Quem quer usar um rastreador de atividades no pulso para ficar de olho nas calorias gastas no dia a dia e em outros dados mais básicos normalmente tem que apelar para aparelhos que podem não ter um design muito estiloso. Isso é verdade especialmente para pessoas que já usavam relógios tradicionais antes da popularização dos smartwatches e rastreadores de atividades.
Agora, esse pessoal tem uma opção bem interessante, que se parece mais com um relógio clássico do que com um equipamento eletrônico: o Timex Metropolitan+. Pense nesse dispositivo como um relógio bonitão que, por acaso, tem um sensor de movimentos e um transmissor Bluetooth dentro.
Pense nesse dispositivo como um relógio bonitão que, por acaso, tem um sensor de movimentos e um transmissor Bluetooth
Por conta dessa simplicidade tecnológica, o Metropolitan+ não consegue rastrear atividades muito avançadas. Ele fica apenas na contagem de calorias, de passos e da distância percorrida pelo usuário. A fabricante prometeu que vai atualizar o aparelho para que ele passe a rastrear o sono das pessoas em algum momento do segundo semestre deste ano. Contudo, quando analisamos o relógio, ele ainda carecia da atualização.
Confira a lista de especificações:
Rastreamento
O Metropolitan+ não é um dos rastreadores de atividades mais avançados do mercado, mas esse não é realmente o foco do aparelho. Todas as informações que você pode obter são: distância percorrida em metros ou passos e uma estimativa de calorias gastas baseada no quanto você caminhou em determinado dia.
É realmente pouco comparado com o que um smartwatch de verdade pode fazer
É realmente pouco comparado com o que um smartwatch de verdade — como o Moto 360 Sport ou o Gear S2 — pode fazer, mas é necessário entender que o Metropolitan+ sacrifica essa versatilidade em detrimento da autonomia de bateria.
A fabricante diz que uma carga pode durar mais de um ano em uso intenso. Algumas lojas brasileiras falam até mesmo em dois anos, mas imaginamos que essa estimativa não inclua o gasto dos componentes eletrônicos de rastreamento, deixando o dispositivo funcionando apenas como relógio comum.
De uma forma ou de outra, essa autonomia é excelente, especialmente para quem não é esportista e só quer ficar de olho nas atividades básicas que faz no dia a dia. Relógios inteligentes propriamente ditos precisam ser recarregados uma vez a cada dois ou três dias no mínimo. Alguns aparelhos mais básicos precisam ir para a tomada todos os dias.
Isso não é nada conveniente, mas esses dispositivos possuem telas sensíveis ao toque e sistemas operacionais realmente funcionais, coisa que falta no Metropolitan+ porque essa não é sua proposta.
Como o foco desse relógio da Timex é economizar bateria, ele também não fica conectado ao smartphone o tempo todo via Bluetooth. Você tem que fazer isso ativamente pressionando o botão lateral do Metropolitan+ até que o ponteiro na parte superior aponte para o sinal do Bluetooth.
Nesse momento, é preciso estar com o app aberto e pronto para apertar em “Sincronizar”, que é um botão em forma de relógio no topo direito da tela do celular. Se você demorar demais para fazer isso, o relógio desliga a conexão, e será necessário fazer tudo de novo.
Uma vez com os dados sincronizados, todo o rastreamento é processado pelo smartphone Android ou iOS, que mostra em gráficos a quantidade de passos registrados, as calorias gastas e a distância percorrida.
Tocando em “Hoje”, você consegue uma visualização mais completa de toda a semana, do mês e do ano. Ou seja, é possível acompanhar sua evolução com o tempo de forma minimamente completa. Como todo rastreador de atividades básico, entretanto, o Metropolitan+ às vezes mostra dados que talvez não sejam muito precisos. De qualquer maneira, isso não se repente muitas vezes.
Antes de dar uma olhada nesses gráficos, é bom sempre fazer a sincronização antes, já que não há transmissão em tempo real das informações coletadas.
App
O app de rastreamento poderia ser muito melhor em vários aspectos. O primeiro problema é a sua usabilidade, que está longe de ser simples. O processo de sincronização é problemático, e deveria haver uma ferramenta automática para o relógio e o celular fazerem isso sozinhos uma vez por dia. A necessidade de clicar na interface ao mesmo tempo que você aperta o botão do relógio pode ser desconcertante às vezes.
