(Fonte da imagem: Reprodução/IMDb)
Steve Wozniak, cofundador da Apple e uma das pessoas mais próximas de Steve Jobs, compareceu à estreia do filme “Jobs” e saiu da sessão com duras críticas à representação da figura do seu finado amigo, interpretado na ficção pelo astro Ashton Kutcher.
O longa-metragem conta a trajetória de vida do homem por trás de alguns dos produtos tecnológicos mais importantes da atualidade. O filme mostra como Jobs ajudou a criar a Apple e a revolucionar a indústria de portáteis com aparelhos como o iPod, o iPhone e o iPad.
Wozniak, no entanto, não gostou do que viu e disse que há “muitas coisas erradas” no roteiro do filme. De acordo com ele, o longa glorifica demais a figura de Jobs, que nem sempre foi o homem de negócios brilhante que a ficção quer mostrar, e se esquece de retratar com a devida importância o trabalho de muitos colegas que ajudaram a construir a Apple como ela é.
Wozniak vs. Kutcher
Além de criticar o tratamento fantasioso da história, Wozniak fez comentários sobre a interpretação de Kutcher. Apesar de ter achado uma boa performance e considerar que a fama do ator ajuda na construção da lenda de Jobs, Wozniak disse que Ashton faz um retrato superficial do amigo e que deixa de lado as dúvidas e os defeitos que ele tinha em como gerenciar o negócio.
O astro respondeu imediatamente às críticas, em defesa do filme, dizendo que Wozniak está sendo pago por uma produtora concorrente para falar mal da produção. De fato, Wozniak foi chamado pelo famoso roteirista Aaron Sorkin (de "A Rede Social") para servir de consultor em outra obra cinematográfica que vai contar a história de Steve Jobs.
O bate-boca entre os dois continuou com provocações sobre quem recebe mais para falar bem ou mal das produções e que há sempre uma agenda e um interesse das empresas por trás das discussões.
Ficção ou realidade?
É certo, no entanto, que uma obra de ficção como “Jobs” deve trazer vários elementos diferentes da realidade dos fatos. A história da criação da Apple e da ascensão de Jobs deve ser muito menos interessante do que o roteiro escrito para a interpretação de Ashton, e a proposta do longa é – descaradamente – enaltecer mesmo a figura de Steve Jobs.
Toda obra cinematográfica, seja ficcional, baseada em fatos reais e até mesmo documentária, é parcial; sempre há material que fica de fora da edição e escolhas que precisam ser feitas para dar mais sentido e coesão ao que importa no roteiro. Não há, portanto, o que esperar mais de uma obra que se chama simplesmente “Jobs”.
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