Muito em breve, deve ficar consideravelmente mais difícil – e caro – ter o seu jogo publicado na loja da Steam, uma das principais e mais rentáveis vitrines para games do mundo. Ao que parece, uma mudança nas políticas da Valve pode acabar tendo um impacto bem grande no trabalho de desenvolvedores e estúdios independentes. Isso porque a empresa resolveu acabar com o popular Steam Greenlight e substituí-lo pelo polêmico Steam Direct.
Enquanto o Greenlight permite que os usuários mais engajados na plataforma naveguem por uma infinidade de títulos tentando ganhar seu espaço ao sol e votem naqueles que acham ser mais dignos ou promissores, o novo sistema mistura a antiga postura de curadoria da Steam com uma série de burocracias e pagamentos que devem ser cumpridos para que o jogo tenha chance de figurar na loja virtual.
Muita gente gosta de fuçar o Greenlight para conferir lançamentos futuros
Não, você não leu errado, a Valve quer que os desenvolvedores desembolsem uma certa quantia em dinheiro antes de participar da brincadeira. O comunicado foi feito na última sexta-feira (10), no blog da Steam, e indica que a mudança na plataforma pode ser feita até a metade deste ano. Segundo o texto, a companhia andou revendo o seu direcionamento – agora mais focado em um sistema de distribuição de conteúdo – e percebeu que o Greenlight é algo que já cumpriu o seu papel, mas que começa a se tornar um obstáculo para o progresso do negócio.
Se você é desenvolvedor, comece a separar as verdinhas
Chegaram a um número que pode ficar entre US$ 100 e US$ 5 mil
“Novos desenvolvedores terão que preencher uma papelada digital, passar por uma verificação pessoal e da sua companhia e apresentar uma documentação parecida com a utilizada no processo de abrir uma conta no banco”, explica a postagem. O valor da taxa de entrada no “clubinho” da Steam? Bem, eles afirmam terem conversado com diversos profissionais do setor e chegaram a um número que, apesar de ainda não estar decidido, pode ficar entre US$ 100 e US$ 5 mil – o equivalente a, respectivamente, R$ 312 e R$ 15,6 mil.
Separando o joio do trigo ou só ganância mesmo?
Entre as centenas de comentários deixados no site da Valve, houve tanto quem defendeu a postura da companhia quanto quem condenou fortemente a decisão. Afinal, se formos pensar bem, isso pode fazer com que haja uma filtragem melhor no conteúdo adicionado à loja, limando possível títulos caça-níqueis e jogos realmente ruins que poluem e atrapalham a navegação dos visitantes em busca de uma boa diversão.
Em alguns casos, esse montante é exatamente o orçamento inteiro de um game independente
Por outro lado, pedir que um desenvolvedor solitário ou que um pequeno estúdio indie tire US$ 5 mil do bolso para pagar o ticket de participação da Steam pode beirar a crueldade e simplesmente acabar com projetos verdadeiramente interessante. É só imaginar que esse dinheiro poderia ser investido para criar texturas mais detalhadas, licenciar um software profissional ou viabilizar um modo de jogo extra. Em alguns casos, esse montante é exatamente o orçamento inteiro de um game independente.
Comprar cadeiras novas – e PCs melhores – ou publicar seu jogo na Steam? Você decide!
Seja como for, o mais provável é que a empresa de Gabe Newell continue lucrando o mesmo ou até mais com a troca do Greenlight pelo Direct. E você, acredita que essa é uma boa ideia? Acha que com isso a companhia vai conseguir cumprir o seu objetivo de criar uma sintonia maior entre consumidores e desenvolvedores? Deixe a sua opinião sobre o assunto mais abaixo, na seção de comentários.
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