Finalmente conseguimos colocar nossas mãos na versão Beta do Microsoft Security Essentials, o novo antivírus da Microsoft, e é claro que não deixamos a chance passar: testamos e avaliamos todos os seus aspectos, de interface até o desempenho!
Para aqueles que ainda não conhecem a novidade da companhia, uma ótima dica é ler a nossa cobertura preliminar, de quando uma versão de testes internos vazou pela internet. O conteúdo é praticamente o mesmo e você poderá ter uma ligeira ideia de como é a interface e o funcionamento.
E aí, será que esse antivírus vai conseguir competir de frente com os outros que já estão no mercado? Ele é tão confiável quanto os demais? Nós respondemos a estas perguntas na análise abaixo, confira!
Primeiras impressões
“Direto ao ponto”, talvez esta seja a expressão que melhor defina o antivírus da Microsoft. Você não encontrará telas e menus enfeitados (como o painel de controle do Avast que mais parece um player de áudio) e nem serviços adicionais, como barras de ferramentas. Apenas um antivírus, uma tela, focada em capturar as ameaças e proteger seu computador, sem se intrometer em nada mais.
A janela principal, por sua vez, é dividia em quatro abas da seguinte maneira:
• Home: mostra as informações principais. É por onde podem ser realizadas ou programadas as varreduras.
• Update: revela se o programa está atualizado ou não. Podem ser realizadas verificações manuais.
• History: mostra todas as ocorrências de ameaças que já passaram pelo computador, divididas em todos os itens, itens em quarentena e itens permitidos.
• Settings: guia de configurações. Abrange desde formatos de arquivos até as ações padrão para cada nível. Você encontra uma descrição completa desta parte mais abaixo.
Uma observação a ser feita é a de que ele não funciona ao lado de outros da categoria (nem pense em juntar Avast, AVG, Avira e esse!), ao contrário do Windows Defender, que agia mais como uma leve proteção complementada por terceiros.
Leve no computador...
Muitos dos usuários não instalam antivírus em suas máquinas principalmente pela perda de desempenho ocasionada. Não raras são as vezes em que vemos alguém falando “esse antivírus deixou meu PC uma carroça!”, mas ainda bem que este não será o caso com o Microsoft Security Essentials. A velocidade de uso do computador se manteve inalterada, tanto na inicialização quanto durante a navegação pelos programas e janelas.
O consumo de memória dificilmente ultrapassa a marca dos 60 MB em uso normal. Até mesmo durante o processo de busca por arquivos infectados em modo completo — o mais pesado — foi possível abrir programas e navegar na internet sem quaisquer problemas. O significado de “plano de fundo” realmente foi levado a sério!
...Pesado com os vírus!
Não pense que a simplicidade do Microsoft Security Essentials se traduz em varreduras de vírus superficiais. Muito pelo contrário, em modo Full Scan o aplicativo de segurança levou até mais tempo que o Kaspersky para varrer o computador (todo o processo será detalhado no tópico de testes, mais abaixo) e fez bonito, reconhecendo todos os arquivos e sites intencionalmente infectados que utilizamos.
Mas o bacana é que o usuário que possui algum arquivo infectado não se vê limitado apenas à mensagem de aviso: todos os dados são mostrados, do caminho até a origem da infecção. Assim você sabe exatamente o que ocorre com sua máquina e, caso precise de ainda mais informações, basta dar um clique sobre a opção mostrada abaixo.
Tão autônomo quanto os demais
Como era de se esperar, as atualizações também rodam em plano de fundo, o que significa que a janela do antivírus pode ser fechada enquanto o download das novas definições é realizado.
Para complementar o processo de atualização automática, o antivírus também mantém um monitoramento constante do sistema, de seus processos, pastas e dispositivos removíveis, de modo que tudo o que for perigoso possa ser prontamente barrado, já na entrada.
