Sem lançar nenhuma novidade no mercado nacional desde 2012, em 2016 a ZTE decidiu retornar às lojas com uma seleção de aparelhos pertencentes ao segmento de entrada. Dentre eles, um dos mais poderosos é o Blade A510, que busca combinar um hardware capaz de lidar bem com tarefas cotidianas a um preço acessível.
De certa forma, a companhia conseguiu cumprir esse objetivo, mas parece ter chegado “tarde demais” ao mercado quando comparado ao preço praticado por seus concorrentes. Adotando um hardware bastante próximo a de competidores como o Redmi 2 e o LG K4, o gadget se configura como uma boa opção para acessar redes sociais e navegar pela internet, só decepcionando na hora de rodar jogos mais recentes e app pesados.
Especificações técnicas
- Sistema operacional: Android 6.0 (Marshmallow)
- Display: 5 polegadas
- Resolução de tela: 1280x720 pixels
- Densidade: 294 dpi
- Chipset: MT6735P
- CPU: quad-core de 988 MHz
- GPU: Mali-T720
- Memória RAM: 1 GB
- Armazenamento interno: 8 GB (expansível em até 32 GB)
- Câmera principal: 13 megapixels
- Câmera frontal: 8 megapixels
- Bateria: 2.200 mAh
- Dimensões: 143 x 71,5 x 8,2 mm
- Peso: 130 gramas
Design
Levando em consideração que estamos lidando com um modelo de entrada, o Blade A510 tem um design que pode ser considerado atraente. Conforme o esperado de um aparelho econômico, ele é construído com base em plástico e conta com uma tampa traseira removível — também em plástico — cuja cor de acabamento imita metal.
O Blade A510 tem um bom acabamento para a categoria
A ZTE apostou em uma combinação de elementos que funciona bem, embora não traga nenhuma novidade do ponto de vista visual. Na lateral direita estão concentrados os controladores de volume e o botão Power, enquanto três botões capacitivos localizados na parte inferior da tela ajudam a navegar pelo software.
A recarga e a transferência de arquivos são feitas por meio de uma conexão USB inferior, e você também encontra uma conexão tradicional para fones de ouvido na parte superior. Um detalhe interessante é que, apesar de contar com um sistema de som mono, o smartphone tem duas grades de saída — uma delas feita somente para ajudar no resfriamento dos componentes internos.
Somente uma das grades do aparelho funciona como saída de som
Mesmo construído em materiais baratos, o Blade A510 é um gadget que passa uma boa sensação de resistência e tem um bom peso. As dimensões adotadas pela fabricante também são um bônus para quem gosta de aparelhos compactos e que surgem de forma discreta quando colocados no bolso de uma calça.
Tela
Apostando na resolução HD (1280x720 pixels) e na tecnologia IPS, o aparelho da ZTE está um ponto à frente de concorrentes como o Vibe C2 em quesitos como ângulos de visualização e quantidade máxima de brilho. Apresentando elementos com uma boa nitidez, o gadget também chama a atenção por suas cores equilibradas, que não se tornam “azuladas” graças à iluminação traseira — algo ainda bastante comum de se ver em modelos de entrada.
A tela só peca pela grande reflexibilidade
Infelizmente, nem tudo é positivo quando falamos sobre o display do smartphone. Faltou à fabricante apostar em um acabamento antirreflexivo que diminuísse a ação da luz sobre o aparelho — algo que faz com que seja especialmente difícil conseguir ver o que acontece com ele em um dia ensolarado ou em ambientes com muitas lâmpadas próximas.
Desempenho e software
Quando falamos em aparelhos da categoria “de entrada”, esperamos obter um gadget capaz de lidar com tarefas consideradas básicas do cotidiano de quem usa um celular inteligente. Elas incluem navegar por páginas da internet, acessar aplicativos de email e de redes sociais sem lentidão e rodar games mais simples e que não exijam hardwares muito fortes.
Levando em consideração esses quesitos, não há do que reclamar em relação ao Blade A510. Equipado com o sistema operacional Android 6.0, o dispositivo chega acompanhado por poucas alterações na plataforma oficial do Google — algo que contribui para uma experiência de uso leve, embora algumas “engasgadas” possam ser notadas na transição entre diferentes aplicativos quando há muitas atividades em segundo plano.
O gadget é ótimo para cumprir tarefas consideradas básicas
Assim como outras fabricantes, a ZTE apostou em uma loja de aplicativos própria que concorre com a Google Play — e que, felizmente, pode ser removida caso você assim deseje. O único outro software proprietário presente no aplicativo é um navegador que a maioria dos usuários provavelmente vai preferir substituir em questão de pouco tempo.
