Tanto o PlayStation 4 quanto o Xbox One utilizarão chips gráficos e processadores da AMD. Com arquiteturas semelhantes, os dois video games devem executar gráficos muito parecidos nos principais títulos que serão equipados com as engines mais recentes.
Recentemente, inclusive, falamos sobre os motores gráficos de cada desenvolvedora. Está mais do que claro que as novas tecnologias devem possibilitar gráficos mais realistas. Falando assim, parece que estamos apenas dando palpites quanto à evolução dos visuais.
Todavia, diversas novidades devem aparecer nos principais jogos exclusivos e também nos multiplataformas. Hoje, vamos ver o que exatamente vai mudar para que os games consigam nos impressionar.
1. Novas texturas
Depois de trabalhar na composição de cada objeto com o uso de uma infinidade de polígonos, as engines aplicam texturas nas superfícies para que o mundo virtual seja convincente. Desde os primórdios dos games tridimensionais, os gráficos tentam imitar a realidade, algo que só é possível com o uso de técnicas avançadas.
Até a presente geração, os visuais estavam longe da perfeição, visto que faltava poder para processar detalhes mínimos e que as técnicas ficavam limitadas ao hardware disponível. Com os recursos de software e os novos componentes do PS4 e Xbox One, será possível criar texturas muito mais convincentes.
(Fonte da imagem: Reprodução/Self Shadow)
A ideia das novas texturas é fazer com que os jogos de video game tenham gráficos mais parecidos com os de computador, os quais já abusam de texturas mais detalhadas. Os games da Crytek, por exemplo, já contam com pacotes bem grandes para deixar os visuais mais impressionantes.
Uma demonstração da Ready at Dawn Studios mostra o processo de digitalização de tecidos. Através de um processo automático baseado em diversas fotografias, o computador cria as texturas e simula a iluminação em diversas condições.
O vídeo é bem básico, mas dá uma ideia do que vem por aí. Com essa técnica, diversos elementos do jogo The Order serão criados nos mínimos detalhes. Materiais para criar armas, objetos, roupas e até mesmo o chão surgem a partir desse recurso, o que garante incrível semelhança com a realidade.
Falando em texturas, algo que deve fazer toda a diferença nos próximos games é a grande capacidade para armazenamento de arquivos. A Guerrilla Games informou que o novo Killzone vai usar 1,5 GB de memória apenas para isso.
2. Iluminação em tempo real
É bem possível que você nem dê muita importância para a iluminação dos jogos, afinaltrata-se apenas de um elemento que está ali para possibilitar que você enxergue o cenário. Entretanto, a luz desenvolve um dos papéis fundamentais para a experiência no game , visto que ela possibilita criar visuais mais realistas.
Manipular a iluminação dos ambientes é muito difícil, uma vez que se trata de um efeito que é aplicado sobre todas as texturas e os objetos do cenário. Contudo, se usada da forma correta, a luz pode aperfeiçoar aquilo que já é de alta qualidade.
Graças ao trabalho com a luz, os jogos podem apresentar sombras e diferentes níveis de cores nos objetos. Os jogadores conseguem perceber facilmente a diferença entre uma luz artificial e uma que imita a luz do sol.
O melhor trabalho que vimos até agora nesse sentido está sendo realizado pela Geomerics. O reflexo nos objetos e a alteração de cores por conta da incidência direta ou indireta em cada elemento do ambiente revelam o tipo da luz.
Além disso, com a aplicação de luz, automaticamente (existe uma programação bem definida para que isso ocorra) temos a presença de sombras. Criar áreas muito escuras em ambientes muito claros pode dar uma sensação de irrealidade. Saber trabalhar com o direcionamento da luz e a dispersão das sombras faz toda a diferença.
Na nova geração de consoles, a iluminação em tempo real será uma peça-chave, ainda mais considerando as ideias mirabolantes de alguns jogos como Metal Gear Solid V e Watch Dogs. O novo jogo da Konami, por exemplo, conta com a passagem de tempo em tempo real. Em Crysis 3, a iluminação do ambiente é perfeita e o jogador pode ver as sombras das nuvens.
