A Black Friday está chegando, e muitos já devem estar se planejando para o evento que mais movimenta o e-commerce no Brasil. Se você tem planos para aproveitar as promoções bombásticas e entre os desejos busca um monitor, confira as dicas de como escolhê-lo de acordo com o que precisa.
É sempre importante avaliar as próprias necessidades e o quanto pode desembolsar para adquirir um periférico novo. No geral, há três tipos de usuários que usufruem de características comuns ou específicas de um monitor: o doméstico, que não precisa de aparelhos extravagantes; o gamer, que deve se atentar a tempo de resposta, taxa de atualização e outros aspectos; e o profissional audiovisual, que necessita de cores precisas, configurações flexíveis e conforto.
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Painel e resolução
É comum pensar que LED é uma tecnologia de painel e que todos têm a mesma qualidade, mas não é bem assim, estando relacionada à técnica de retroiluminação, não à qualidade do painel. No geral, há três tecnologias que compõem a maioria dos displays: Twisted Nematic (TN), Vertical Alignment (VA) e In-Plane Switching (IPS).
Há outras tecnologias presentes em monitores de marcas específicas, como o QLED da Samsung, mas nos aprofundaremos nas mais encontradas no mercado.
Twisted Nematic (TN): os mais baratos entre as opções disponíveis contam com esse tipo de painel. A vantagem? Baixo tempo de resposta, mas nada muito exagerado. A qualidade de cores é o ponto mais fraco, assim como contraste e distorção de cores em ângulos extremos.
Vertical Alignment (VA): o destaque é a exibição de cores e o bom contraste, justificado pela posição das partículas de cristal líquido no display. No entanto, o tempo de resposta não é dos melhores — gamers devem ficar longe desses, mas designers e profissionais de edição podem considerá-los uma alternativa.
In-Plane Switching (IPS): essa tecnologia fica entre as duas anteriores. A gama de cores é satisfatória, assim como o nível de contraste. O tempo de resposta também é um meio-termo entre painéis TN e VA; com isso, pode ser considerado uma opção para todos os tipos de usuário.
Resolução
Normalmente, é fácil identificar a resolução de um monitor, pois tal característica vem estampada na caixa ou no anúncio do produto. O ideal, basicamente, é optar por um dispositivo com resolução Full HD (1080 p). Resoluções inferiores, como HD, já são difíceis de serem encontradas no mercado, e normalmente a diferença nos valores não compensa.
No entanto, se o consumo de mídia for uma prioridade, assim como jogos e edição de imagens, pode-se considerar resoluções maiores — incluindo monitores ultrawide. Opções QuadHD e UHD são interessantes, mas, considerando que é preciso haver um balanço entre todos os aspectos do monitor, o valor pode não ser baixo.
Dito isso, é importante ressaltar que quanto maiores forem as resoluções, melhor deve ser o hardware da máquina. Computadores sem placa de vídeo dedicada dificilmente suportam resolução maior que Full HD, então é preciso escolher bem todo o conjunto.
Proporção
Um subtópico a ser avaliado é a proporção da tela. As widescreen (16:9) são as mais encontradas no mercado e normalmente esse é o formato das mídias mais populares, então é o ideal para esse fim.
Para gamers e profissionais, monitores ultrawide (21:9) também são opções interessantes; embora alguns jogos competitivos não permitam essa opção, para poder padronizar o campo de visão de todos os jogadores.
Contraste, cor e brilho
Nisso os profissionais audiovisuais devem prestar bastante atenção. Como dito, painéis VS e IPS são os ideais para a reprodução precisa de cores, mas é preciso avaliar caso a caso para decidir qual é o melhor aparelho. Como este não é um guia destinado a marcas, recomendamos que procure fabricantes e pesquise entre suas opções seguindo as dicas anteriores e reviews. O ideal é encontrar monitores que cubram 99% do perfil de cor RGB e que a taxa de contraste seja de 1000:1.
É importante considerar a calibração de cores no momento da instalação do monitor, para ter certeza de que todas as cores estão sendo apresentadas sem distorções. Contudo, se o monitor adquirido for de boa qualidade, um teste visual já basta para assegurar que tudo está correto.
Para brilho, telas mais reluzentes podem não ser o ideal dependendo da situação; mas se houver a necessidade de escolher um brilho imponente atente-se aos valores medidos por cd/m² (candela por metro quadrado). Quanto maior a taxa, melhor é o nível de brilho — consequentemente, mais caro é o monitor.
Em conclusão, para designers e gamers, recomendamos 300 cd/m² para o brilho.
Usuário doméstico
Para este, o custo-benefício vem primeiro. Não há muito com que se preocupar em relação à taxa de atualização, precisão nas cores ou outros recursos avançados. No entanto, se visa trabalhar com esse computador, consumir mídia e encarar telas brancas — de documentos, trabalhos, textos — por longas horas, é importante observar características que poupam os olhos, como redução da emissão de luz azul.
O tamanho é crucial para uma boa experiência de uso. Optar por um monitor pequeno pode ser a alternativa mais barata, mas tem potencial para dificultar o conforto na leitura de fontes e elementos igualmente pequenos na tela.
