Adicionando mais um volume à série Versus do Tecmundo, trazemos hoje mais uma das grandes discussões do mundo da tecnologia. Embora o Thunderbolt seja um modelo de conexão em alta velocidade para dispositivos externos, já há rumores sobre ele ser o substituto do USB 3.0. Há vários tópicos sobre o assunto espalhados na grande rede mundial.
Como não poderíamos ficar de fora desse grande duelo, reunimos dois usuários ferrenhos que vão defender seus pontos de vista, expondo os motivos que os levam a gostar mais de um padrão ou de outro.
Conhecendo os lutadores
No canto esquerdo, um padrão há muito consolidado: o USB 3.0, ou “Superspeed USB”. Desde a sua criação, o USB revolucionou a maneira de utilizar periféricos no computador. O fato de ele funcionar com tecnologia “Plug & Play” também é um grande atrativo, além da compatibilidade. Em sua mais nova versão, a velocidade de conexão também evoluiu muito.
No canto direito, com o desenvolvimento iniciado em 2009 e já chamado de “Light Peak”: o Thunderbolt. Contando com uma velocidade de transferência de até 10 Gbps full-duplex, o Thunderbolt mostra que já nasceu para brilhar no mundo dos padrões de conexão.
Round 1 - Velocidade
O Thunderbolt já nasceu para brilhar! A capacidade de transferência de dados é um dos principais diferenciais do padrão, podendo atingir a taxa de até 10 Gbps (gigabits por segundo). Além disso, ele possui suporte “full-duplex”, ou seja, em ambos os sentidos: funciona tanto para a transmissão quanto recepção de dados simultaneamente.
O USB 3.0, conta com uma taxa de transmissão de dados alcançando os 5 Gbps (gigabits por segundo), e teve a sua velocidade considerada excelente em seu lançamento. Quando comparada a velocidade com aquela obtida pelo Thunderbolt, a quantia pode ser considerada um tanto “modesta”.
Entretanto, uma das grandes vantagens do padrão USB é que, embora a velocidade tenha aumentado, ele mantém a compatibilidade com os dispositivos lançados para as versões anteriores. Isso faz com que você não precise trocar todos os aparelhos conectados ao padrão porque a entrada “mudou”.
Round 2 - Padrões e compatibilidade
Não há dúvidas: o USB foi uma das melhores “invenções” da atualidade quando o quesito é padrões para a conexão de dispositivos externos. Há alguns anos, era muito mais difícil instalar periféricos no computador, sendo quase uma atividade para técnicos. Isso porque existiam diversos tipos de cabos e conectores.
Sem contar que, se houvesse a necessidade de uma instalação interna, fazia-se necessário configurar Jumpers ou IRQs diretamente na placa-mãe. O padrão USB foi desenvolvido por uma aliança entre empresas como Microsoft, Apple, Hewlett-Packard, NEC, Intel e Agere. Desenvolvendo o projeto para o conector.
Essa tecnologia tornou mais fácil a tarefa de conectar aparelhos e dispositivos periféricos ao computador (como teclados, mouse, modems, câmeras digitais). Ele dispensa o trabalho de reiniciar o computador (“Plug and Play”) e conta com um formato diferenciado (e universal), não sendo necessário o uso de um tipo de conector específico para cada dispositivo.
Com tanta facilidade, diversas empresas logo aderiram aos padrões. Hoje, o que não falta para o USB 3.0 é aparelhos compatíveis.
Embora o Thunderbolt já estivesse em desenvolvimento desde 2009, ainda não há muito o que conectar em suas portas. Mas todo começo é assim e a desenvolvedora do Thunderbolt, a Intel, já anunciou que este quadro vai mudar até o final deste ano (começo de 2012), com o lançamento de vários dispositivos para o novo padrão.
Além disso, o Thunderbolt possui suporte aos padrões DisplayPort e PCI Express 2.0. Isso faz com que ele possa ser utilizado como porta para um monitor extra ou com dispositivos externos de vídeo (com uma velocidade similar a uma placa de vídeo interna), coisa que não é possível com o USB 3.0.
Round 3 - Máquinas
O padrão USB é adotado pela maioria dos computadores, inclusive os Macs (embora com um número menor de portas disponíveis). A maioria dos PCs já conta com um mínimo de oito entradas USB, e quatro para a maioria dos notebooks. Além disso, se você precisar de mais delas, não é nada difícil encontrar extensões para aumentar a quantidade de conectores USB.
Apostando nas novas tendências, A Apple já disponibilizou entradas com o padrão Thunderbolt em seus iMacs e MacBooks Pro. Por mais que até o momento, a conexão esteja realmente restrita aos produtos da Apple, certamente as negociações por novos dispositivos farão com que outras fabricantes adotem o padrão em um futuro próximo.
Round 4 - Dispositivos existentes
Tanto a questão do padrão, quanto o tempo no mercado contribuíram para que o USB tivesse vários dispositivos lançados e já disponíveis. Muito se deve a praticidade do “modelo universal” em conjunto com a “facilidade” de instalação dos periféricos e outros aparelhos. Você encontra de tudo: desde um dispositivo de armazenamento portátil a um teclado.
Embora você não encontre dispositivos para o Thunderbolt atualmente, a Intel já está em negociação com diversas empresas e fabricantes, para mudar esse cenário. A desenvolvedora busca alcançar nomes de peso para, dessa forma, garantir que o padrão seja largamente adotado e que existam vários aparelhos compatíveis.
Entre as fabricantes com as quais a Intel tem feito contato, é possível citar nomes como a Aja, Apogee Avid, Blackmagic, Western Digital, Promise e LaCie. Com isso, já é possível imaginar que logo dispositivos de peso estejam disponíveis para o Thunderbolt.
Além disso, os monitores que utilizam a porta Mini DisplayPort são compatíveis com o Thunderbolt e podem ser usados com o mesmo tipo de cabo (sem precisar de adaptador).
Round 5 - Melhor tecnologia
Se você olhar pelo lado técnico da história, o Thunderbolt tem velocidade de transferência superior, além de compatibilidade com dispositivos de vídeo. Não há como negar que a tecnologia está mais avançada do que o USB 3.0.
É no mínimo arriscado falar em substituição. O USB já é um padrão consolidado no mercado e, provavelmente, o mais próximo disso que pode acontecer, é os dois padrões coexistirem. Também nunca se sabe se, em breve, não será lançado um “USB 4.0” ainda mais potente.
Round 6 - Preço
Existem periféricos com o padrão USB para todos os gostos: desde dispositivos caros até aqueles bem acessíveis. Não há como dizer que alguém “não pode” comprar um produto que adote esse modelo de conexão. O preço também não é algo que faça o público preferir outro formato.
Talvez no começo, como tudo o que é novidade, o preço seja um pouco mais elevado. No entanto, tão logo o padrão comece a ser adotado, certamente os valores dos produtos vão ficar mais acessíveis ao público, assim como foi com o USB.
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