Fundada nos Estados Unidos há apenas cinco anos e avaliada em nada menos que US$ 1 bilhão (R$ 3,35 bilhões), a Udacity começa a investir em sua expansão mundial. Por onde a empresa que é considerada a Universidade do Vale do Silício pretende iniciar essa sua nova etapa? Pelo Brasil, claro! A previsão da própria companhia é de que o país seja o seu segundo maior mercado até o final de 2017.
Atualmente, o Brasil já é maior que a China e logo deve passar a Índia, um fato bastante respeitável, já que esses dois são considerados grandes mercados do setor de tecnologia e ambos receberam escritórios locais da universidade meses antes de nós. Como traduzir os cursos para os idiomas mais falados nas regiões faz parte da estratégia de crescimento da marca, desde maio a empresa mantém um escritório em São Paulo – fazendo com que os seus primeiros cursos em português fossem lançados ainda em julho deste ano.
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Desenvolvimento de sistemas autônomos também faz parte do currículo da Udacity
Motivos para essa aposta, segundo a companhia norte-americana, não faltam. Em apenas quatro meses, por exemplo, o número de estudantes cresceu a uma taxa superior a 20% por semana. Além disso, Clarissa Shen, VP Internacional da Udacity, acredita que o país apresenta uma grande lacuna a ser preenchida quando o assunto é ensino de qualidade. Isso porque, apesar de estar entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil ocupa somente o 60° lugar no ranking mundial de educação.
O país é um dos que mais tem a lucrar com o treinamento de sua mão de obra
“O Brasil precisa investir em educação, é um esforço que deve ser feito não só pelos governos, mas também pelas empresas e por cada cidadão. O país é um dos que mais tem a lucrar com o treinamento de sua mão de obra”, afirma a executiva. Como estratégia de entrada no país, a Udacity tem feito parcerias com redes de ensino superior privado e também negocia com empresas para o treinamento de seus colaboradores.
Mercado aquecido e em busca de talentos
Entre os alunos que se inscreveram nos cursos da empresa – chamados de Nanodegrees (algo como “Nanograduações”) – 70% já trabalhavam com tecnologia. O interesse pelo conteúdo, no entanto, também veio de profissionais de outras áreas, muitos deles com o objetivo de ingressar nesse mercado. “O profissional brasileiro busca se atualizar para conquistar melhores posições no mercado. Em torno de 30% também se inscreve porque quer mudar de profissão e trabalhar em empresas de TI”, explica Shen.
Para Carlos Souza, diretor-geral da Udacity para a América Latina, a procura pelos cursos tende a aumentar por causa da própria demanda por profissionais de TI. Segundo dados da BRASSCOM, o Brasil possui 50 mil vagas em aberto no mercado de tecnologia por falta de qualificação profissional dos candidatos. “A falta de mão de obra qualificada é um grande limitador do desenvolvimento de empresas de tecnologia na região”, afirma o diretor.
“Casos de sucesso como o Nubank, Decolar.com, Hotel Urbano, Movile, Buscapé e Mercado Livre, apenas para citar alguns, podem ser potencializados e multiplicados com o treinamento de profissionais para se trabalhar nos setores de Machine Learning, Data Science, Mobile Development e Web Development – que são as áreas foco do Udacity”, analisa Souza.
Todos os setores hoje precisam de tecnologia para se desenvolver
Ele também destaca o papel da tecnologia como novo motor da economia como um todo: “Não dá mais para dizer que existe um setor de TI isolado. Todos os setores hoje precisam de tecnologia para se desenvolver, do agronegócio aos serviços. Sem profissionais da área, todos acabam sendo afetados”. E você já é um profissional da área ou tem interesse em se especializar nas mais diferentes modalidades de TI? Deixe seu comentário sobre o assunto mais abaixo.
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