Os cientistas Geoffrey Hinton e John Hopfield, responsáveis por invenções e descobertas que estabeleceram as bases para algumas das principais pesquisas em inteligência artificial, ganharam o prêmio Nobel de Física 2024. O anúncio dos ganhadores foi feito pela Academia Real das Ciências da Suécia na terça-feira (8).
Segundo o comitê responsável pela premiação, o trabalho da dupla ao longo de décadas possibilitou a criação de redes neurais artificiais, arquitetura vagamente modelada com base na estrutura cerebral. Treinadas para reconhecer padrões complexos, essas redes sustentam a geração de linguagem, o reconhecimento de imagens e outros usos da IA atualmente.
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Cerimônia de anúncio dos vencedores do Prêmio Nobel de Física 2024.Fonte: Academia Real das Ciências da Suécia/Divulgação
Nascido em Chicago (Estados Unidos) em 1933, Hopfield é o criador da “rede Hopfield”, que simula o funcionamento do cérebro humano e possui a capacidade de armazenar e reconstruir informações. Anteriormente, o professor emérito da Universidade de Princeton (EUA) se dedicava à biologia molecular.
Já Hinton nasceu em Londres (Reino Unido) em 1947 e aproveitou as informações da rede Hopfield para criar a "máquina de Boltzmann", um modelo generativo que pode identificar padrões ao ser alimentado com exemplos. Além de pesquisador da Universidade de Toronto, ele atuou como consultor do Google.
Alerta sobre os riscos da IA
Apesar da contribuição para o desenvolvimento da IA, um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Física 2024 tem feito alertas sobre os riscos da tecnologia. No ano passado, Hinton disse ao The New York Times que uma parte dele “agora se arrepende do trabalho de sua vida”.
Também em 2023, o “padrinho da IA”, como o cientista da computação também é chamado, justificou a saída do Google como uma forma de chamar a atenção sobre os riscos potenciais da IA. A empresa de redes neurais criada por ele junto com o ex-cientista-chefe da OpenAI, Ilya Sutskever, foi comprada pela gigante das buscas em 2013.
O tema voltou a ser tratado por Hinton em entrevista após a premiação. O pioneiro da IA disse que a humanidade não tem experiência em lidar com “coisas mais inteligentes do que nós” e que os avanços podem trazer consequências ruins, especialmente se a tecnologia ficar “fora de controle”.
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