O hardware modesto só mostra suas limitações ao tentar rodar jogos mais recentes, que muitas vezes sequer conseguem ser executados, e com aplicativos mais pesados — algo que nos impediu de fazer alguns benchmarks. No entanto, quem só costuma acessar o Twitter ou Facebook , assistir a vídeos no YouTube e ouvir músicas pelo Spotify não vai ter muito do que reclamar em relação ao gadget.
O único aspecto que realmente decepciona é o armazenamento interno de somente 8 GB. Quase totalmente ocupado pelo sistema operacional, esse espaço é suficiente para instalar um número bastante limitado de aplicativos, não sobrando muito espaço para suas músicas e fotografias — em outras palavras, é quase obrigatório investir em um cartão microSD complementar para ter uma boa experiência ao usar o smartphone.
Benchmarks
Durante a realização desta análise, submetemos o ZTE Blade A510 a testes de três softwares de benchmarks reconhecidos por sua qualidade: o AnTuTu, o Vellamo e o 3D Mark (teste Ice Storm Unlimited). No entanto, o aparelho foi incapaz de trabalhar corretamente com o último desses softwares, o que impediu a divulgação de seus resultados.
Os primeiros resultados exibidos pertencem ao AnTuTu, que realiza testes que avaliam quesitos como CPU, GPU, desempenho de memória RAM e da interface do dispositivo. Os resultados são agregados em um único número, sendo que uma pontuação maior significa um gadget com melhor desempenho.
Já o Vellamo Mobile Benchmark contém dois testes. Enquanto o HTML5 é dedicado a analisar a performance do celular no acesso direto a páginas da internet, o Metal analisa a capacidade do processador em diferentes situações de uso. Novamente, quanto maior o valor indicado, mais provável é que estejamos lidando com um smartphone com bom desempenho.
Câmeras
As câmeras do Blade A510 são boas para um modelo de entrada, mas não vão muito além de oferecer uma maneira prática de registrar imagens para compartilhar em redes sociais. No entanto, não espere encontrar aqui uma solução que oferece diversos métodos de captura ou que trabalhe bem com ambientes escuros — os componentes usados são básicos e oferecem opções de uso bastante limitadas.
O foco da lente traseira do dispositivo tem alcance limitado e as imagens pecam bastante pela falta de contraste, o que faz com que ela não seja adequada a todas as situações. Da mesma forma, o smartphone não trabalha bem com cenas com diversos tons de luminosidade, tendendo a ocultar os elementos que surgem de forma mais escura.
A lente frontal se comporta de maneira parecida. Ela até consegue registrar selfies com boa qualidade dependendo do ambiente em que você está, mas não espere encontrar aqui resultados capazes de surpreender pela boa qualidade de contraste ou pela iluminação bem feita.
Bateria
Algo que surpreende positivamente no Blade A510 é a duração de sua bateria. Com uma única carga, o dispositivo consegue reproduzir aproximadamente 10 horas de vídeos em serviços online com seu brilho de tela configurado para 50% de sua capacidade máxima — valor que muitos gadgets “top de linha” são incapazes de obter.
A duração da bateria é um dos pontos fortes do Blade A510
Na prática, isso significa que, com uma única carga, você pode usar o dispositivo de maneira moderada durante mais de um dia completo. Isso significa a possibilidade de usar redes sociais, trocar mensagens de email e assistir a alguns vídeos sem ter que se preocupar em procurar por uma tomada para recarregar o aparelho.
Claro, esse tempo diminui caso você costume usar redes 3G de maneira muito intensa ou dedique boa parte de seu tempo a jogos eletrônicos. No entanto, mesmo nessas condições ainda é possível avaliar a bateria do smartphone como muito competente para um dispositivo considerado de entrada.
Vale a pena?
O ZTE Blade A510 é um aparelho que representa bem o momento atual dos dispositivos “de entrada”. Combinando uma tela competente a uma boa duração de bateria, o gadget é perfeito para quem só usa smartphones para acessar redes sociais, responder a emails e assistir a alguns vídeos e não quer ter que pagar muito para conseguir fazer isso sem problemas.
No entanto, ele sofre com alguns problemas resultantes da fatia de mercado em que ele se encaixa. O aparelho não é somente relativamente difícil ser encontrado em lojas brasileiras como também foi lançado em um momento no qual seus competidores diretos — Redmi 2, Vibe B/Vibe C2 e LG K4, entre outros — já podem ser adquiridos por valores mais competitivos.
Com preço sugerido de R$ 699 — que sobe um pouco caso você compre um cartão microSD, algo quase obrigatório para usar o dispositivo —, o ZTE Blade A510 é um pouco “salgado” para sua categoria. Caso ele baixe de preço e você o encontre por um valor menor, uma compra pode até valer a pena — mas, no momento atual, ainda é mais inteligente investir em concorrentes como o K40, que oferecem uma experiência de uso semelhante e preços que já beiram os R$ 400.
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