Os Estados Unidos lançaram entre 50 e 70 mísseis Tomahawk na madrugada desta sexta-feira (7) como ataque ao regime de Bashar al-Assad, na Síria. A incursão militar é a primeira do país, com aval do presidente Donald Trump, e utilizou a potência de dois destroyers: o USS Ross e o USS Porter. De acordo com a Reuters, o ataque norte-americano foi uma retaliação aos ataques químicos realizados na Síria na quarta-feira (5).
Os mísseis norte-americanos tiveram como alvo uma base militar em Ash Sha'irat, na Síria
Donald Trump deve realizar um pronunciamento após o final da ação na Síria — e o recebimento de um briefing de James Mattis, secretário de Defesa. A CNBC comentou que as autoridades norte-americanas alertaram a Rússia sobre o ataque.
O alvo dos Estados Unidos foi Ash Sha'irat, na província de Homs. Segundo a Inteligência dos EUA, o ataque químico de quarta-feira (5) partiu desse local. Os mísseis norte-americanos atingiram aeronaves, depósitos de combustíveis e a pista da base militar.
Diferente dos ataques químicos realizados pelo regime de Bashar al-Assad, que atingiram civis, a iniciativa norte-americana foi calculada para não atingir a população, segundo a Reuters. Um canal televisivo da Síria está noticiando os ataques e afirmou que "a agressão americana atingiu alvos militares sírios".
- Acesse aqui para conhecer detalhes sobre as armas químicas utilizadas pela Síria.
JUST IN: Pentagon releases video of US cruise missile launch against Syrian airbase pic.twitter.com/Qbpoddhw1k
— Jon Passantino (@passantino) 7 de abril de 2017
Rússia e Síria
A Rússia, que também está ativa na região, alertou horas antes do ataque que uma ação enérgica dos Estados Unidos poderia ter "consequências negativas", durante reunião do Conselho de Segurança da ONU. "Se houver uma ação militar, toda a responsabilidade recairá sobre os que tiverem iniciado uma empreitada tão trágica e duvidosa", afirmou o embaixador russo na ONU, Vladimir Safronkov, de acordo com O Globo.
- Sobre o ataque químico, o governo turco afirmou que as autópsias de dezenas de corpos sírios revelaram o uso de gás sarin pelos militares comandados por Bashar al-Assad.
Donald Trump
Pronunciamento de Trump
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou um discurso explicando o ataque ao regime sírio. Abaixo, você acompanha na íntegra o texto reproduzido pelo O Globo:
"Meus compatriotas americanos,
Na terça-feira, o ditador sírio Bashar al-Assad lançou um terrível ataque com armas químicas contra civis inocentes usando um agente nervoso mortal.
Assad sufocou a vida de homens, mulheres e crianças inocentes. Foi uma morte lenta e brutal para muitos. Até mesmo lindos bebês foram cruelmente assassinados nesse ataque tão bárbaro. Nenhum filho de Deus deve sofrer tal horror. Hoje à noite, eu pedi um ataque militar direcionado a uma base aérea na Síria, de onde o ataque químico foi lançado.
É neste vital interesse de segurança nacional dos Estados Unidos prevenir e dissuadir a propagação e o uso de armas químicas mortais. A Síria usou armas químicas proibidas, violou suas obrigações sob a convenção de armas químicas e ignorou a insistência do Conselho de Segurança da ONU.
Anos de tentativas anteriores de mudar o comportamento de Assad falharam, e falharam de forma muito dramática. Como resultado, a crise de refugiados continua a se aprofundar e a região continua a desestabilizar, ameaçando os Estados Unidos e seus aliados.
Nesta noite, apelo a todas as nações civilizadas para que se juntem a nós na busca para acabar com o massacre e o derramamento de sangue na Síria, e também para acabar com o terrorismo de todos os tipos. Pedimos a sabedoria de Deus quando enfrentamos o desafio de nosso mundo muito perturbado.
Oramos pela vida dos feridos e pelas almas daqueles que se foram. E esperamos que, enquanto os EUA defenderem a justiça, a paz e a harmonia prevalecerão. Boa noite e Deus abençoe a América e o mundo inteiro. Obrigado"
JUST IN: Pres. Trump said “Assad choked out the helpless,” after the US launched missiles into Syria Thursday night. https://t.co/oZz0jUmo8i pic.twitter.com/q8HToGvDJG
— CNN (@CNN) 7 de abril de 2017
Esta notícia teve colaboração dos jornalistas Rafael Farinaccio e Marcelo Rodrigues
Categorias