Um novo projeto de Lei pode fazer com que o WhatsApp saia do Reino Unido. Pautada pela Câmara dos Lordes, o poder legislativo discute há anos a criação de medidas que se apoiam em uma política de moderação para esse tipo de mensageiro.
A intenção do Escritório de Comunicação do Reino Unido (Ofcom, em inglês) é determinar uma série de regras para rastrear atos terroristas ou de pedofilia nas redes sociais com a lei, chamada de Online Safety Bill. Caso as companhias não sigam esse tipo de regulação, podem ser multadas em até 10% do seu faturamento total.
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No entanto, isso não parece ser uma realidade para os aplicativos, como o WhatsApp. Como essas plataformas utilizam uma tecnologia de mensagens criptografadas, é muito complexo ler as mensagens de todos os usuários. Além isso, o grande apelo desses apps foca na questão de privacidade para o usuário, algo que as big techs não devem abrir mão.
Em uma carta aberta escrita pelo WhatsApp e Signal no último mês, as companhias entendem que "se implementado como está escrito, o Ofcom pode tentar forçar uma varredura proativa de mensagens privadas em serviços de comunicação criptografados de ponta a ponta, anulando o propósito de criptografia e comprometendo a privacidade de todos os usuários".
Caso o projeto siga adiante, é provável que mensageiros como o WhatsApp saiam do país. Em um comunicado ao jornal The Guardian, o diretor do aplicativo, Will Cathcart, comenta que 98% dos usuários da plataforma estão fora do Reino Unido.
“Eles não querem que reduzamos a segurança do produto e, simplesmente, seria uma escolha estranha para nós reduzirmos a segurança de uma forma que afetaria esses 98% dos usuários”, disse Cathcart.
O governo do Reino Unido já está ciente dessa possibilidade, e internamente há o entendimento que as declarações prévias não são apenas um blefe. A proposta, todavia, vem sendo trabalhada desde 2019 e conta com mais de 250 páginas. Caso seja implementada, os apps terão que desenvolver novas tecnologias para entrar em conformidade com a lei.
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