Uma das principais novidades do Windows 8 não está relacionada a sua interface renovada ou a algum aplicativo exclusivo. Algo que não vai ser notado por todos que usarem o sistema operacional é a sua capacidade de trabalhar com discos rígidos com capacidades imensas sem que isso represente um problema em seu desempenho.
Para tornar isso possível, a Microsoft incorporou o suporte a tecnologias recentes que ainda não foram totalmente absorvidas pelo mercado. Além disso, foi preciso investir na compatibilidade com métodos que aumentam a quantidade de informações que podem ser gravadas em cada setor, que passam de 512 bytes para 4 KB.
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Um novo tipo de firmware
O primeiro passo tomado pela Microsoft para permitir o uso de discos rígidos imensos foi tornar seus produtos compatíveis com a especificação Unified Extensible Firmware Interface (UEFI), padrão surgido como uma forma de substituir o tradicional BIOS (Basic Input/Output System).
Evolução das capacidades de armazenamento com o passar do tempo (Fonte da imagem: Reprodução/Construindo o Windows 8)
A nova interface acompanha a tecnologia GUID Partition Table (GPT), que, em teoria, permite a construção de discos rígidos de até 9,4 Zettabyte (1 ZB corresponde a 1.000.000.000.000.000.000.000 bytes). A partir do Windows Vista 64-bits, a empresa já possibilita trabalhar com dispositivos com o recurso, algo que só deve se tornar mais evidente com o Windows 8.
Segundo a companhia, diversos parceiros já estão trabalhando para lançar no mercado produtos equipados com o sistema UEFI, o que vai permitir que o sistema operacional use ao máximo suas possibilidades. De acordo com Stefen Sinofsky, principal responsável pelo desenvolvimento do produto, assim que a plataforma for lançada já haverá uma grande variedade de dispositivos compatíveis com HDs com capacidade superior a 3 TB.
Tamanhos de setor grandes
Outro ponto que vai beneficiar o Windows 8 é a incorporação de tamanhos de setor grandes (de 4 KB) nos discos rígidos mais modernos. Isso permite que o espaço disponível seja usado de forma mais eficiente, já que não é necessário destinar tanto espaço para o armazenamento de ECCs (códigos de correção de erros) quanto os produtos com setores de 512 bytes, já bastante difundidos no mercado.
(Fonte da imagem: Reprodução/Construindo o Windows 8)
Os novos discos utilizam aquilo que é chamado de AF (formato avançado), tecnologia que organiza fisicamente os dados em blocos de 4 KB. Atualmente, dispositivos dessa espécie estão divididos em dois tipos: aqueles capazes de emular o sistema de 512 bytes (conhecidos como AF: 521e) e os sem essa camada, chamados simplesmente de 4 K nativos.
Para garantir o suporte a ambas as mídias, a Microsoft desenvolveu métodos que permitem que aplicativos recuperem o tamanho do setor físico de cada dispositivo, garantindo seu alinhamento de E/S ao setor físico reportado. Após anos de esforço da empresa, o Windows 8 é o primeiro sistema operacional a dar suporte nativo aos dois tipos de discos.
Resolvendo problemas
Segundo Sinosfky, durante o desenvolvimento do novo sistema operacional, diversos problemas foram solucionados pela equipe responsável pelo projeto. Entre eles está a introdução de uma nova API e o aperfeiçoamento daquela já existente para facilitar que os aplicativos consultem o tamanho do setor físico de um disco.
(Fonte da imagem: Reprodução/Construindo o Windows 8)
O reconhecimento de setores grandes também foi aperfeiçoado para o sistema de arquivos NTFS, e o recurso foi incorporado no novo formato VHDx, usado pela tecnologia Hyper-V presente na plataforma. Para finalizar, o processo de inicialização do software foi aprimorado, uma forma de garantir que o Windows funcionasse corretamente a partir de discos 4 K nativos.
A Microsoft afirma que está trabalhando com equipes internas de outros produtos e com todo o setor de tecnologia para garantir um comportamento eficiente e correto das unidades de armazenamento mais modernas disponíveis no mercado. Resta esperar pelo lançamento da versão final do Windows 8 para conferir todas essas novidades em pleno funcionamento.
Fonte: Blog Criando o Windows 8
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