Pesquisadores do Projeto Wild Dolphin em Júpiter, Flórida criaram um dispositivo que utiliza um avançado sistema de reconhecimento de padrões para decifrar a linguagem dos golfinhos e um dia poder responder a eles.
O equipamento, desenvolvido em conjunto do cientista de inteligência artificial Thad Starner, conta com dois hidrofones e utiliza um computador do tamanho de um celular para armazenar as informações.
Embora ainda esteja nos primeiros estágios de criação e não tenha previsão alguma de ser completada, a ideia se mostra promissora. Nomeado “projeto CHAT”, o grupo pretende co-criar uma “linguagem” através dos sons e sinais comuns utilizados pelos golfinhos para se comunicarem. Esse vocabulário vai começar com oito termos simples para representar ideias comuns ao mundo do animal.
Uma vez que os golfinhos tenham aprendido a reproduzir as palavras na linguagem, os pesquisadores pretendem tentar compreender outras expressões da comunicação verdadeira desses mamíferos, observando suas conversas entre outros da mesma espécie.
O desafio de entender os golfinhos
O dispositivo tradutor pode usar de tecnologias altamente avançadas, mas nem por isso deixa de ser uma ideia desafiadora. Várias diferenças nos padrões de comunicação dos golfinhos tornam extremamente difíceis qualquer tipo de interpretação: um dos problemas está na versatilidade da voz deles, uma vez que eles alcançam tons 10 vezes maiores que os dos humanos, além de conseguirem manter o som por longos períodos de tempo.
Mas o maior desafio está em conseguir identificar qual deles é a fonte dos sons para conseguir estudar os padrões comportamentais, uma vez que golfinhos são capazes de projetar sua voz para qualquer lado sem precisar mover a cabeça. Para contornar isso, também foram adicionados sensores LED que são colocados na máscara do mergulhador, apontando para o animal que gerou o sinal.
Tentativas anteriores
A criação de um dispositivo que permite a comunicação entre humanos e golfinhos não é tão nova quanto você pode imaginar: antes do CHAT, o grupo vinha projetando outros aparelhos desde 1998, como um tradutor que imitava os sons feitos pelos golfinhos. Tentou-se até mesmo usar um teclado simplificado, onde o animal deveria pressionar os botões para fazer pedidos aos seus treinadores, mas foi considerado “pouco amigável ao golfinho”.
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