A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) acaba de denunciar duas fabricantes de tablets por causa de uma suposta concorrência desleal que está acontecendo no mercado nacional. Segundo a Associação, as fabricantes DL e Lenoxx estariam cometendo ilegalidades para manter preços mais baixos do que a das concorrentes — nacionais ou não.
Esta denúncia da Abinee diz que as duas empresas não colocam no mercado os mesmos aparelhos que são submetidos aos testes da Anatel — necessários para a homologação que permite as vendas nas lojas brasileiras. Segundo o que foi informado, não seria possível colocar no mercado um tablet na faixa de R$ 250 com as mesmas características dos modelos avaliados pela Anatel.
Como funcionaria a fraude?
De acordo com o que diz a Associação, os tablets da DL e da Lenoxx são produzidos com componentes de baixa qualidade, que são muito mais baratos do que os utilizados por outras fabricantes. Mas, para a montagem dos exemplares que são submetidos aos testes da Anatel, as fabricantes utilizariam componentes mais caros e de melhor qualidade. Ou seja: um aparelho bom seria enviado para homologação e aparelhos ruins seriam colocados no mercado.
Como foi mostrado na Folha de São Paulo, a Abinee diz que uma de suas fabricantes associadas questionou as fornecedoras chinesas acerca dos baixos preços conseguidos por DL e Lenoxx. Nesse momento, a própria fornecedora teria revelado que vende componentes de baixa qualidade para as duas, dizendo ainda que também envia alguns “Golden Samples” (amostras douradas) para a montagem dos aparelhos a serem testados.
A situação atual
Os membros da Abinee afirmam que não haveria outra forma de as duas conseguirem os resultados atuais e encaminharam as denúncias para a Anatel, que diz que vai investigar o caso. As denunciadas alegam que estão com a produção dentro da lei. Vale dizer que DL e Lenoxx são atualmente líder e terceira colocada, respectivamente, no segmento de tablets brasileiros.
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