3. Faces beirando a perfeição
Devido a limitações de hardware, o PlayStation 3 e Xbox 360 nunca puderam ir muito além no quesito modelagem de personagens. Alguns dos melhores resultados que vimos foram mostrados em The Last of Us. O trabalho no jogo da Naughty Dog é sensacional, mas não chega nem aos pés do que veremos na próxima geração.
A demonstração da Activision deixa claro o nível de perfeição que será possível visualizar nos próximos games. Essa demo é a mesma que a NVIDIA disponibilizou para teste de placas gráficas;a única diferença está no tipo de renderização, que a Activision conseguiu melhorar e garantir a execução de 180 frames por segundo em uma GTX 680. Isso quer dizer que teremos algo muito parecido nos consoles.
Ampliar (Fonte da imagem: Divulgação/Jorge Jimenez)
Com você pode ver, as imperfeições nos limites da face não existem mais, acabando com as velhas pontas que eram resultantes dos polígonos usados como base nos rostos. As texturas ficam ainda mais realistas, a iluminação nos olhos é muito convincente e as expressões são perfeitas.
Ampliar (Fonte da imagem: Divulgação/Jorge Jimenez)
Além de brincar com a demonstração da NVIDIA, a Activision trabalhou na criação de outros personagens (mostrados acima), demonstrando o que poderemos ver nos próximos games. Claro, vale notar que esta é apenas uma das técnicas, sendo que outros motores gráficos podem apresentar um nível de realismo ainda maior.
4. Simulações dinâmicas
Além dos elementos básicos na composição de cenário e personagem, devemos dar atenção especial à simulação dinâmica que dará maior realismo ao jogo. Nesse caso, não se trata apenas de saber criar texturas ou colocar tudo em seu devido lugar.
Estamos falando da simulação da água, do vento e de outros elementos que devem reagir conforme a situação do game. São elementos complicados, que exigem inteligência para funcionar de acordo com a cena em execução. O principal ponto aqui é saber criar efeitos realísticos que sejam usados de forma natural e nos enganem perfeitamente.
Essa é uma das promessas que a Ubisoft fez para a versão de PlayStation 4 do jogo Watch Dogs. No jogo, o vento realmente existe e pode afetar o curso de uma granada ou dos disparos. A água também reage de acordo com o vento e, ao navegar, você poderá perceber que pilotar um barco em meio a ondas é bem difícil.
Outros exemplos claros já foram demonstrados pela Crytek em Crysis 3. Água que sofre alteração de volume, sombras das nuvens e outros pequenos detalhes darão um toque de perfeição a diversos games.
5. Fogo, partículas e muito mais
Para finalizar, vamos falar das partículas que dão um toque final aos visuais. O fogo é um dos elementos que mais chamam a atenção nesse sentido. Nos jogos atuais, esse elemento parece um plástico retorcido que não convence muito o jogador.
Com engines como a Panta Rhei, a simulação de fogo será perfeita. O motor gráfico da Capcom trata o fogo como um elemento único, o qual sofre deformações diversas e se adapta ao ambiente. Além disso, a fumaça faz parte do fogo, o que pode ajudar a deixar o componente ainda mais realista.
A poeira no ar, as fagulhas e outros elementos que são visíveis quando interagem com a luz estarão presentes em diversos motores gráficos. Pode parecer que dar atenção para tais detalhes não faz sentido, mas, se você considerar que os demais aspectos já estão bem próximos da realidade, as desenvolvedoras precisam apelar para os pequenos elementos.
Em breve...
Bom, essas são apenas algumas das tecnologias que darão vida a nossos games favoritos. É claro que existem outros elementos que compõem um jogo, mas muitos não sofreram grandes modificações da geração atual para a próxima. Evidentemente, tudo pode mudar ao longo dos anos com o aperfeiçoamento das tecnologias gráficas.
É bom notar que nenhuma das tecnologias apresentadas existe separadamente — apesar de algumas serem desenvolvidas isoladamente e depois aplicadas no jogo — e todo esse conjunto de elementos resultará nos belos games que nos foram apresentados até agora. Aguardemos ansiosamente por esses belíssimos títulos de cair o queixo.
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