Um dos cientistas da computação mais relevantes do atual mercado de inteligência artificial (IA) tem uma opinião diferente de vários colegas sobre a área. Para o francês Yann LeCun, apesar de todo o interesse atual no setor, ele está longe da capacidade que muitos imaginam.
Uma reportagem do The Wall Street Journal sobre LeCun trouxe algumas opiniões fortes do pesquisador. Em uma metáfora que ele usa com frequência, o cientista compara chatbots e sistemas atuais com um gato que vive como bicho de estimação — dando a "vitória" para os bichanos.
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"Me parece que antes de encontrar de forma urgente como controlar sistemas de IA mais espertos que nós, primeiro nós temos que achar o início de uma ideia sobre o design de um sistema que é mais inteligente que um gato domesticado", explica.
Yann LeCun.Fonte: GettyImages
Especificamente, Yann cita que uma IA precisaria superar os gatos em pelo menos algumas características: compreender o mundo físico, ter uma memória persistente, conseguir planejar e trazer alguma capacidade de lógica.
Nada de dominar o mundo
Atualmente professor da New York University (NYU) e pesquisador da Meta, Yann é considerado um dos "padrinhos do deep learning" ao lado de dois colegas da área, Yoshua Bengio e Geoffrey Hinton. O trio recebeu o tradicional Prêmio Turing em 2019 pelas contribuições no setor.
Porém, ele discorda da dupla em alguns assuntos. LeCun acredita que ter medo de IAs que podem superar a nossa inteligência e ameaçar a existência humana "é uma besteira completa". Ele acha que a IA é poderosa, tanto que trabalha no setor, mas rejeita o discurso de que ela pode se tornar algo nocivo.
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Além disso, o pesquisador também entende que há muito a se fazer para que IAs sejam realmente úteis. Na Meta, onde ele trabalha chefiando o setor, o impacto da tecnologia já "tem sido realmente enorme".
"No futuro, quando as pessoas falarem com o seu assistente de IA, para os óculos inteligentes ou o que seja, precisamos que esses sistemas tenham características de nível humano e um senso comum, de fato se comportando como um assistente humano", argumenta.
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