcionariam para transporte, mas ainda seriam leves. Por ora chamada de HAV 606, uma dessas aeronaves possui um comprimento de aproximadamente 185 metros e seria capaz de erguer até 200 toneladas.
(Fonte da imagem: BBC News)
Ela conta com um suporte de hélio de mais de 453 mil metros cúbicos. O HAV 606 também optou por um formato aerodinâmico, além do fato de ser mais leve do que o ar (sem carga). Com isso, ele consegue se manter em equilíbrio perfeito no ar, mesmo carregado. Outra de suas vantagens é o fato de ser fácil de pousar.
Há ainda, um modelo apresentado pela EMPA (o Laboratório Suíço de Ciência de Materiais e Tecnologia – em uma tradução livre) em 2009. O formato dele é muito semelhante ao de um peixe. O dirigível possui placas elétricas fixadas em ambos os lados de sua estrutura. A ativação desse sistema faz com que a sua estrutura, montada por um balão preenchido por hélio de quase oito metros, seja inflada.
(Fonte da imagem: EMPA)
Embora os propósitos do modelo não estejam inteiramente definidos, segundo os responsáveis pelo projeto, ele poderia ser utilizado para missões de espionagem, observação de animais ou cobertura de eventos em um estádio, por exemplo.
Não se sabe ao certo que rumo a indústria dos dirigíveis vai tomar. Tudo indica que, em um futuro muito próximo, eles estarão presentes para o uso em situações mais casuais do que conseguimos pensar em um primeiro momento.
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