Você sabe como que a câmera mede a luz de um ambiente para fazer os ajustes automáticos e semiautomáticos de exposição e abertura? Nós já falamos rapidamente sobre isso aqui. O componente responsável pela medição de luz de uma cena se chama fotômetro, e está presente em todas as câmeras que possuem modos de disparo automáticos.
O fotômetro “lê” a cena e aponta para o fotógrafo qual o melhor ajuste manual, ou faz a configuração na câmera nos modos automáticos. Porém, o seu funcionamento não é tão simples assim, e ele pode falhar muitas vezes. Para entender melhor isso, é preciso primeiro saber como acontecem alguns dos diferentes tipos de medição do fotômetro.
Medição geral
Símbolo da medição matricial (Fonte da imagem: Divulgação/Nikon)
Essa é, na maior parte dos casos, a configuração padrão das máquinas digitais. Em algumas marcas de câmera, isso se chama medição matricial, porém pode ter outros nomes, como medição evaluativa. Apesar dos nomes diferentes, o princípio é o mesmo: o fotômetro lê a cena dividida em seguimentos, com todas as variações de luz e claridade, e configura os ajustes automáticos tendo como base uma média desses valores.
Apesar de isso funcionar em muitos casos, não é um sistema perfeito. Isso por que ele não consegue distinguir qual é o assunto principal da foto, e pode indicar uma exposição que desvalorize o que você quer mostrar.
Utilize a medição geral em cenas com a iluminação balanceada (Fonte da imagem: Ana Nemes)
Por exemplo, se o seu modelo estiver em um local onde o fundo está mais iluminado, é bem provável que a pessoa fique com o rosto subexposto, já que o fotômetro vai ter como base uma medida muito desigual.
Esse tipo de medição é mais apropriado para ambientes balanceados, sem condições extremas de iluminação, pois, dessa forma, ele tem mais chances de acertar no cálculo e nos valores indicados para o ajuste automático ou manual.
Medição pontual
Símbolo da medição pontual (Fonte da imagem: Divulgação/Nikon)
Enquanto no modelo anterior a medição era feita a partir de uma média de toda a cena, nesse caso, a área analisada é muito menor. Como o próprio nome já diz, a medição é feita levando-se em conta apenas um ponto do ambiente.
Isso é ótimo quando você fotografa em situações extremas, com pontos muito iluminados e outros bastante escuros, já que assim é possível indicar para a câmera exatamente qual parte do ambiente será medida pelo fotômetro, para criar o ajuste de exposição e abertura correto para aquele ponto.
A medição pontual não é tão usada quando a matricial - justamente pelo fato de ser mais limitada. porém, é preciso tomar cuidado para não esquecer que esse ajuste existe! Use-o sempre que precisar destacar uma área pequena para o fotômetro.
Utilize a medição pontual para acentuar contrastes de iluminação (Fonte da imagem: Ana Nemes)
Para saber qual ponto da imagem está sendo medido, aperte o disparador até a metade e veja que, na tela (ou no visor analógico), o marcador que está fazendo a medição pisca rapidamente. Algumas câmeras permitem que o fotógrafo controle o ponto exato (veja no manual da sua câmera se esse recurso existe), enquanto nas outras é preciso utilizar um pequeno truque.
Mire o marcador que está fazendo a medição no ponto exato que você deseja utilizar, aperte o disparador até a metade para que o fotômetro faça os ajustes e, em seguida, sem soltar o disparador, enquadre a cena na posição desejada. Esse truque pode ser usado para o foco também.
Medição central
Símbolo da medição central (Fonte da imagem: Divulgação/Nikon)
Não tão amplo quanto a medição matricial e nem tão limitado quanto a pontual, esse tipo de ajuste mede a parte central da cena, local onde geralmente o modelo ou objeto fotografado se encontra.
Utilize a medição central em casos que não sejam tão extremos, porém, necessitem de um destaque a mais em uma região. Você pode utilizar o truque que foi ensinado anteriormente, de fazer a medição antes e enquadrar corretamente depois.
Existem outros tipos de medição além desses, porém, nas câmeras compactas, esses são os mais encontrados e utilizados. Leia sempre o manual da sua câmera para saber o que ela oferece.
Compensação de exposição
Muitas pessoas acham que esse é um ajuste que existe apenas para ajudar o fotógrafo a conseguir um resultado melhor em ambientes com pouca iluminação, mas essa é uma definição bastante simplista.
Símbolo da compensação de exposição (Fonte da imagem: Reprodução)
A compensação de exposição é um auxiliar que permite que o fotógrafo diga ao fotômetro como enxergar a cena. Em locais de difícil medição, como quando o fundo tem uma iluminação muito mais intensa que o objeto, você pode usar essa compensação para dizer ao fotômetro que ele precisa deixar a imagem mais clara do que ele consideraria correto.
Como a câmera não consegue compensar a iluminação da mesma forma que os nossos olhos o fazem, é muito difícil para ela lidar com diferenças muito grandes de intensidade de luz na mesma cena. A compensação de exposição vai dizer se o fotômetro precisa ignorar o fundo muito claro ou o objeto na área mais escura.
Como fazer isso?
Se você for fotografar algo que está na frente de um fundo com iluminação intensa, precisa decidir se quer que o fundo fique na iluminação ideal (e o objeto ou pessoa fique escuro) ou se o que está na frente é que precisa de destaque. Nesse último caso, é quase certo que o fundo vai ficar com o branco estourado.
Faça a medição com o fotômetro sem alterar a compensação, para privilegiar o fundo claro. Use a compensação (nos números positivos) para clarear toda a cena e dar destaque para o que está na frente. Só tome cuidado, pois em algumas máquinas isso pode comprometer o contraste da imagem e ela pode ficar com as parte escuras um pouco esbranquiçadas, se o ajuste não for usado com moderação.
Os números positivos podem ser usados quando você está em uma área muito iluminada, com áreas brancas e refletivas, como a neve ou dunas de areia muito clara, para "enganar" o fotômetro e fazer com que a cena não fique com um branco “lavado”, sem vida.
Compense a exposição para mais quando o cenário for muito claro (Fonte da imagem: Charley Lhasa)
Utilize a compensação de exposição como uma alternativa sempre que o fotômetro encontrar dificuldade de “julgar” sozinho o que é melhor na cena. Lembre-se sempre, porém, que existem situações nas quais não há muito o que se fazer. Se você puder evitar contrastes muito extremos de iluminação entre o fundo e o objeto, é sempre a melhor opção.
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