Flexível
A última das guias, como já dito, permite que você configure todos os aspectos do antivírus. Em primeiro lugar, temos o agendamento de varreduras, que pode ser programado para qualquer hora e data entre todos os métodos (rápido, completo e personalizado). A segunda opção serve para que você defina as ações padrão, isto é, o que o MSE deve fazer em caso de ameaças e infecções.
Na sequência vêm os parâmetros de proteção em tempo real (alguns podem conhecer esta função pelo nome de proteção residente), que protege o computador contra problemas em arquivos que estão sendo abertos. Por fim, são definidos quais processos, tipos de arquivos, mídias e diretórios devem ser observados de perto.
Desempenho real
A impressão até aqui foi ótima, mas de que adianta tudo isso se o antivírus for lerdo ou ainda ineficaz na remoção das ameaças? Por isso realizamos alguns testes comparados, quando possível, com o antivírus Kaspersky — que por sua vez não é gratuito. Abaixo você confere um resumo de cada um deles.
Velocidade de varredura
Para este teste entendemos que o melhor seria continuarmos utilizando o computador para outras tarefas, enquanto a busca era realizada, afinal, você não quer parar seu trabalho a cada vez que o processo for realizado, não é mesmo?
Como o grau de utilização do computador pode ter flutuado de um teste para o outro, consideramos um empate técnico, já que a diferença foi muito pequena.
Utilização de memória
Foram medidos os picos durante a execução da varredura completa tanto no Microsoft Security Essentials quanto no Kaspersky:
Microsoft Security Essentials é muito mais eficiente no gerenciamento de memória, subindo em míseros 18 MB o consumo durante seus picos. Um show de desempenho!
Detecção e remoção dos vírus
Este teste é um tanto controverso, uma vez que partimos de arquivos já infectados (reconhecidos pelo antivírus anterior) ou de amostras de ameaças colhidas da Internet. De qualquer modo, optamos por várias etapas:
Mídia removível: Inserimos um pendrive infectado com o vírus Conficker (saiba mais sobre ele com este artigo). Não foi aberta nem mesmo a sequência de reprodução automática, pois o antivírus o detectou imediatamente. A remoção também foi perfeita, não deixando vestígios nem no computador e nem no próprio dispositivo.
Varredura de arquivos: Assim como para o pendrive, infectamos o computador intencionalmente com Conficker (calma, nós desligamos ele da rede!). Em alguns segundos rodando em modo completo, o MSE aniquilou-o do sistema.
Trojan.JS.Seeker: Navegando pela internet, tentamos acessar um arquivo de vírus diretamente e depois baixando-o pelo navegador. No primeiro caso a detecção foi imediata. Na segunda ela só ocorreu quando abrimos o pacote, mas em nenhum momento corremos risco.
Worm MyDoom: O mesmo comportamento exibido com o Trojan se repetiu aqui. A remoção de ambos simultaneamente foi infalível.
Netsky Worm: Embora ele não possa ter sido removido prontamente, o Microsoft Security Essentials isolou-o na quarentena, sem qualquer acesso direto a arquivos do computador.
Estrada para o sucesso
Utilizando o Microsoft Security Essentials por alguns dias, podemos observar que ele é um dos mais rápidos da categoria, interferindo minimamente no desempenho de sua máquina (muito menos do que qualquer outro que já testamos). O melhor de tudo é que ele se atém à proposta de ser única e exclusivamente um antivírus, coisa que os usuários têm dificuldades para encontrar hoje em dia.
Ele também foi capaz de devorar todos os vírus que lançamos no computador, alguns que nem mesmo o Kaspersky foi capaz de remover efetivamente. Não que ele seja 100% seguro, mas até onde pudemos levá-lo, ele foi tão eficaz quanto os concorrentes. O único problema que alguns encontrarão é com o processo de validação do Windows, que possui seus contratempos e falhas.
Por estar em fase Beta, também é provável que muitas correções e melhorias sejam realizadas, mas já é possível perceber o enorme potencial de MSE. Se você está em busca de uma alternativa ao seu antivírus atual, fique de olho no lançamento da Microsoft, que virá para arrepiar com tudo no fim deste ano! Nós aprovamos!