Cada vez mais popular e disputada com seus carrões movidos a eletricidade, a Fórmula E pode estar prestes a receber reforços vindo de outra categoria do automobilismo profissional da Fórmula 1. Calma, não se trata de mais escuderias fazendo a transição para o esporte ou de pilotos da F1 trocando os motores a combustão pelos elétricos, mas sim da McLaren sendo escalada para desenvolver novas baterias para a categoria.
Pois é, a divisão de tecnologia da montadora – a McLaren Applied Technologies – bateu uma série de concorrentes para ganhar o contrato com a organização responsável pela Fórmula E. O anúncio dessa parceria foi feito recentemente e tirou da jogada nomes como Red Bull Technology, Renault e até mesmo a atual fabricante das baterias do esporte, a Williams Advanced Engineering.
Belas modificações
Com a mudança, a ideia é que a McLaren passe a atuar na divisão a partir de 2018 e ajude a resolver alguns dos grandes empecilhos da modalidade: autonomia e velocidade. Embora cada time tenha a liberdade de desenvolver seus próprios motores, caixas de câmbios e suspensões, a Fórmula E tenta nivelar os competidores e manter a disputa justa ao exigir que todas as equipes compartilhes o mesmo chassi e a mesma bateria. Assim, é de suma importância que o alimento dos motores elétricos seja o melhor possível, certo?
Essas baterias da Williams devem ser substituídas em 2018
Tendo exatamente isso em mente, a FIA encomendou uma nova versão da peça que possibilitasse avanços consideráveis na categoria. Esse equipamento deve, por exemplo, ter ao menos 54 kWh de energia, chegando quase ao dobro dos atuais 28 kHw. O que isso quer dizer, na prática? Muito provavelmente que os pilotos não vão ter que trocar de carro no meio da corrida porque o primeiro foi completamente esgotado – uma estratégia extremamente complexa, custosa e, por que não, perigosa para as montadoras.
Essa pequena alteração em quilowatts deve fazer com que a velocidade máxima dos automóveis ultrapasse os atuais 241 km/h
Outra das exigências da federação diz que essa “bateria do futuro” deve ser capaz de fornecer 220 kW de potência aos veículos – um acréscimo de 50 kW em cima do que temos hoje em dia na Fórmula E. Essa pequena alteração em quilowatts deve fazer com que a velocidade máxima dos automóveis ultrapasse facilmente o que a categoria oferece no momento: pouco mais de 241 km/h. Com esses aperfeiçoamento, o esporte deve ficar ainda mais empolgante e pode acabar levando a tecnologia dos carros elétricos a um novo patamar.
As disputas devem ficar ainda mais aceleradas na Fórmula E
Futuro promissor
Segundo Rodi Basso, o diretor de automobilismo da McLaren Applied Technologies, é uma honra para a empresa “ser escolhida pela FIA para ser a única fornecedora de baterias para a Fórmula E”. Para o executivo, além de essa ser uma oportunidade de demonstrar parte da tecnologia sustentável desenvolvida pela McLaren, também é a chance de se aproximar mais de parceiros desse setor e tornar a experiência do público aficionado por corridas ainda mais suave e veloz.
Vale notar que, pelo menos inicialmente, o contrato prevê que a fabricante atue de forma exclusiva na categoria entre 2018 e 2020, com uma nova disputa pelo contrato sendo aberta a partir de então. O motivo? A velocidade com que a tecnologia avança. De acordo com o comunicado da federação de automobilismo, as baterias estão evoluindo em um ritmo dão rápido que se torna inviável manter a mesma peça ou fornecedora por mais de duas temporadas. Pensando bem, isso faz todo o sentido, não é?
O povo da McLaren Applied Technologies já mostra seu potencial da Fórmula 1
E você, costuma conferir as corridas de Fórmula E ou ainda acha que o esporte precisa ficar mais ousado para ganhar público e mais visibilidade? Vale lembrar que a terceira temporada da modalidade começou no último domingo (9) – com o ePrix de Hong Kong – e deve seguir até o final de julho de 2017. O melhor? Temos dois brasileiros na parada: Nelson Piquet Jr., pela NextEV NIO e Lucas di Grassi, pela ABT Schaeffler Audi Sport.
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