Portanto, não há um melhor tamanho, mas aquele que melhor se enquadra em suas peculiaridades. Para se ter uma ideia, monitores de 19" até 22" são os preferidos entre os usuários domésticos, pois esse tamanho já é capaz de ocupar um bom espaço na mesa ao mesmo tempo que permite multitarefa, ícones e elementos grandes com consumo agradável de mídia.
O painel pode ser qualquer um dos citados, mas prefira aqueles que contam com IPS. Além de ter melhores cores, maior ângulo sem distorção e maior nível de contraste, sua qualidade pode proporcionar mais anos de uso e se adequar a necessidades não pensadas.
Já para as conexões, contar apenas com VGA ou DVI nunca é boa ideia, já que o PC pode passar por upgrades ao longo dos anos. O popular HDMI já é o bastante para garantir uma ótima experiência na resolução Full HD, igualmente recomendada para esse público.
Gamer
Para começar, o painel escolhido deve ser IPS. A combinação de baixo tempo de resposta com cores precisas é o ideal para games imersivos e competitivos.
Fãs de jogos de tiro, em primeira pessoa ou não, devem se atentar para a taxa de atualização da tela, ou "frequência". Normalmente, monitores contam com 60 Hz de taxa de atualização, uma faixa satisfatória para a maioria dos computadores; no entanto, se você busca aquela responsividade extra na hora de jogar, é bom adquirir frequências maiores: 75 Hz, 120 Hz, 144 Hz ou até 240 Hz.
Mas atenção: não basta ter um monitor com alta taxa de atualização se seu PC não consegue produzir aquela quantidade de quadros por segundo, então é importante analisar com cuidado a performance do computador antes de comprar o monitor ou poderá enfrentar efeitos como screen-tearing.
Por falar nesse efeito, também é interessante pesquisar sobre as ferramentas disponíveis para solucioná-lo, como FreeSync, para dispositivos AMD, e G-Sync, da Nvidia. É mais comum encontrar monitores que contam com FreeSync, popularidade proporcionada pelo baixo custo de produção da ferramenta; aqueles com G-Sync já fazem parte de mercado mais seleto, justamente por se tratar de um módulo incluído no hardware.
Quanto à resolução, depende da performance da máquina. Se seu computador tem placa de vídeo dedicada de entrada ou intermediária ou uma boa APU, optar por um monitor Full HD é o ideal. Por outro lado, é importante observar as conexões presentes no monitor e procurar aquele que conte com DisplayPort e HDMI, para elevar o potencial de upgrade do setup.
Já para aqueles que investiram boa grana no setup, um monitor à altura é a melhor opção. Placas de vídeo de alto nível, tais como Nvidia RTX 2070 e AMD Radeon RX 5700 XT, são capazes de reproduzir games em QHD e até UHD sem perder boa parte da taxa de quadros. Se possível, escolher monitores com conexão USB também é boa opção, já que pode aumentar o número de portas do setup, podendo ligar fones, adaptadores WiFi ou Bluetooth.
Não deixe de checar também os níveis de inclinação possíveis, assim como o nivelamento de altura. Não são características prioritárias, mas ter a posição ajustável é ótimo para se adequar à altura de cada usuário. Ademais, medir o comprimento das bases para preparar seu espaço de jogos é essencial.
Profissional
Não há dúvidas de que o profissional que trabalha com edição de fotos, vídeos ou design precisa de um monitor com cores precisas, bom contraste, brilho e que seja confortável para ser usado por longas horas.
A começar pelo painel, fuja dos Twisted Nematic (TN) e vá para os displays com Vertical Alignment (VA) ou In-Plane Switching (IPS). Considerando que tempo de resposta não é uma prioridade, os VA são uma boa opção.
Para o tamanho, há uma peculiaridade. Os softwares mais populares de edição de mídia têm elementos grandes e ocupam boa parte da tela. Normalmente, esses itens se dividem em seções na interface, podendo ser movidas de acordo com a necessidade. Tendo isso em mente, uma tela grande é necessária, e 27" cairiam bem.
Quanto à resolução, do mesmo modo recomendamos a melhor possível. A faixa de preço desses produtos não é barata, normalmente passando dos R$ 1.200; dessa forma, profissionais precisam desembolsar um bom dinheiro para investir no periférico.
Não que monitores caros sejam as únicas opções viáveis para esse público, mas reconhecemos que elas realmente mudam a experiência no trabalho. Por outro lado, se não puder investir tanto em um só dispositivo, um monitor Full HD é suficiente, desde que se enquadre nas características anteriores.
Existem algumas marcas boas para se dar uma olhada: Eizo, NEC, Dell, Benq, LG e Apple — não excluindo a Samsung.
Faça pesquisas
Em conclusão, tudo que foi apresentado busca somente dar um pontapé inicial para sua pesquisa e para ajudar a entender como filtrar os primeiros resultados.
É extremamente importante procurar reviews dos aparelhos em que ficar interessado, assim como pesquisar opiniões e dúvidas em fóruns online, afinal o investimento em um monitor não é baixo.
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