Embora a iluminação noturna normalmente não represente grandes preocupações em países desenvolvidos, o mesmo não pode ser dito de cerca de 1 bilhão de pessoas que ainda vivem sem energia elétrica. Tipicamente, essas famílias ainda dependem do obsoleto lampião de querosene sempre que o sol se põe. Não obstante, como observou o pessoal da GravityLight, a força da gravidade jamais “dorme”.
Dessa forma, o lampião desenvolvido pela companhia independente se propõe a ser a solução paliativa por excelência. Em termos de funcionamento, trata-se de algo bastante semelhante às boas e velhas lamparinas recarregadas manualmente. A diferença central, entretanto, é que ninguém precisa passar 10 minutos girando uma manivela para garantir um pouco de luz; basta dependurar alguns pesos, e deixar que a boa e velha física se encarregue do restante.
A GravityLight é acionada com um peso de 25 libras (pouco mais de 11 quilogramas), o que tanto pode ser um saco de areia quanto algumas pedras ou qualquer outra coisa. O objeto é então levantado por meio de uma corda com contas e, uma vez que o topo é atingido, basta soltar para ter iluminação por um período de 20 ou 30 minutos por ciclo — naturalmente, uma vez terminado o período, basta puxar a corda novamente.
Vantagens ecológicas e econômicas
As tradicionais lâmpadas de querosene são consideradas atualmente como um risco considerável, tanto para os usuários quanto para o meio ambiente de forma geral. Além do óbvio perigo de incêndios (dada a natureza altamente inflamável do combustível), esses lampiões ainda liberam no ar gases potencialmente cancerígenos.
De acordo com a GravityLight, atualmente 780 milhões de mulheres e crianças inalam uma quantidade de querosene equivalente ao fumo de 40 cigarros por dia. Além disso, estima-se que, coletivamente, a queima do combustível por aproximadamente 3% das emissões de CO2 (gás carbônico) no planeta, com a produção do chamado “carbono negro” tornando o quadro ainda mais preocupante nas localidades que dependem dessa fonte.
Por fim, a utilização do querosene ainda representa um rombo econômico considerável entre as populações mais pobres. De acordo com a companhia, o combustível consome cerca de 30% dos gastos mensais dessas famílias, enquanto que a GravityLight pode ser comprada por apenas US$ 10.
Nova versão revisada
O projeto da GravityLight tem em foco sobretudo os países em desenvolvimento. Entretanto, trata-se do segundo passo do projeto — ou, de uma revisão da GravityLight originalmente lançada e distribuída em mais de 30 países. De acordo com os fabricantes, a GravityLight 2 tem maior autonomia, é mais brilhante e também pode permanecer acesa entre os ciclos (momentos em que é necessário suspender novamente o peso).
Reforçando a natureza social do projeto, as novas GravityLights também serão fabricadas diretamente nos locais em que são mais necessárias, barateando os custos e gerando empregos nos países — com atenção especial para o Quênia.
A GravityLight 2 coleta fundos atualmente através do site Indiegogo, com uma meta de US$ 199 mil — tendo recentemente ultrapassado a marca dos US$ 105 mil. A campanha deve se estender por mais 32 dias.
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