A Google revelou nesta quinta-feira (09) uma nova iniciativa na indústria para apoiar financeiramente outros navegadores que usam o Chromium como base para os próprios programas. O projeto se chama Supporters of Chromium-Based Browsers e será mantido junto da The Linux Foundation por envolver uma plataforma de código aberto.
O fundo de investimento vai ajudar a financiar o desenvolvimento, aprimoramento ou manutenção de projetos do ecossistema Chromium — que é a atual infraestrutura usada por navegadores como Microsoft Edge e Opera, além do próprio Google Chrome. Meta, Microsoft e Opera foram os primeiros nomes confirmados como parte do consórcio.
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Além da ajuda financeira e do acompanhamento próximo, a companhia se comprometeu a "continuar investindo pesado na infraestrutura compartilhada" do projeto, o que inclui "manter milhares de servidores rodando milhões de testes sem parar, respondendo a inúmeros bugs por dia".
No comunicado sobre o lançamento do fundo, a empresa diz que foi responsável por 94% das contribuições financeiras ao projeto Chromium só em 2024. Ela não pretende reduzir essa fatia, segundo a nota, mas "continua achando bem-vindo que outros apareçam para investir mais".
Sinal do futuro do Chrome?
A iniciativa de criar um fundo de investimentos para o Chromium só agora, sendo que o projeto de infraestrutura de navegadores existe desde 2008, não parece coincidência ou mero acaso.
É provável que a Google esteja construindo um argumento para impedir que ela seja obrigada a vender a divisão do Chrome — uma das exigências do Departamento de Justiça dos Estados Unidos após uma investigação sobre monopólio.
- Saiba mais: Google terá que vender o Chrome para desfazer monopólio, defende Departamento de Justiça dos EUA
De acordo com o caso em andamento, a gigante terá que se desfazer de algumas unidades ou então acabar com acordos bastante vantajosos que a tornam o mecanismo de busca padrão em outros navegadores sem relação com ela em código, como Firefox e Safari.
"Esse trabalho representa milhares centenas de milhões de dólares em investimento anual só em custos de manutenção antes que qualquer novo recurso, inovação ou outras prioridades comerciais sejam atendidas", explica a empresa, evidenciando que ela permite a presença de concorrentes no mercado inclusive utilizando mecanismos da própria Google.
Com a criação do fundo, são duas as possibilidades: o projeto pode ser o suficiente para convencer as autoridades de que o Chrome não é um monopólio ou a Google já se prepara para manter o Chromium em funcionamento de forma independente, talvez até sob outra direção.
A audiência sobre o processo acontece apenas em abril de 2025.
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