Durante nossa participação da IFA 2014, tivemos a oportunidade de conversar com Albert Momberg, principal responsável pela divisão de Smart TVs da TP Vision/Philips. Entre os assuntos tratados está o futuro desse segmento, a importância do mercado brasileiro e qual é a possibilidade de o mercado algum dia investir em aparelhos com características modulares.
Questionado sobre a relevância do mercado de televisores frente a um universo repleto de tablets e smartphones, Momberg afirmou que é equivocado pensar que esses aparelhos são rivais. Segundo ele, com a adoção de sistemas cada vez mais integrados — como o Android TV, presente nas novas TVs da Philips — a questão se trata simplesmente de permitir que o consumidor decida qual meio ele prefere na hora de obter conteúdos.
O executivo afirma que, entre os quesitos que levam pessoas a continuar investindo em televisores está a qualidade e o tamanho das imagens, categoria na qual gadgets portáteis não são capazes de competir no mesmo nível. Além disso, a inclusão de novos conteúdos — particularmente games — deve ser responsável por atrair uma fatia maior do público para o meio.
Android TV
Questionado sobre os motivos que levaram a Philips a optar pelo sistema Android TV — enquanto concorrentes como a LG investiram em sistemas proprietários como o WebOS —, Momberg afirmou que a decisão teve como objetivo priorizar a oferta de conteúdos para o usuário. Segundo ele, a força da plataforma da Google é inegável e o fato de vários desenvolvedores já se interessarem por ela é algo bastante atrativo.
O executivo explicou que, tal qual acontece em smartphones e tablets, a plataforma é totalmente opensource e permite que a empresa trabalhe em seus próprios aplicativos. A diferença, no entanto, fica pelo fato de que a Google ainda não tem tantas ofertas de conteúdos feitos especificamente para televisores — o que faz com que a inclusão da loja proprietária da Philips se mostre vantajosa.
Momberg vê que a existência de dispositivos como o Chromecast não representa necessariamente um perigo ao futuro da parceria, já que esses dispositivos servem mais para preencher uma lacuna do que como competidores de Smart TVs. Ele se diz interessado em ver como aparelhos do tipo devem se desenvolver, já que seu ciclo de renovação é muito mais rápido do que o de uma televisão — categoria que se renova em períodos mais lentos, que vão de 5 a 6 anos.
O que o futuro reserva
Questionado sobre o futuro do segmento de Smart TVs, Momberg afirma que é difícil prever o caminho que o mercado vai seguir. Entre as tendências que ele citou como possíveis está o fim dos consoles dedicados a jogos, a ascensão dos elementos de realidade virtual e até mesmo o retorno do 3D — contanto que os produtores de conteúdo decidam investir de fato na tecnologia.
Segundo o executivo, o mercado brasileiro deve surgir como um destaque nesse sentido devido à sua capacidade de crescimento e ao fato de o público local se adaptar muito rapidamente a novas tendências. Ele também afirma que, com a chegada de sistemas como o Android TV, há a possibilidade de que se torne mais fácil realizar atualizações ao software de um produto da categoria — embora, na prática, a possibilidade ainda não tenha sido explorada.
Por fim, Momberg afirmou que não consegue imaginar um futuro no qual televisores modulares vão se tornar algo comercialmente viável. Embora teoricamente seja possível criar aparelhos com tais características, o fato de que eles custariam muito mais do que aparelhos convencionais faria com que o grande público dificilmente investisse em um produto com tais características.
A equipe do TecMundo viajou à IFA 2014 a convite da TP Vision/Philips.