Aparentemente, todo mundo quer um pedacinho do mercado de veículos autônomos e está fazendo o máximo para se destacar nesse setor – que, ao que tudo indica, tem um horizonte lucrativo pela frente. Primeiro tivemos um boom de empresas de tecnologia desbravando esse mercado, com a categoria sendo seguida de perto, pouco tempo depois, pelas próprias montadoras automotivas. Agora, é a vez de as companhias de software garantirem a sua fatia do bolo, e a TomTom é a representante mais recente a desbravar o tema.
Conhecida há tempos pelos seus sistemas de navegação e mapeamento – que dominavam esse segmento antes do advento de soluções como Google Maps e Waze – e por seus próprios dispositivos de GPS, a empresa já trabalhava ao lado de outras marcas que brincam com a ideia de carros capazes de se dirigir sozinhos, como a Uber e a Apple. Isso não pareceu ser o bastante para a TomTom, que resolveu, então, comprar a alemã Autonomos para incrementar ainda mais as funcionalidades da sua plataforma digital.
A empresa é bastante conhecida por seus dispositivos GPS
Fundada em 2012, em Berlim, a startup é composta de profissionais de ciência da computação e acadêmicos especializados em inteligência artificial que se juntaram para formar uma espécie de firma de consultoria para projetos de veículos autônomos. Segundo a compradora, a ideia é que a equipe da Autonomos trabalhe em produtos voltados especificamente para o setor, com boa parte deles servindo como base para aplicativos diversos: de mapas e serviços de localização a sistemas automotivos integrados à nuvem.
Com essa aquisição, nos posicionamos um pouco mais como um dos líderes do segmento de condução autônoma
“A tecnologia da TomTom, combinada ao nosso conhecimento em direção inteligente, é uma mistura perfeita para fazer com que o sonho dos carros autônomos se torne uma realidade”, acredita Tinosch Ganjineh, CEO da startup alemã. “Com essa aquisição, nos posicionamos um pouco mais como um dos líderes do segmento de condução autônoma”, completa Harold Goddijn, o chefão da própria TomTom. Parecem afirmações um pouco ousadas demais? Talvez sim, mas o negócio realmente pode significar bastante para a dupla.
Apostando na tecnologia
Com as gigantes da indústria automotiva e as empresas de tecnologia roubando os holofotes quando o assunto são os badalados carros inteligentes ou autodirigíveis, e também com cada vez mais soluções de GPS surgindo no mercado, a empreitada da TomTom é uma boa chance de a marca renovar a sua imagem, garantir a participação em uma área tão promissora e, claro, se manter relevante aos olhos do público e do mercado.
As perspectivas são bem favoráveis se fizermos uma análise rápida do cenário. Para começar, é muito cômodo para os outros players do segmento deixarem que o sistema de navegação de seus automóveis seja gerido por uma companhia especializada há um longo tempo nesse assunto. Afinal, isso permite que os seus esforços se concentrem em outras partes importantes do kit que compõe esses possantes inteligentes.
O mapeamento 3D da TomTom está em ação pelo menos desde 2015
Além disso, os planos da TomTom para a categoria são bem interessantes. Mais do que colocar um GPS mais arrojado nesses novos carros, a empresa quer incorporar uma tecnologia bem avançada em sua plataforma de mapas, capaz de facilitar consideravelmente a condução dos veículos autônomos. Tendo isso em mente, a empresa fez o mapeamento 3D de mais de 200 mil quilômetros de estradas nos EUA, na França e na Alemanha.
O que isso significa na prática? Que esses cenários tridimensionais bastante detalhados, feitos nas principais vias de cada país, complementem as informações obtidas em tempo real pelo conjunto de sensores dos automóveis, fazendo com que os passeios a bordo dessas máquinas se tornem ainda mais seguros, precisos e suaves – principalmente em trajetos do tipo “vá do ponto A para o ponto B”. E aí, será que a TomTom vai se manter como uma marca ativa no segmento automotivo em sua nova fase?
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