(Fonte da imagem: io9)
Desde a época do primeiro computador pessoal, muitos paradigmas tiveram que ser quebrados para que levar um desses aparelhos para dentro das casas de indivíduos comuns se tornasse uma realidade. Isso porque esse era um período no qual esse tipo de máquina era vista como um aparato para gênios da engenharia.
Da mesma forma, nem sempre os computadores foram pequenos; há poucas décadas eles costumavam ser tão grandes a ponto de ocupar um cômodo inteiro e com muito menos capacidade de processamento do que temos hoje. Atualmente, os PCs são muito mais baratos do que há alguns anos e contam com uma quantidade maior de softwares disponíveis.
Por isso, hoje não é incomum muitos usarem o PC como a principal ferramenta da casa tanto para o trabalho quanto para o entretenimento. E, como uma consequência natural da evolução da tecnologia, as máquinas também passaram a ter componentes cada vez menores, além de contarem com processadores mais potentes.
Ou seja, o que há alguns anos não passava de ficção, como computadores que podem ser “vestidos” ou levados no bolso, hoje já é realidade.
Computadores em várias formas
Os computadores podem ser considerados, de certa forma, a fusão de uma série de “utilitários”. Eles reúnem os vários cadernos diferentes que costumávamos carregar, a máquina de escrever, o vídeo game, a câmera fotográfica, a televisão, o rádio e até mesmo os álbuns de fotos, entre vários outros itens.
(Fonte da imagem: Wikimedia Commons)
A ideia de praticidade acompanha a evolução dos computadores que, atualmente, podem ter vários tamanhos e formatos. De certa maneira, é possível dizer que eles acompanharam o estilo de vida do ser humano, adaptando-se para suprir necessidades, além de servirem para deixar a vida mais simples.
Ou seja, o que antes era uma máquina enorme que precisava de um local específico da sua casa para o uso se tornou um equipamento de tamanho reduzido. Atualmente, a nova tendência é que o computador está deixando de ser um “kit”, dependente de periféricos, e virando apenas um monitor.
O display, por sua vez, está deixando de servir apenas para a visualização e passando a funcionar como o “conjunto completo”, representando, inclusive, o próprio método de entrada de dados. Essa característica tem se manifestado por meio da popularização de dispositivos como tablets, smartphones e telas sensíveis ao toque.
(Fonte da imagem: iStock)
É possível observar tais dados analisando as vendas de tablets, que têm aumentado constantemente, especialmente quando comparadas às de desktops e notebooks nos últimos anos. Isso porque cada vez mais esse tipo de dispositivo permite que as pessoas possam fazer uma série de atividades realizadas por um computador convencional, com o diferencial de não depender de um local fixo.
Adicionalmente, várias grandes companhias têm disponibilizado os mesmos sistemas operacionais para tais aparelhos, proporcionando a troca de dados entre dispositivos de maneira simples. Outro modelo que tem crescido nas preferências populares são os “laptops que viram tablets”.
Com tantas vantagens, não é difícil entender o motivo que tem levado tantos consumidores a utilizarem esses aparelhos, porém ainda em “convivência conjunta” com um notebook ou um desktop. Até o momento, um dos maiores pontos negativos dos tablets quando comparados aos computadores é a capacidade de processamento.
(Fonte da imagem: iStock)
Ainda assim, uma possível sequência para essa evolução parece estar na criação de dispositivos com um tamanho menor e que possam ser “vestidos” para facilitar tanto o transporte quanto o uso.
Cada vez mais desejadas
Segundo estudos feitos pela Intel, 77% das pessoas que participaram da pesquisa preferem o uso de telas sensíveis ao toque. Para todas as tarefas empregadas no teste, os indivíduos tinham a oportunidade de realizá-las com periféricos tradicionais, touchpads ou uma tela touchscreen e, na maioria dos casos, esse último mecanismo foi o utilizado.
As telas sensíveis ao toque começaram a ficar populares em 2007 com os iPhones. Hoje, elas estão presentes não só em outros smartphones como também em tablets, notebooks e monitores para PCs, com o suporte de vários sistemas operacionais. É estimado, inclusive, que, até o final de 2013, 18% de todos os laptops venham a ser equipados com esse tipo de display, e que tal quantidade aumente para 40% em 2015.
