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Se você já configurou uma rede WiFi, talvez a tenha deixado oculta, sendo preciso informar não somente a senha, mas também o nome da rede para acessá-la. Isso é feito porque, em tese, dá um incremento na segurança, evitando que as pessoas saibam que sua rede está ali.
É comum inclusive encontrar essa dica em guias que ensinam como deixar a sua rede de internet sem fio um pouco mais segura, mas será que isso realmente é verdade? Bem, ao que tudo indica isso é um mito — e afirmar isso pode pegar muita gente de surpresa, mas calma, porque nós vamos explicar tudo para você.
Primeiro, vamos começar falando sobre o SSID...
O que é SSID?
De forma direta, pode-se afirmar que o SSID, acrônimo para Service Set Identifier, é o nome da sua rede. Ele serve exatamente para identificá-la em meio a tantas outras, facilitando a sua vida na hora de se conectar com um novo dispositivo sem fio.
Para facilitar mais ainda, este nome é personalizável nas configurações do seu modem. É possível usar até 32 caracteres para nomear sua rede, diferenciando letras minúsculas de maiúsculas, garantindo assim milhões de combinações possíveis.
SSID oculto = rede mais segura?
A resposta a esse questionamento é simples: não. E tudo começa com o fato de que o padrão de rede sem fio 802.11 não foi desenvolvido para que o SSID fosse ocultado, mesmo que as fabricantes de modem deem essa opção para o usuário. Steve Riley, ex-especialista em segurança da Microsoft, afirma que o “SSID é um nome rede, não — eu repito, não — uma senha” e garante também que ele “nunca foi desenvolvido para ser escondido”.
Além de afirmar que ocultar o nome da rede não vai aumentar a segurança da sua conexão, ele relata também que fazer isso viola as especificações do padrão 802.11. Indo além, afirma que o padrão 802.11i (também conhecido como WPA2, que funciona como senha da rede) determina que “um computador pode se recusar a se comunicar com um ponto de acesso que não transmite o seu SSID”.
Ou seja, de acordo com as especificações técnicas dos padrões usados pelas redes sem fio atualmente, a comunicação entre o ponto de acesso e a máquina pode ser interrompida caso o SSID permaneça oculto, mesmo que isso não seja tão comum de acontecer.
Oculto, mas nem tanto
Até agora você viu que, apesar de “não dever” ocultar o SSID, isso pode ser feito, mas aí vem o ponto central deste texto: nem sempre esconder o nome da rede quer dizer que ela não será encontrada por ninguém. De fato, atualmente existem opções bem simples para fazer isso, como o inSSIDer (que tem inclusive versão para Android), o Kismet e o Netstumbler.
inSSIDer ajuda você a encontrar redes ocultas facilmente. (Fonte da imagem: Reprodução)
Esses aplicativos oferecem a opção de escanear uma região para descobrir a presença de redes disponíveis, mas que não aparecem listadas da forma convencional — e, se você não acredita, pode fazer um teste escondendo o SSID da sua conexão e utilizando qualquer um deles para identificá-la.
Além disso, se alguém habilitado a invadir uma rede resolver partir para cima da sua, tenha certeza de que a simples ocultação do SSID não vai resolver nada.
Problemas de uma rede oculta
Além de não ajudar muito, uma rede oculta pode apresentar ainda alguns contratempos para você. O primeiro deles é o fato de que, sempre que alguém for se conectar com um novo dispositivo (que não tenha o nome da rede já memorizado), será preciso informar o SSID manualmente.
É importante lembrar que alguns dispositivos podem não permitir reconexões automáticas em redes ocultas, ou seja, mesmo que você já tenha se conectado antes, fazer isso de novo demandará o mesmo trabalho da primeira vez. Mais trabalho, menos praticidade e a mesma segurança.
Vale ressaltar ainda que em algumas versões do Windows, especialmente o Windows XP, era muito comum que o sistema preferisse se conectar a uma rede identificável em vez da sua oculta. Isso significa que a possibilidade de problemas de conexão e até “quedas” eram bem mais comuns. Isso foi reduzido nos Windows 7 e 8, mas é um problema que ainda pode existir.
Privacidade exposta
Depois de se conectar a uma rede sem fio, o seu dispositivo pode continuar tentando se conectar a ela posteriormente, mesmo que já esteja fora do seu alcance. Desse modo, segundo o Microsoft TechNet, você abre um novo precedente para que o nome da rede seja identificado por outras pessoas que acessem a sua máquina.
Isso era mais comum nas versões XP e Server 2003 do Windows, mas nos lançamentos mais recentes ainda permanece, especialmente se você ativa a opção de conexão automática nos novos sistemas da Microsoft.
Como me proteger?
Depois de ter destruído alguns corações que acreditavam estar mais seguros ao ocultar a sua rede, não podemos deixá-los ir embora somente com uma notícia triste. Claro que há como se proteger e é até provável que você já tenha tomado a medida mais indicada para garantir a segurança e aprimorar a inviolabilidade da sua conexão WiFi.
A resposta é: use o padrão WPA2 de criptografia. Ele é atualmente o mais seguro, protegendo com senha a sua conexão e evitando que pessoas não autorizadas tenham acesso a ela. Daí, as dicas são as básicas para qualquer escolha de senha: opte por sequências menos óbvias e mais complicadas de serem descobertas e não se esqueça de mudar de senha periodicamente.