A automação costuma ser vista constantemente como uma ameaça às ocupações desempenhadas por seres humanos. Apesar da óbvia possibilidade de redução de postos de trabalhos advinda do uso cada vez maior de máquinas para desempenhar trabalhos humanos, apenas uma ocupação foi totalmente substituída pela automação nos Estados Unidos nos últimos 67 anos.
Segundo estudo publicado pelo economista de Harvard James Bessen, a ocupação em questão é a de ascensorista (operador de elevadores). Bessen chegou a essa conclusão analisando o Censo de 1950 dos Estados Unidos e comparando com dados recentes, identificando que das 270 ocupações listadas naquela época, 232 ainda existem atualmente.
Isso significa que 38 delas foram removidas, mas apenas uma foi substituída pela automação. Das outras 37, 32 não existem mais graças à redução da demanda (caso dos guardas de pensão), enquanto cinco foram superadas devido à evolução tecnológica (como os operadores de telégrafo). Em suma, a obsolescência "mata" mais profissões do que a automação.
Obsolescência "mata" mais ocupações do que a automação.
Automação parcial vs automação total
Ainda na avaliação de Bressen, a automação nem sempre tem um viés negativo para uma ocupação, podendo inclusive ajudar na geração de novos postos de trabalho quando ela acontece apenas de forma parcial.
Para economista, a automação parcial pode resultar em aumento de postos de trabalho
“Essa distinção [entre automação total ou parcial] é importante porque implica em resultados econômicos bastante diferentes”, escreveu o economista em um artigo ainda em 2016. “Se um trabalho é completamente automatizado, então a automação necessariamente reduz o emprego. Mas se um trabalho é parcialmente automatizado, o número de empregos pode aumentar”, aponta o economista.
Isso aconteceria porque, em um cenário perfeito, a automação reduziria diretamente o preço do produto final, tornando-o mais acessível ao grande público. Com o aumento da demanda, a produção também aumentaria, o que resultaria em novos postos de emprego.
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