O mercado de televisores cresce e evolui em um ritmo tão alucinado quanto o de smartphones, apesar de não ser tão noticiado assim. Isso também significa que a variedade de nomes, siglas e tecnologias não para de aumentar.
Entendemos perfeitamente se você ficar confuso com o tanto de informação — a SUHD não é a mesma coisa que Super UHD, que também não tem nada a ver com Signature, isso só para citar alguns exemplos. Compreender cada um deles é essencial para saber não só se o modelo supre a sua necessidade, mas também para que o consumidor não ache que basta um nome bonito para garantir uma imagem de qualidade.
Por isso, a partir da lista da Cnet, preparamos abaixo a conceituação de cada um desses termos modernos para que você não se perca na hora de comprar um novo televisor.
SUHD
Esse é o nome escolhido pela Samsung para a linha de televisores top de linha. Ou seja, não está relacionado com uma tecnologia específica. Trata-se apenas de uma nomenclatura para diferenciar os modelos de outras marcas — e que teve o efeito contrário do desejado, já que só ajudou a confundir ainda mais. É mais ou menos o que a própria empresa fez quando lançou as LED TVs, que eram televisores LCD comuns, mas com outro nome.
No caso das SUHD, essas TVs são todas de LCD com resolução 4K (Ultra HD). A maioria possui telas curvas e vários recursos da Samsung para melhorar a qualidade da imagem. Eles incluem o Nano-Crystal (nada menos que os quantum dots) e o Peak Illumination Ultimate (também conhecido como HDR). E o "S"? É "só uma letra", isso segundo a própria companhia.
Super UHD
A LG revelou na CES 2016 uma nova linha de televisores "Super UHD". Assim como no caso da Samsung, esse é o termo escolhido pela empresa sul-coreana para diferenciar os modelos top de linha de TVs LCD. Não se trata de um "UHD melhorado" — é só uma questão de nome, e ser quase igual ao da rival não ajuda. E tem mais: esse nem é o modelo de melhor desempenho, já que as OLED TVs têm se saído melhor em avaliações.
De qualquer forma, aqui há compatibilidade com a tecnologia HDR (chamada aqui de HDR Plus) para melhorar cor e contraste, além da TruMotion 240Hz, uma taxa de atualização bastante avançada — função que existe naturalmente em televisores 4K, mas não tinha um nome específico.
uLED (ou ULED)
Pelo menos a sigla mudou um pouco. Porém, o conceito é o mesmo: uLED é o nome escolhido para a linha de televisores top de linha 4K (Ultra HD) da Hisense. A fabricante chinesa é a terceira maior do mundo e está desembarcando nos Estados Unidos só agora, o que também pode significar uma expansão para outros mercados.
Como diferencial, a Hisense alega que a tecnologia de luz traseira dinâmica produz melhor qualidade de imagem junto com o uso de quantum dots no modelo de 65" — nada exclusivo, entretanto. Cuidado para não confundir com a tecnologia OLED.
Triluminos
A tecnologia da Sony é um pouco mais famosa, já que aparece nas especificações técnicas de modelos de TVs e até smartphones há algum tempo. O que acontece é que ela varia bastante com o tempo: dependendo da época, pode ser usada tanto para indicar a presença de quantum dots quanto LEDs no padrão RGB. Atualmente, os modelos Triluminos possuem uma variedade de cores maior que o tradicional da Sony.
Signature
Essa é outra nomenclatura da LG, utilizada somente para dois modelos de OLED que "mantêm a essência" da marca, além de máquinas de lavar e outros produtos. As TVs G6 e E6 têm resolução 4K e HDR, além da tecnologia de imagem Dolby Vision. O problema? Os modelos B6 e C6 também possuem esses recursos, mas não são chamados de "Signature".
Spectros
O caso aqui é um pouco diferente. Spectros é o nome da fabricante Sharp para a tecnologia dos quantum dots. Ela está presente nos modelos das linhas 9100 e 9000. Trataremos sobre o recurso adiante.
Nits
Os "nits" representam luminância — ou seja, intensidade luminosa. Esse termo existe há algum tempo, mas não era amplamente divulgado. Entretanto, ele pode se tornar uma constante nas especificações técnicas de televisores e monitores, já que empresas gostam de exibir largas quantidades de uma medida como prova de potência e qualidade.
A determinação de quantidade de luminosidade de um objeto ou superfície é medida em candela por metro quadrado (cd/m²). Existem várias formas de "medir" isso, mas o nit é a unidade do Sistema Internacional (SI) por ser a mais completa: ele leva em conta também o ângulo de projeção para determinar a intensidade, já que o objetivo de uma tela não é iluminar um ambiente, mas ser permitir que o conteúdo seja visualizado.
Quantum dots e HDR
Os "pontos quânticos" estão na moda em modelos top de linha. Eles são pequenas partículas (normalmente referidas como nanocristais) que recebem energia e irradiam um determinado espectro de luz. Em vez de serem LEDs azuis revestidos por fósforo amarelo, formando LEDs brancos, os pontos quânticos emitem a luz dos LEDs azuis diretamente — e isso é utilizado também para a formação de LEDs vermelhos e verdes de maior qualidade. Em vez de um "filme" que filtra a luz, os pontos quânticos integram-se diretamente nos LEDs da iluminação traseira da TV. O resultado é economia de eneria e maior qualidade de imagem.
O HDR (High Dynamic Range) é um conceito já bastante familiar para quem lida com fotografia e indica imagens de maior alcance de brilho e luminosidade. Assim, locais mais escuros de uma mesma imagem ganham um "reforço" nessa característica, assim como os luminosos tornam-se ainda mais destacados.
Nos televisores, a ideia é a mesma: as cores ficam ainda mais ricas e realistas, com mudanças sutis de tons que você poderia deixar passar em telas menos modernas.
Fontes