Mulheres e negros também sofrem mais para pegar Uber, diz estudo

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O National Bureau of Economic Research, uma organização sem lucros respeitada internacionalmente, fez um estudo que mostra algo que também reflete em várias camadas sociais: mulheres e negros têm mais dificuldade para serem aceitos em serviços de transporte privado, como o Uber.

A pesquisa prova que tanto mulheres quanto negros possuem um número de corridas canceladas — ou com demora maior para atendimento — muito mais alto. No caso das mulheres, ainda existe o agravante do flerte, em que muitos motoristas aceitam a corrida para invadir o espaço pessoal da passageira.

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O estudo analisou serviços nos Estados Unidos, como Uber, Lyft e Flywheel; e foi realizado com a ajuda de pesquisadores do MIT, da Universidade de Stanford e da Universidade de Washington.

Estudantes negros tiveram uma taxa de cancelamento de corrida dobrada

Segundo o National Bureau of Economic Research, os participantes do estudo receberam smartphones iguais com os três aplicativos já citados instalados previamente. Os estudados receberam algumas orientações, por exemplo, seguir rotas pré-definidas e enviar alertas quando uma corrida for pedida, quando for aceita e for encerrada.

No experimento, motoristas do Lyft demoraram até 28% a mais para aceitar corridas de usuários negros das aplicações, enquanto do UberX marcaram incríveis 35% a mais. Em Seattle, por exemplo, a pesquisa envolveu estudantes de várias etnias e, novamente, os estudantes negros tiveram uma taxa de cancelamento de corrida dobrada, quando comparada com estudantes brancos — um ponto que também influenciou foi o nome do usuário (nos EUA, existem alguns nomes étnicos, como nota o estudo).

Sobre mulheres negras, a taxa de cancelamento registrada foi de 8,4% maior, enquanto mulheres "sem nomes étnicos" marcaram um taxa de 5,4% maior. Em áreas com densidade populacional menor, o número de corridas canceladas chegou a ser 15,7% maior.

Sexismo

O resultados da pesquisa também mostraram algo mais alarmante: além das dificuldades citadas que as passageiras têm, as mulheres também são levadas por rotas que demoram 5% a mais para serem finalizadas. Ainda, existe o agravante de motoristas que resolvem invadir o pessoal e paquerar as passageiras. "Alguns motoristas pegaram rotas que eram até cinco vezes maiores do que as que deveriam ser seguidas", comentou Stephen M. Zoepf, diretor do Centro de Pesquisa Automotiva de Standford.

A discriminação não tem lugar na sociedade

Um porta-voz da Uber comentou o seguinte sobre a pesquisa ao Bloomberg: "A discriminação não tem lugar na sociedade e no Uber. Nós acreditamos que o Uber está ajudando a reduzir inequidades de transporte, mas estudos como esse são benéficos para nos ajudar a saber como melhorar".

O autor do estudo, de acordo com o Jalopnik, ele listou alguns pontos que poderiam ajudar a atenuar esses problemas: sem nomes ou fotos para perfis de passageiros, taxas fixas (sem taxas dinâmicas), incentivar o não cancelamento de corridas e realizar auditorias periódicas sobre o comportamento de motoristas.

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