A tecnologia 3D já deixou de ser novidade, estando cada vez mais presente em nosso cotidiano. Seja através de projeções de filmes no cinema, jogos e aplicativos para celular e futuramente até nos televisores caseiros, esta tecnologia de projeção possibilita novas experiências para o usuário, aumentando o nível de imersão com o que está na tela.
Apesar de ainda não termos aproveitado totalmente as possibilidades dessa tecnologia, parece que em alguns anos ela vai se tornar algo do passado. Isso porque cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) já estão trabalhando em um método capaz de projetar imagens em nada menos que 6 dimensões. Essa nova tecnologia promete um novo grau de imersão e qualidade de imagem, dispensando o uso de qualquer acessório extra, como óculos.
O 3D que observamos durante a projeção de filmes ou na tela de determinado aparelhos portáteis não é nada mais que a combinação de duas imagens projetadas em pontos distintos. Utilizando lentes colocadas a cerca de seis centímetros uma da outra, é possível simular um fenômeno natural chamado estereoscopia, responsável por criar informações referentes à profundidade, distância, posição e tamanho dos objetos.
Atualmente, a tecnologia em três dimensões é utilizada principalmente pelo mundo do entretenimento, como forma de combater a pirataria e atrair mais pessoas a salas de cinemas e espetáculos. Por mais que alguém possua em sua residência um equipamento capaz de rivalizar com salas de cinema que utilizam a tecnologia convencional, ainda não é possível reproduzir imagens tridimensionais de maneira convincente em um ambiente caseiro.
Dessa forma, caso você queira ter uma experiência realmente convincente, vai acabar pagando um pouco mais para assistir ao filme no cinema. Mais detalhes sobre esta tecnologia e a forma como é empregada atualmente podem ser encontradas no artigo “Como funciona a tecnologia 3D?”.
Imagine uma imagem em três dimensões exibida na tela de um cinema. Por mais que seja convincente e realista, independente do ângulo que você a visualizar, sempre terá a mesma imagem. Agora visualize em sua mente um holograma, que possui essa propriedade de exibir a mesma imagem de maneira diferente, dependendo do ângulo de visão do observador. Embora os hologramas sejam mais realistas do que as imagens em três dimensões projetadas no cinema, ainda sofrem de uma grande limitação: não são capazes de interagir com a iluminação do ambiente.
Por isso que quando vemos a imagem em holograma de um objeto qualquer, como uma flor, e a comparamos com o objeto real, temos a sensação de que aquilo é totalmente artificial e que falta uma série de detalhes. A nova tecnologia em 6D representa uma revolução nesse sentido, permitindo que a visualização dos objetos projetado seja alterada não apenas com a mudança de posição de quem olha, mas também com a mudança de direção e intensidade de iluminação.
Isso possibilita a exibição de imagens ainda mais realistas, dando uma ilusão muito mais convincente de profundidade, distância, posição e tamanho dos objetos. Utilizando essa nova tecnologia, vai ser possível realmente acreditar que os personagens do filme que você está assistindo estão interagindo com o público, quase como se fossem novos membros da plateia.
Ao contrário dos hologramas, que dependem da utilização de um feixe de lasers para sua projeção, o sistema em seis dimensões utiliza um princípio semelhante ao encontrado em certos cartões portais e brindes de revistas, que simulam uma imagem tridimensional conforme o observador muda seu ponto de vista. Nestes objetos, á utilizada uma série de lentes lineares e paralelas construídas em plástico, que ficam superpostas à imagem que se deseja dar a ilusão de 3D.
Esse mesmo princípio é utilizado nas imagens chamadas de 4D, que são nada mais que imagens tridimensionais que simulam a sensação de movimento. Para isto, basta utilizar lentes quadradas em vez das lineares encontradas nos cartões postais. A tecnologia 6D utiliza diversas camadas adicionais de lentes e telas a esse sistema, adicionando duas dimensões extras. A imagem resultante não somente é modificada pela visão do espectador, mas também pela intensidade e direcionamento da iluminação presente no ambiente.
Em um teste inicial, os cientistas do MIT utilizaram a imagem de uma garrafa de vinho feita de vidro, cuja visualização é alterada conforme o ângulo da luz utilizada muda. O resultado impressiona pelo realismo, dando a ilusão de que o que se vê não é somente uma imagem projetada, mas sim o objeto real. O vídeo abaixo dá uma explicação básica sobre os princípios utilizados na criação da tecnologia, além de demonstrar os resultados obtidos.
Segundo os cientistas, os campos que mais se beneficiarão desta nova tecnologia são a publicidade e o entretenimento. Imagine andar pela rua e ao ver um outdoor sobre uma nova escova de dente ou um xampu para cabelos encaracolados, não somente ver uma imagem estatística do produto, mas sim uma ilusão realista bastante semelhante ao objeto real. Essa é somente uma das possibilidades criadas pelo uso inteligente do sistema em seis dimensões.
A utilização na área do cinema, já citada acima no texto, promete a visualização de imagens ainda mais realistas, realmente dando a ilusão de interação com os personagens presentes na tela. Ainda podemos sonhar com a utilização das seis dimensões em casa, permitindo a criação de videogames ainda mais realistas, que aliados a outras tecnologias como a holografia tátil, serão capazes de oferecer um grau de interação sem precedentes. Ou seja, em alguns anos poderemos considerar os controles do Wii ou até mesmo o promissor Project Natal como coisas totalmente ultrapassadas.
Outra possibilidade é no campo da segurança e treinamento de funcionários. Por exemplo, ao treinar alguém responsável por garantir a segurança de uma indústria, poderiam ser utilizadas imagens realistas dos objetos que devem ser inspecionados. Essas imagens iriam responder exatamente como o objeto real, permitindo que o inspetor utilizasse uma lanterna para verificar todos os ângulos de maneira idêntica a real.
Como ainda se trata de um sistema em fases de testes, atualmente os custos são bastante proibitivos. A versão atual tem o custo de 30 dólares por pixel para ser construído. Levando em consideração que são necessários milhares de pixels diferentes para criar uma imagem possível de ser reconhecida, ainda está longe o dia em que o sistema 6D será viável comercialmente. As estimativas mais otimistas dos cientistas do MIT apontam um prazo de no mínimo 10 anos antes que telas realistas possam ser criadas em um tamanho possível de ser utilizado fora de laboratórios.
Portanto, até que esta nova tecnologia esteja presente nas salas do cinema mais próximo de sua casa, ainda vai levar um bom tempo. E nada impede que em pouco tempo surjam outros métodos de exibição ainda mais realistas, com custos comerciais mais compatíveis com a realidade do mercado. Até lá, é esperar e aproveitar da tecnologia em três dimensões, que ainda têm muito a oferecer.
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