Uma das coisas que ditam o ritmo da indústria automotiva é o ego. Querem uma prova disso? Nem bem a Faraday Future anunciou que seu FF91 poderia acelerar de 0 a 100 km/h em 2,39 segundos – e, portanto, 0,1 segundo mais rápido que o Model S P100D na época –, e a Tesla anunciou um upgrade de sistema que “melhorava” o famigerado Ludicrous Mode.
Pois bem: quando o patch foi liberado, alguns testes surgiram na internet e comprovaram que o sedã da empresa de Elon Musk conseguia ser mais rápido: a aceleração baixou para 2,4 segundos, o que ainda era mais lento que o carro da Faraday Future. Um novo teste, no entanto, conduzido pelo site Motortrend, obliterou essa marca: o elétrico foi da parada completa até 100 km/h em absurdos 2,275507139 segundos. Sim, com todas essas casas decimais.
Para você que precisa de referências do que significa isso é, basta saber que é mais rápido que uma Ferrari LaFerrari, um Porsche 918 uma McLaren P1 – também conhecidos como “santa trindade” dos hipercarros da atualidade e que só utilizaram parte da tecnologia dos motores elétricos para trabalhar em conjunto com um motor a combustão.
A explicação para uma arrancada tão rápida está na entrega de torque instantânea por parte da motriz elétrica – que inclui uma bateria de íon-lítio de 100 kWh – e que envia toda a força para as quatro rodas. O feito só é possível, no entanto, desbloqueando o “Ludicrous Mode+”, em uma espécie de “cima, cima, baixo, baixo, direita, esquerda, direita, esquerda, b, a” na central multimídia do carro.
Se você seguir os passos corretos, as baterias começam a esquentar para entregar a potência e uma mensagem aparece na tela: “Você tem certeza de que quer ir até o limite? Isso vai causar o desgaste acelerado do motor, do câmbio e da bateria”. A partir daí, você pode escolher a opção “Não, eu quero minha mamãe” ou “Sim, manda ver!”. Todo o processo pode ser visto nesse vídeo abaixo:
É agora, no entanto, que se entende um pouco mais sobre a parte do ego nesses números: o Tesla Model S não consegue manter esse desempenho por muito tempo sem drenar a bateria. Na realidade, a partir dos 100 km/h, a maior parte dos carros que ainda queimam dinossauros em forma líquida conseguem desempenhar melhor.
Além disso, apesar de a aceleração absurda soar muito divertida, ela não tem qualquer utilidade prática para os usuários. Ainda assim, é um avanço importante porque demonstra como as melhorias de software estão conseguindo aumentar a eficiência das baterias, proporcionando mais potência sem a necessidade de troca do conjunto.
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