Por Fernando Arditti.
Seremos uma sociedade muito mais diferente daqui a 10 anos do que éramos 100 anos atrás. Isso porque a aceleração das mudanças acontece a passos cada vez mais largos, de modo que uma única invenção é capaz de permitir a criação de inúmeros novos caminhos.
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O processo de evolução é marcado por uma série de invenções que mudaram a forma em que as coisas são feitas, como a escrita e a prensa. No meio da tecnologia, podemos citar diversos marcos, como a criação dos computadores, da internet, da web e até da nuvem. Algo que tudo isso tem em comum, é o potencial de expandir possibilidades.
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O conceito de Platformless pode revolucionar o processo de criação e implementação de softwares.
Quando se trata de tecnologia, vemos uma cultura de colaboração muito forte, por isso, os profissionais e empresas do setor caminham, de certa forma, juntos para encontrar novas formas de facilitar o dia a dia e explorar novas experiências. Foi a partir da união de conceitos como API-first e middleware nativo da nuvem que surgiu uma nova maneira de pensar o desenvolvimento: o Platformless.
Na tradução literal ‘sem plataforma’, o conceito pode revolucionar o processo de criação e implementação de softwares por meio de ferramentas que eliminem ou ocultem a complexidade da plataforma em si.
As plataformas permitem que as organizações executem ações de forma rápida e em escala. Por isso, evidentemente, o termo não significa a ausência literal de uma plataforma. No universo da tecnologia, o sufixo ‘less’ pode significar uma mudança em direção a uma maior simplicidade e uma abordagem mais centralizada no usuário.
Ao pensarmos em uma mudança de papéis focada na colaboratividade – no qual o usuário é o próprio desenvolvedor –, essa concepção é um marco determinante para a Engenharia de Plataforma e Experiência do Desenvolvedor (DX).
Um estudo do GitHub aponta que os desenvolvedores que trabalham dentro de estratégias que priorizam a Experiência do Desenvolvedor podem ter um aumento de até 50% na produtividade. Ações relativamente simples permitem que equipes se dediquem de maneira mais efetiva na resolução de tarefas complexas, reduzindo o tempo dedicado a questões operacionais.
Essa abordagem possibilita uma colaboração mais criativa, e a partir dela, cada profissional passa a se concentrar na criação e produção, sem necessariamente se preocupar com a infraestrutura subjacente.
O processo de criação tem muitas etapas e desafios, e a infraestrutura é a parte mais complexa do desenvolvimento, além de demandar mais tempo da equipe e, consequentemente, custos de produção. Ao eliminar investimentos substanciais necessários para o desenvolvimento e manutenção da plataforma, o Platformless proporciona um modelo financeiramente mais sustentável.
Inclusive, este foi um dos principais temas que conversamos em nossa Conferência Global WSO2con, neste mês de maio, em que reunimos desenvolvedores, parceiros, clientes e convidados globais. Lá, debatemos como o propósito do Platformless torna a vida dos desenvolvedores mais fácil e ágil, reduzindo a necessidade de grandes equipes, estruturas e investimentos para o desenvolvimento de um software ou aplicativo.
Assim como no conceito de design thinking, ao agilizar o processo inicial, o ‘efeito dominó’ impacta toda a cadeia, aumentando a velocidade de produção e facilitando o processo de tornar uma solução aplicável para testar e avaliar, proporcionando assim, mais insights para um produto final ainda melhor.
Cada vez mais, a jornada do usuário no ambiente digital se torna prioridade para empresas de tecnologia. No final do dia, uma plataforma incrível e revolucionária pode se tornar somente mais uma plataforma caso ela não possa se adaptar à rotina do usuário, melhorar processos e tornar o seu objetivo mais simples, prático, rápido ou barato. Isso se aplica a qualquer tecnologia.
Essa experiência do usuário é um fator cada vez mais decisivo para que uma empresa conquiste clientes, fidelize e consiga recomendações. Ou seja, a tecnologia que muitas vezes atua nos bastidores faz total diferença na ponta.
Na prática, essa é uma ‘mudança de chave’ para a área de desenvolvimento. O Platformless prioriza a melhoria da experiência de todos os envolvidos na criação, implementação e execução de aplicativos para as pessoas e, principalmente, para as empresas.
Para isso, o desenvolvedor pode adotar dois caminhos - usar uma plataforma de Software como Serviço (Saas) que proporcione uma ‘experiência platformless’, ou criar estratégias e metodologias próprias para desenvolver por meio de blocos ou utilizando plataformas abertas.
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Independente de qual rumo seguir, sem ter que pensar em todos os elementos que compõem a infraestrutura, os desenvolvedores podem focar apenas no desenvolvimento de aplicações, reduzindo o tempo de entrega (as temidas SLAs) e permitindo mais espaço para explorar a criatividade na criação e construir experiências digitais que agreguem valor aos usuários finais.
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Fernando Arditti é vice-presidente e gerente-geral da WSO2 na América Latina.