Sendo a Campus Party um evento voltado para os amantes de tecnologia em todas as suas vertentes, nada mais justo que esta nona edição da feira brindar uma comunidade bastante apaixonada com novidades logo em seu primeiro painel. Assim, abrindo com chave de ouro o palco Feel The Future – principal espaço do local - nesta quarta-feira (27), a ESL (Electronic Sports League) anunciou de forma oficial sua chegada ao Brasil.
O painel liderado por Moacyr Alves, presidente da AciGames e curador da Campus Party, acabou atrasando um pouquinho devido a problemas no sistema de credenciamento da feira – o que acabou impedindo jornalistas de entrarem a tempo para conferir as novidades. Felizmente, conseguimos acompanhar a apresentação desde o início, e os problemas não tiraram de forma alguma a boa notícia para os aficionados por jogos.
Afinal, não é todo dia que uma das maiores empresas do segmento na cena de eSports resolve apostar com firmeza no Brasil, não é? Depois de fazer uma breve introdução sobre a companhia e sua influência no setor, Moacyr convidou ao palco Spike Laurie, Managing Director da ESL UK, que se aprofundou no assunto e explicou o que levou a ESL a se interessar pelo país e o que o público local significa para os negócios.
“Nosso foco, agora, na ESL é nos voltarmos para o Brasil, para os jogadores brasileiros, para os times brasileiros, para os fãs brasileiros, para os talentos brasileiros e para todos vocês”, revelou o executivo, dizendo que a ideia da vinda para cá é criar toda a base de um cenário gamer local, nos mesmos moldes do que acontece lá fora. O projeto engloba permitir que entusiastas e atletas possam competir e conferir partidas locais, em sua própria língua. Como? Através da ESL Brasil Premier League.
Desbravando talentos
Para atrair um novo público ao eSport, criar uma nova leva de talentos e permitir que os melhores possam mostrar serviço em torneios internacionais, a empreitada envolve começar a aquecer essa liga nacional com três nomes de peso: Counter-Strike: Global Offensive, League of Legends e Hearthstone – representantes de três gêneros bem distintos e amados pelos gamers. A boa notícia é que não é preciso estar afiliado às grandes equipes brasileiras nem esperar muito para colocar as suas habilidades em teste.
“Tudo começa em março, com qualificatórias abertas [online] para que qualquer um possa competir. A partir daí, toda uma temporada com os oito melhores times ou jogadores deve ocorrer ao longo do ano, com as finais marcadas para acontecer nos estúdios da ESL aqui no Brasil”, explicou o britânico. Segundo Spike, a segunda season já deve começar pouco depois do término da primeira, mais para o final do ano. De acordo ele, é mais uma chance de o público poder conferir o talento de atletas – e narradores – brasileiros todas as noites.
O executivo comentou ainda que o Brasil sempre esteve no radar da ESL e que a empresa conseguiu sentir que a comunidade local é uma das melhores do mundo durante a experiência com a Intel Extreme Masters por aqui – na Campus Party 2014. Para ele, não há um mercado melhor para se começar uma aventura desse porte do que em território tupiniquim, um tema reforçado por Sebastien Tondeur, CEO do MCI Group – parceira da ESL no projeto.
O francês disse que a responsabilidade de trazer excelência ao cenário é tão grande quanto a oportunidade de desenvolver uma nova comunidade por essas bandas. Para mostrar que a proposta agrada mesmo a veteranos e nomes consagrados no eSport brasileiro, Gabriel “FalleN” Toledo, da aclamada Luminosity Gaming, apareceu em um vídeo no telão do evento para dizer o quanto apoia a iniciativa e como a vinda da ESL para o Brasil só tende a fortalecer e profissionalizar o esporte eletrônico por aqui.
Crescimento quase certo
Em uma breve sessão de perguntas e respostas, o representante internacional da ESL se manteve aberto ao retorno da comunidade, mas preferiu não se aprofundar em ações futuras da empresa em solo nacional. Embora o foco inicial da empreitada esteja em São Paulo, por exemplo, Spike não descartou a chance de levar a estrutura para outras regiões do país “se isso for o que a comunidade realmente quiser”. A mesma resposta foi dada para a inclusão de novos títulos à lista da liga brasileira, que pode, sim, ser expandida.
O britânico ainda revelou que a IEM também tem chances de voltar a ser realizada no Brasil, mas que, por enquanto, o foco é realmente na Brasil Premier League. Dependendo do sucesso do campeonato, eventos com a marca podem ser montados em estádios, mas, no momento, sem promessas. Em relação às informações sobre a entidade local e as qualificatórias online, um site com todos os dados deve ser liberado em breve, mas já é possível acompanhar algumas notícias nos perfis das redes sociais da companhia.
Um pouco de mistério
Depois do painel, conseguimos trocar algumas palavrinhas com Moacyr, que explicou um pouco mais sobre os bastidores e o futuro da vinda da ESL. “Já estamos trabalhando há cinco meses para que isso aconteça e finalmente eles escolheram o Brasil porque viram que era a hora. A comunidade pedia há muito tempo pela ESL”, analisou o executivo, comentando ainda que foi preciso muito planejamento para tudo dar certo.
De acordo com o brasileiro, os amantes do FPS da Valve, do MOBA da Riot e do card game da Blizzard podem ficar tranquilos em relação à programação já existente desses jogos, já que a mais nova integrante do cenário nacional anda conversando de perto com os representantes dessas companhias para que não haja conflito de agendas. “Vai ser mais ou menos o que acontece lá fora, não haverá colisão de datas”, garantiu.
E o estúdio da ESL, alguma novidade concreta? “Já temos o local, temos tudo planejado, mas ainda não podemos revelar onde e como ele é”, despistou, sem deixar de esclarecer que tudo deve ser revelado antes de março – data de início da liga. E aí, pretende se arriscar sozinho na brincadeira ou juntar uns amigos para provar que o talento de base dos brasileiros também é forte? Melhor correr, já que em breve devemos ter o início das inscrições para a ESL Brasil Premier League.
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