A Microsoft vive uma época de altos e baixos com smartphones. O ponto positivo foi a chegada do elogiado Windows 10 Mobile, que elevou o status dos dispositivos com uma plataforma unificada e mais eficiente. Por outro lado, mais do que os próprios consumidores, parece que a própria fabricante está cada vez menos interessada nos celulares.
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Durante a conferência Build 2016, muito se falou em uma combinação universal de produtos, mas o Windows Phone raramente foi o exemplo usado. O Xbox One, o Windows 10 e o HoloLens foram o centro das atenções — mesmo em uma apresentação tão grande quanto a de ontem (30), a palavra "telefone" demorou para ser citada e mal recebeu atenção.
"Estamos totalmente comprometidos com a tela de 4", haverá um tempo em que isso será nosso foco. Agora ele [o WP] é parte da família, mas não o núcleo em que eu espero que desenvolva interesse de desenvolvedores pelo próximo ano", disse o chefe de dispositivos e da divisão Windows na Microsoft, Terry Myerson, ao site The Verge. O executivo ainda admitiu que as coisas não andam boas para a plataforma — e que, se você quiser fazer coisas novas e empolgantes, "então o Xbox e o HoloLens são os locais de discussão".
Futuro nebuloso
O problema de ignorar os smartphones em 2016 se expande para o mercado já difícil que o Windows Phone encontra, em uma distante terceira colocação atrás de Android e iOS. Se deixar de lançar grandes aparelhos ou se preocupar com melhorias e atrativos, a chance de perder fãs para as duas rivais é enorme.
"Vamos fazer algumas coisas bem legais com celulares. Porém, neste ano os telefones são parte importante da família, mas não são da linha de frente" - Terry Myerson
Além disso, não focar no mobile coloca por água abaixo a própria estratégia de unificação da empresa que também envolve as marcas de Xbox e PC. É verdade que o campo de softwares está bem servido, com apps como Outlook e Office, mas com o hardware tem sido outra história.
Depois dessas declarações de Myerson, ainda podemos dizer que os rumores de um Surface Phone esfriaram — e podem voltar só em 2017. Mas vai que essa pausa é justamente o sopro de renovação que a Microsoft precisa?
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