A obra “Théâtre d’Opéra Spatial” foi a grande vencedora do concurso de arte da Feira Estadual do Colorado, nos Estados Unidos, na categoria de artistas digitais emergentes. Mas a premiação, entregue no início de setembro, causou polêmica, já que a peça não nasceu das mãos humanas, sendo gerada por uma ferramenta de inteligência artificial (IA).
Para criá-la, o designer Jason M. Allen recorreu ao Midjourney, programa que usa algoritmos treinados com fotos da web para gerar novas imagens. Ele precisou apenas descrever que tipo de obra de arte desejava para que o software realizasse o trabalho, em segundos.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
O mecanismo é basicamente o mesmo encontrado em outras ferramentas de IA que transformam texto em imagem, como o Dall-E, desenvolvido pela OpenAI, e o Imagen, do Google, que exigem somente uma descrição textual para criar. A Meta também tem um app semelhante, o conceito Make-a-Scene.
A obra "Teatro da Ópera Espacial" foi criada pelo programa Midjourney, a partir das instruções de Allen.Fonte: Wikimedia Commons
Allen começou a utilizar o Midjourney recentemente, criando diversas imagens, que chamaram a sua atenção pelo nível de realismo. Ele não revelou qual texto digitou para criar a obra vencedora do concurso de arte, que lhe rendeu US$ 300 (R$ 1,5 mil pela cotação do dia) e uma medalha.
“Morte da arte”
As polêmicas em torno do prêmio dado à obra de arte criada por IA começaram logo após a divulgação do resultado. Não faltaram críticas ao uso da tecnologia nas redes sociais, com alguns internautas afirmando que quem utiliza o recurso não pode ser considerado um artista.
Também houve quem dissesse que estamos assistindo à “morte da arte” e outros acusando Allen de plágio, devido ao programa se basear em outras imagens para gerar uma nova. Sobre as críticas, o vencedor afirmou não ter enganado ninguém, pois desde o início informou como o trabalho foi feito, e que não iria se desculpar por nada.
Fontes
Categorias