A iconografia não convence, e o visual do app como um todo deixa a desejar
A interface do “Timex Connected” poderia ainda ser um pouco mais bonita. Afinal, estamos falando de um relógio que custa R$ 1 mil, e o mínimo que a empresa poderia oferecer é uma ferramenta complementar com visual em linha com seus relógios. A iconografia não convence, e o design do app como um todo deixa a desejar, passando a impressão de que foi feito às presas. Isso fica evidente nas transições meio travadas e nos menus exageradamente grandes.
É possível perceber isso bem melhor quando você acessa as seções de configuração do app, que são apenas uns amontoados de menus que o usuário precisa descobrir como mexer. Nada é intuitivo ou se comporta como a pessoa espera quando interage com algum item. Pelo menos é possível personalizar metas diárias e enviá-las para o relógio, que vai contando a porcentagem da conclusão com um ponteiro específico. Aí, você não tem que mexer muito com o app.
Design e construção do relógio
Essa história, entretanto, é bem diferente com o relógio em si. Ele tem um visual impecável, e, caso você não explique, ninguém dirá que se trata de um rastreador de atividades em vez de um marcador de tempo bem clássico. Infelizmente, a fabricante só tem esse estilo masculino, e não há expectativas para um lançamento para mulheres por enquanto.
Mesmo assim, trata-se de um relógio bem bonito e com dimensões bem padronizadas para homens. Há um esquema com quatro ponteiros centrais: três para mostrar a hora e um maior para ajudar você a contar o tempo de atividade no momento em que ela acontece.
O Metropolitan+ vai ficar com aspecto de novo e bonito por muito tempo no seu pulso
Na parte de baixo, há outro ponteiro que mostra quanto da sua meta já foi concluída no dia, e, na parte de cima, o sexto ponteiro mostra o modo de operação: aperte e mantenha pressionado o botão do relógio até ele apontar para “Off” para desligar as funções de rastreamento. Deixando o ponteiro no ícone do “Bluetooth”, é possível fazer o pareamento com o celular, no “S” para contar os passos em “D” para distância.
A carcaça em aço inoxidável é de alta qualidade e não deve sofrer com riscos ou amassados com facilidade. Isso quer dizer que o Metropolitan+ vai ficar com aspecto de novo e bonito por muito tempo no seu pulso. O botão e a coroa também são feitos no mesmo material, mas ambos são duros para apertar e para girar. É necessário fazer certo esforço para tal.
No que diz respeito à pulseira, trata-se de um acessório de alta qualidade feito em couro legítimo. Ela conta com um detalhe “furadinho” e com linhas ligando os furos, o que parece dar um aspecto “costurado” muito interessante.
Apesar da beleza, não podemos dizer que o Metropolitan+ é confortável de usar. Com ele apertadinho do que jeito deve estar um relógio no pulso, a parte onde a pulseira encontra a carcaça vai machucando seu braço com o tempo, o que gera um grande incômodo. Deixá-lo mais solto para isso não acontecer também é desconfortável, já que ele praticamente gira no seu pulso sem necessidade.
Suspeitamos que isso seja um problema da pulseira, que não se dobra em volta do pulso adequadamente, mas não podemos dizer isso com certeza.
Vale a pena?
Existem poucos rastreadores de atividades com visual de relógio clássico no mercado brasileiro, e talvez o Metropolitan+ seja o mais bonito que você pode encontrar por aí por um preço relativamente acessível. Considerando que ele consegue registrar apenas três tipos de dados das atividades do usuário durante o dia, podemos dizer que quase R$ 1,1 mil é caro. Mas esse preço pode ser menor dependendo da forma de pagamento.
Pensando nas suas características de relógio casual clássico, ele também fica com um preço acima do desejável. Mas vamos lembrar que o Metropolitan+ tem essas duas dimensões embutidas em si, o que talvez justifique seu valor para quem já usava relógios a vida toda e, agora, quer um mais inteligente.
O Metropolitan+ tem seus problemas no campo de vista tecnológico, especialmente no seu app para smartphones, mas isso a Timex pode mudar sem maiores problemas no futuro. Portanto, se você está a fim de comprar algo nessa categoria, vale a pena pelo menos considerar o Metropolitan+.
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