Se este título chamou sua atenção, certamente você faz parte da grande população gamer que há no Brasil hoje. Para se ter uma ideia do tamanho dessa indústria, de acordo com dados divulgados pela ABRAGAMES (Associação Brasileira de dos Desenvolvedores de Jogos Digitais), há 46 milhões de brasileiros ativos na internet, dos quais 76% são usuários de games. Deste percentual, cerca de 50% pagam para ter acesso aos jogos.
Este mesmo estudo mostra que hoje o Brasil é o quarto maior consumidor da indústria de games global. Então não é exagero dizer que, em poucos anos, seremos a maior referência dessa indústria no mundo. Mas isso não se deve apenas ao nosso encanto por jogos. Há também alguns fatores que têm contribuído para que este mercado cresça cada vez mais localmente.
Primeiro, a mão de obra local cada vez mais capacitada por conta do advento de cursos focados em desenvolvedores de jogos. Além disso, essa mesma mão de obra tem uma gama de opções no mercado muito grande, pois o desenvolvedor pode criar gráficos e animações para indústrias como a de manufatura, publicitária, broadcast e até mesmo arquitetura e construção.
O segundo fator é cultural: o brasileiro gosta de jogar e já teve contato com vários tipos de jogos, o que o levou a obter certo know how quanto à estratégia e estilo de jogos. Isso é crucial na hora de criar um novo produto além de contar com a criatividade de excelentes profissionais do Brasil.
O terceiro é o barateamento de soluções para desenvolvimento. Se antes diversos processos da produção de jogos eram desenvolvidos em plataformas de alto custo e soluções pouco conhecidas, hoje um só software pode ajudar o designer a produzir as mais variadas animações e efeitos em altíssimo nível artístico.
O quarto é que há um esforço local para impulsionar essa indústria. A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, com o importante apoio da Abragames (Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos), lançou recentemente um edital para fomento a projetos audiovisuais que incluiu, entre outras linguagens, como cinema e tv, a criação de jogos eletrônicos.
Por fim, posso afirmar com convicção que em pouco tempo o Brasil pode se tornar autossuficiente nesta indústria. Como parte da área de Mídia e Entretenimento da Autodesk, consigo ter um bom termômetro disso, uma vez que esta área, cresceu 76% de 2012 para 2013. E com flexibilidade de oferta de produtos, o desenvolvedor que se aventurar por esta indústria vai conseguir ganhar qualquer jogo.
*Rodrigo Assaf, autor do texto acima, é especialista técnico da área de mídia e entretenimento da Autodesk Brasil.
Via BJ
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