Para muitos especialistas e empresas que de algum jeito estão envolvidos com o tema, lutar contra a pirataria é como nadar contra a correnteza, fazendo com que os detentores de direitos precisem pensar em formas criativas para convencer o consumidor a comprar o produto original. Com milhões – ou até bilhões – de dólares em jogo, a RIAA prefere utilizar ameaças e outras táticas do tipo para fazer valer seu ponto de vista. A última da organização é tentar convencer a BitTorrent a dar uma mãozinha na luta contra os pirateiros.
De acordo com o site Ars Technica, Brad Buckles, vice-presidente da Recording Industry Association of America – associação que representa as grandes gravadoras nos EUA –, enviou uma carta ao CEO da empresa de tecnologia torrent para mostrar sua preocupação com o quanto seus produtos facilitam a cópia do material produzido por seus clientes. Para o executivo, os softwares da companhia, como o cliente uTorrent, “facilitaram aproximadamente 75% dos mais de 1,6 milhão de torrents que infringem os trabalhos de nossos membros”.
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No texto, Buckles afirma ainda que os produtos da BitTorrent Inc. são “os mais usados para infrações via peer-to-peer na atualidade” e que mesmo com a RIAA tentando uma conversa sobre o assunto há anos, a empresa se recusa a resolver a pirataria feita em cima desse tipo de protocolo. Para provar seu ponto, ele disse que o grupo coletou uma amostra de 500 torrents de áudio distribuídos pelo sistema e se deu conta de que 82,4% estavam disponíveis comercialmente e que “provavelmente estavam protegidos por copyright”.
Esses dados foram usados para contestar alguns comunicados emitidos por Matt Mason, diretor de conteúdo da BitTorrent, que disse em outras ocasiões que a pirataria acontece fora do ecossistema da empresa e que eles “não endossam a prática”. Ainda na carta escrita por Buckles, ele comenta que se esse é realmente o lema da acusada, então é chegada a hora de a companhia tomar as ações necessárias para lidar com o problema. Para isso, a RIAA até se ofereceria para ajudar, compartilhando hashes que facilitariam a identificação do material.
Opções não faltam
Ao que parece, a ideia do executivo e do grupo que ele representa é filtrar esse tipo de conteúdo direto na “fonte”, possibilitando o bloqueio de sites e arquivos que não passem pelo seu crivo. Aparentemente, eles se esquecem que, mesmo que o uTorrent seja imensamente popular entre os internautas, basta que uma medida dessas entre em vigor para que o pessoal faça uma migração em peso para outros clientes de torrent, garantindo seus downloads de um jeito ou de outro.
De qualquer modo, não há muitos motivos para correr para programas alternativos se você for um usuário rotineiro desse tipo de software, já que, até o momento, a BitTorrent não respondeu oficialmente à carta de Buckles. Será que a empresa vai se dobrar à RIAA ou veremos mais uma guerra contra a pirataria indo parar nos tribunais?
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