A avançada capacidade da inteligência artificial de lidar com enormes quantidades de dados pode ser útil para auxiliar a ciência na busca por vida em outros planetas. Um dos projetos que utilizam a tecnologia é o Search for Extraterrestrial Intelligence (SETI), como destacou a BBC na última semana.
Em parceria com o Observatório Nacional de Radioastronomia dos Estados Unidos, que estuda planetas, asteroides e estrelas via radiofrequências, a organização desenvolveu um software alimentado por IA. O programa vai analisar os dados capturados pelas 28 antenas gigantes do sistema.
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Os dados gerados no VLA serão analisados pela IA (Imagem: Getty Images)Fonte: Getty Images/Reprodução
Juntas, as antenas do observatório Very Large Array (VLA) geram 2 TB de dados por segundo, que serão processados pela IA quando ela estiver funcional. O objetivo é identificar novos tipos de sinais de rádio de fontes desconhecidas, além daqueles de banda estreita pesquisados atualmente.
De acordo com o CEO do SETI, Bill Diamond, o uso da inteligência artificial na busca por vida extraterrestre se mostra indispensável.
“Estamos à procura de algo que é provavelmente extremamente raro e que pode ser muito difícil de encontrar e extrair dos fenômenos de fundo que observamos ao mesmo tempo”, declarou.
Procurando vida em Marte e outros planetas
Outra iniciativa apoiada pelo SETI é o Breakthrough Listen, que busca evidências de comunicações alienígenas em mais de 1 milhão de estrelas e 100 galáxias, analisando dados de telescópios. Recentemente, um integrante do projeto desenvolveu uma ferramenta de IA para otimizar o trabalho.
E a ajuda tecnológica já deu resultado, com a identificação de oito sinais supostamente enviados por ETs não detectados pela avaliação humana. Porém, os pesquisadores acreditam se tratar de falsos positivos, uma vez que as observações ainda não foram repetidas.
A IA também é usada nas investigações de rochas marcianas (Imagem: Divulgação/NASA)Fonte: NASA/Divulgação
Além disso, ferramentas semelhantes são utilizadas na análise de imagens das amostras da cratera Jezero, em Marte, colhidas pelo rover Perseverance da NASA. Cientistas da Carnegie Institute for Science, nos EUA, descobriram que a IA distingue materiais antigos vivos e originados de processos não biológicos com quase 90% de precisão.
Eles buscam por padrões sutis nas bioassinaturas moleculares que podem ser um indício de vidas passadas no Planeta Vermelho. Futuramente, é possível que os sistemas de IA sejam integrados aos equipamentos das missões espaciais, realizando as análises localmente.
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