A empresa chinesa ByteDance, dona da rede social TikTok, abriu uma ação judicial contra um ex-estagiário que foi demitido da companhia. A acusação é de que ele "sabotou" de forma consciente um projeto interno envolvendo inteligência artificial (IA).
Segundo a documentação do processo, aberto em uma corte distrital de Pequim, a ByteDance pede uma indenização de 8 milhões de yuan — o equivalente a US$ 1,1 milhão ou R$ 6,7 milhões em conversão direta de moeda — e um pedido público de desculpas. O caso agora segue para análise de um juiz.
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O acusado de sobrenome Tian teria modificado um código interno para "prejudicar o trabalho de um modelo de treinamento de um projeto de pesquisa", o que causou uma "perda significativa de recursos". O rapaz teria feito a ação por estar insatisfeito com alterações internas: ele trabalha na equipe de tecnologia da gigante chinesa, mas não diretamente com o laboratório de IA.
Como Tian negou as acusações, a dona do TikTok recorreu ao processo para tentar compensar as perdas. A companhia ainda negou rumores anteriores de que a ação do estagiário, que foi demitido em agosto, teria causado perdas "incalculáveis" que incluiriam a perda de milhares de GPUs usadas nos data centers.
A plataforma usa IA tanto em recursos dos próprios serviços, como é o caso do TikTok, quanto em um chatbot próprio que funciona na China, o Doubao.
TikTok em situação delicada
Além do processo e de lidar com o prejuízo no sistema de IA, a ByteDance tem ainda outros problemas para lidar — em especial envolvendo a rede social de vídeos curtos.
Recentemente, o serviço passou a proibir o uso de filtros embelezadores por menores de idade — muito por causa da pressão de governos e órgãos reguladores sobre possíveis danos à autoestima e saúde mental da rede social em jovens. Já no Canadá, por acusação de riscos à segurança nacional, os escritórios do serviço foram fechados.
Além disso, o aplicativo ainda corre o risco de ser banido nos Estados Unidos, em um processo que pode ser revertido pelo futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O político sinalizou que pode tentar acabar com a proibição, embora o processo ainda seja considerado difícil.
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