A Meta solicitou muitos recursos de interoperabilidade na Europa, reclamou a Apple. Obrigada a atender aos pedidos pela Lei dos Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês), a Apple alerta que os pedidos podem impactar negativamente na segurança e na privacidade de usuários.
Uma das principais empresas de tecnologia do mundo, a Apple está sujeita a regras específicas conforme a DMA. Entre elas, a empresa precisa garantir que serviços de terceiros possam interoperar com suas próprias plataformas, ou encarar uma multa significativa.
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Porém, essa interoperabilidade acontece mediante solicitação — o desenvolvedor externo precisa fazer uma requisição para a Apple. Nesse processo, a Meta encaminhou 15 diferentes pedidos — mais do que qualquer outra empresa, segundo a Reuters.
Se aceitas, as requisições colocariam em risco a segurança dos usuários. "Se a Apple tiver que garantir todas essas requisições, o Facebook, o Instagram e o WhatsApp permitiriam que a Meta lesse mensagens, e-mails, monitorasse o uso de apps, escaneasse suas fotos, vasculhasse arquivos e eventos, registrasse todas as suas senhas e mais", alegou a Apple à Reuters.
Meta discorda
Em resposta às acusações, a Meta discordou que as requisições seriam nocivas para a integridade dos usuários. A plataforma disse que a Apple "não acredita em interoperabilidade" e, por isso, se opõe aos pedidos da empresa.
"Sempre que a Apple é criticada por seu comportamento anticompetitivo, eles se defendem usando argumentos sobre privacidade que não são baseados na realidade", pontuou a Meta.
Disputa incerta
Por enquanto, não há certeza de que entidades europeias intervirão nessa briga a favor da Apple ou da Meta. Contudo, recentemente a Comissão Europeia publicou uma série de recomendações sobre como a Apple deve lidar com as solicitações de interoperabilidade.
As soluções propostas pelo governo estão abertas para discussão até 9 de janeiro de 2025. Em março, a Comissão Europeia deve avaliar se a Apple atendeu ou não às demandas por interoperabilidade impostas pela DMA.