Protótipo de tela OLED flexível da Samsung (Fonte da imagem: Divulgação/Samsung Tomorrow via YouTube)
Recentemente, as companhias estão investindo na confecção de telas sensíveis ao toque cada vez mais finas e dobráveis, com o objetivo de criar uma nova gama de dispositivos, inclusive computadores que possam ser usados no corpo. Esse tipo de monitor desempenha um papel essencial no processo dessas máquinas se tornarem um único display.
Telas para “usar”
Saindo dos produtos como tablets e smartphones, o setor que, aparentemente, está com as apostas mais altas no ramo da computação para “vestir” certamente é o dos óculos. Como você já deve imaginar, não há como falar sobre o assunto sem citar o famoso Google Glass, que traz um computador posicionado literalmente à frente dos seus olhos.
(Fonte da imagem: Divulgação/Google)
Ao usá-lo, é possível obter informações da sua agenda, publicações em redes sociais, tirar fotos, gravar vídeos e reproduzir conteúdo captado. Mesmo desconectado, o dispositivo permite fotografar e registrar em vídeo a “visão em primeira pessoa” de quem o está vestindo. Mas a Google não está sozinha nesse ramo.
A Vuzix também possui o seu projeto de óculos com suporte para realidade aumentada que utiliza uma versão modificada do Android 4.0 e pode se conectar com outros dispositivos via WiFi e Bluetooth. Esse produto ainda oferece GPS e detector de movimentos. Outros aparelhos do estilo incluem o Silicon Micro Display ST1080, um modelo de óculos de visual futurista que reproduz vídeos em 1080p em uma tela de 100 polegadas diante dos seus olhos, e o Lumus, que faz o mesmo em uma tela de 87 polegadas.
(Fonte da imagem: Reprodução/Android and Me)
Relógios inteligentes também integram esse grupo, como o Galaxy Gear da Samsung, que executa uma série de funções integrado ao Galaxy Note 3 e de forma independente. Sozinho, ele pode, por exemplo, capturar fotos e vídeos rapidamente. Inclusive, como o produto não é totalmente dependente do outro gadget, ele terá aplicativos próprios.
Fora do âmbito de aplicativos que sejam “apenas uma tela”, já existem muitos outros “computadores vestíveis” e outros exemplos podem ser encontrados neste artigo do Tecmundo.
O que nos aguarda no futuro
Computação vestível, realidade virtual e até mesmo inteligência artificial parecem elementos de uma mesma fórmula, que muitos apostam ser o futuro da humanidade. Esse tipo de tecnologia, que parece diretamente saído de livros e filmes de ficção científica, já pode ser visto em vários projetos atuais, além dos citados.
Muitos acreditam que o futuro do computador é que ele passe a ser um dispositivo tão pequeno quanto um cartão de crédito e com um grau maior de interação. Outros falam de uma dock capaz de integrá-los ao método de uso convencional, para que você possa literalmente carregar apenas um gadget, mas sem perder a possibilidade de “acoplar” periféricos.
Está prevista, também, uma evolução não só no que diz respeito aos tamanhos, formatos e o fato de o computador ser ou não apenas uma tela. O próprio conceito da entrada de dados está mudando completamente, como mostram projetos recentes. Um dos mais intrigantes nesse sentido é o desenvolvido pela peruana Katia Veiga, de 29 anos, aluna de doutorado na PUC-Rio.
Katia Veiga recebeu um prêmio internacional por ter criado cílios que controlam objetos com o simples piscar dos olhos. O dispositivo desenvolvido possui um pequeno rádio que envia os comandos ao controle escondido no bolso, que pode, então, transmitir comandos para outros equipamentos à distância.
(Fonte da imagem: Divulgação/Leap Motion)
Outro recurso surpreendente é o Leap Motion, que traz uma ampla gama de possibilidades com o seu sistema de controle por gestos 200 vezes mais preciso do que qualquer um disponível atualmente. A invenção da companhia é constituída por um dispositivo USB que usa um software sofisticado para proporcionar uma precisão de um centésimo de milímetro.
Voltando ao âmbito das telas, já existem projetos para criar lentes de contato com as funcionalidades do Google Glass e para o monitoramento da saúde. Tais pesquisas certamente são o suficiente para passar as primeiras impressões de que algo é certo para o futuro: o método de interação com os computadores será diferente.
(Fonte da imagem: Reprodução/Technology Review)
Porém, só o tempo poderá realmente confirmar os limites dessa evolução – e se ela realmente terá limites. Talvez, em um futuro não muito distante, o nosso cotidiano passe a ser composto por gadgets cada vez menores e mais potentes, usados junto ao corpo ou até mesmo passando a integrar parte dele.
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