Um fato que já se tornou proverbial entre os usuários do Google Chrome é a forma voraz como esse navegador devora memória RAM em qualquer tipo de plataforma, de desktops a Chromebooks. Se você for daqueles usuários que têm o hábito de conferir o gerenciador de tarefas, vai se assustar com a quantidade de ícones do Chrome na fila da memória.
O mais curioso é saber que o navegador da Google funciona desse jeito mesmo, e o motivo é a forma usada pelo Chrome para proteger os processos do navegador. Assim, se você abre a caixa de pesquisa na guia vazia, você já tem dois processos do Chrome em execução, cada um utilizando sua própria memória.
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Fonte: Jerry Hildebrand/ReproduçãoFonte: Jerry Hildebrand
Se abrirmos outra guia, já serão três. E se abrirmos mais dezenas de guias (e quem não?), já serão dezenas mais um de processos, cada qual funcionando de maneira semi-independente e consumindo um pouquinho de memória RAM para si, sem contar o que é consumido para manter o aplicativo funcionando.
Mas a coisa não para por aí, pois cada extensão abre um novo processo. O Chrome faz um pré-carregamento violento de páginas da web para que sua navegação seja rápida e agradável. Quando essas páginas estão abertas, geralmente "vaza" mais memória, o que significa que você estará consumindo mais RAM até fechá-las.
Algumas boas notícias sobre o Chrome
O Chrome foi um dos primeiros navegadores a executar cada guia aberta de forma independente que, por sinal, não pode se comunicar com outra guia sem que isso passe por você. Embora todas utilizem um conjunto compartilhado de recursos, para barra de endereços ou favoritos por exemplo, o conteúdo individual da guia é colocado em uma sandbox segura e neutra que atua como uma versão autônoma do Chrome.
No entanto, essa comilança de memória tem a sua parte boa. Um site malicioso não consegue enxergar o que está se passando em outra guia, tipo o seu banco ou o seu e-mail. O que você digitar em um site não será igualmente compartilhado em outra aba. E um detalhe importante para quem trabalha online: se um site travar, geralmente ele não derruba as outras guias com ele.
Quando você abre uma aba mais específica, como o YouTube, a renderização de vídeo usa sua unidade de processamento específica para atividades gráficas, ou seja, tudo isso consome tempo da CPU, leitura e gravação do disco e recursos de rede sempre que você muda de guia ou atualiza uma página.
Fonte: Google/DivulgaçãoFonte: Google
O Chrome está mudando?
Finalmente, há uma esperança: na última atualização do Chrome, a de número 87, em novembro passado, as equipes do navegador começaram a mencionar a questão da velocidade e do consumo de memória, trazendo a suspensão das guias em segundo plano e um cache mais inteligente.
A nova versão do Chrome inicia até 25% mais rápido, carrega páginas a uma velocidade 7% maior e a priorização de guias promete uma redução de até 5 vezes no uso da CPU, além de estender o uso da bateria em 1,25 hora. Pode ser um bom começo!
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