Fãs de League of Legends e de eSports que se preparem! A organização CNB abriu, na semana passada, a terceira edição do “Preparando Campeões”, uma seletiva oficial para trazer novos talentos do MOBA da Riot Games para a famosa equipe. Contando agora com cinco etapas de testes e 21 vagas disponíveis, esta é uma oportunidade de peso para todos os interessados que gostariam de seguir uma carreira séria pelos torneios de video games.
Mas, como tantas seletivas que passamos pela vida, muitas dúvidas devem surgir na cabeça dos interessados. Vale a pena tentar? Como são os testes? Eu realmente posso passar?
Na edição passada do Preparando Campeões, realizada no mês de setembro de 2015, o TecMundo participou da seletiva por meio do redator Maximilian Rox — exatamente este que vos escreve. O intuito, no início, era de contar sobre a experiência que muitos jovens passavam nessa tentativa. Mas ela foi além disso.
O que não poderíamos contar foi que o desenvolvimento dos testes levou a nossa participação até a última fase, um passo até a entrada de uma das maiores equipes de League of Legends do Brasil. Aproveitando essa chance, hoje contamos todos os detalhes dessa experiência inédita para muitos jovens que hoje querem seguir uma carreira dentro dos eSports.
Como foi a edição passada?
A CNB oferece a oportunidade de jogadores de todos os níveis se inscreverem dentro do projeto. Seja do Bronze V ao Desafiante, todos são convidados a tentar uma das vagas nas equipes que são separadas de acordo com o ranking no servidor.
Sou um eterno Ouro III, um ranking que tenho desde as primeiras temporadas competitivas da Riot Games. Isso me deu a oportunidade de participar da seletiva para a equipe da CNB Dorans, que cobre os três menores rankings do servidor. Embora minha função de atirador não estivesse aberta, resolvi participar no “solo top”, minha segunda rota favorita.
Na primeira fase, a CNB enviou um e-mail com um questionário contendo mais de 40 perguntas gerais e específicas para a sua função. Elas pediam para avaliar afirmações e situações de acordo com o grau de veracidade de cada uma delas.
Perguntas como “tal herói pode fazer isso?” ou mesmo “com composição x, como reagir nessa situação de jogo?” estavam presentes, além de questões específicas sobre mecânicas de jogo e de personagens. O resultado veio em questão de alguns dias, junto de um relatório contendo as análises de cada uma das perguntas e respostas.
Entre milhares de inscrições, apenas 10 candidatos por função foram selecionados.
A segunda fase foi organizada logo após o anúncio. Mediante os horários que tínhamos disponíveis, participamos de duas partidas entre equipes formadas aleatoriamente entre os candidatos. Dois analistas acompanharam os confrontos e anotavam as observações sobre o nosso desempenho.
Nestes testes, meu adversário na rota do topo escolheu duas vezes o mesmo campeão, Shen, enquanto eu tentei variar minhas escolhas de acordo com as conversas com os demais membros da equipe pelo TeamSpeak. Participei na primeira partida com Gnar, avançando a segunda de Nautilus.
O resultado não foi favorável e minha equipe perdeu as duas partidas. Apesar do resultado, estava convicto que minha atuação foi um pouco superior ao do outro candidato em vários quesitos, como “farm”, presença nas batalhas, comunicação e adaptação na partida.
Como a própria organização reforçou para nós, perder ou ganhar o jogo não seria o diferencial, algo que foi confirmado com a minha passagem entre os três finalistas para a última etapa do projeto.
Nesta última parte, fomos chamados para uma entrevista em vídeo com um dos representantes do projeto. Lá, fui perguntado sobre vários quesitos, como as ambições profissionais, a disponibilidade de tempo, o conhecimento de jogo e o envolvimento com os eSports e com a própria CNB.
Embora contornada por um clima mais informal, toda a entrevista avalia o seu perfil como jogador e o quão engajado você se tornaria com o projeto. Com uma agenda apertada de trabalho e faculdade, este foi um dos pontos que pesaram contra mim, provavelmente dando a chance para alguém com mais tempo disponível para o projeto e para o crescimento como competidor.
Como será agora? Vale a pena?
A segunda edição do Preparando Campeões, da qual participei, abriu o projeto para três equipes e dez funções, algo inédito para a própria iniciativa. Os próximos testes, mais do que os anteriores, representam uma chance muito muito maior para os futuros competidores, pois ao todo serão 21 novas vagas dentro das seis equipes do projeto.
O Preparando Campeões é, no contexto geral do eSport brasileiro, uma ótima oportunidade para muitos dos jovens que querem integrar o League of Legends profissional. Antes, quem se aventurava pelas competições precisava passar por várias e várias equipes amadoras até atingir o sucesso com alguma e alcançar os tiers de alto nível competitivo.
A CNB oferece uma oportunidade única para cortar todo esse processo, disponibilizando sua estrutura para favorecer os próximos talentos. Apesar das edições anteriores do projeto sofrerem com alguns descuidos, como a falta de feedback para alguns jogadores durante as fases, a organização está disposta a melhorar constantemente o seu processo seletivo.
Prova disso é que o processo será mais refinado a patir de agora. Na CNB Dorans e Brutalizer, os candidatos passarão por cinco etapas, incluindo tarefas de pesquisa e dinâmicas em grupo. Apesar de ser um processo mais longo e desgastante, é possível ver a preocupação da organização em selecionar os talentos que mais se destacam em vários quesitos.
Esta é uma aventura para os entusiastas do eSport brasileiro. Primeiramente, o Preparando Campeões é um grande teste para você mostrar seu esforço como jogador e competidor. E, no caso do sucesso, é o início de uma caminhada profissional com a melhor estrutura aberta aos amadores do cenário de League of Legends aqui no Brasil.
E ainda há a possibilidade de progressão dentro das equipes que podem culminar no próprio Campeonato Brasileiro de League of Legends.
Se ainda há dúvidas, basta ver as entrevistas com os selecionados no canal oficial do clube no YouTube.
Há críticas de muitos jogadores por todo esse processo. Mas também há elogios. Aqueles que não passam pelas fases ficam chateados pelo resultado — e eles estão certos disso, ficar de fora não é algo fácil de aceitar. Mas é preciso levar em conta que, entre tantos interessados, sempre pode haver algum que se destaca mais que você. Assim como em um vestibular.
Em um processo de mais de 30 mil inscritos, eu consegui chegar ao ponto em que apenas 30 chegaram. E, no fim, fiquei feliz em tirar conclusões positivas para o cenário com toda essa caminhada que nem eu mesmo imaginei que faria. Valeu a pena como um desafio pessoal. E, aos que passaram, eu tenho a certeza que vale a pena pela experiência inédita e valiosa para se tornar um jogador profissional no Brasil.
Todas as informações sobre a seletiva do Preparando Campeões são encontradas no site oficial da CNB e-Sports Club. As inscrições vão até o dia 10 de março e custam R$ 25. Os selecionados pelo projeto terão a benefícios como treinamento com a comissão técnica da organização, uniforme oficial, palestras, visita ao centro de treinamento e contrato de ajuda de custo. Boa sorte aos próximos competidores do Brasil!
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