O suporte ao Adobe Flash Player foi encerrado oficialmente no dia 31 de dezembro de 2020, mas nem por isso o plug-in deixou de ser utilizado. Na África do Sul, por exemplo, uma agência governamental que tem funções semelhantes às da Receita Federal brasileira precisou “ressuscitar” o programa para continuar a realizar seus atendimentos.
Com a ajuda de um mecanismo específico, a Adobe bloqueou a reprodução de conteúdos em Flash nos navegadores a partir do dia 12 de janeiro, evitando a sua utilização. E como o South African Revenue Service (SARS) não conseguiu migrar seus sites para HTML5 a tempo, precisou arrumar uma alternativa para receber as declarações de impostos online.
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A solução encontrada foi lançar um navegador próprio que reativou o suporte ao Flash, disponibilizado no dia 25 de janeiro. Batizado de SARS Browser, ele é uma versão bem simples do Chromium, projeto de código aberto usado pela Google com o Chrome.
O navegador alternativo da agência sul-africana só funciona no Windows.Fonte: ZDNET/Reprodução
De acordo com a agência governamental, o software alternativo deve ser usado por empresas e contribuintes que precisam preencher e enviar as declarações ao órgão, ficando disponível até a conclusão da migração para a nova plataforma. Outro detalhe é que ele só funciona no site do SARS, não servindo para navegação geral na internet.
Problemas de segurança
Mesmo atendendo aos contribuintes sul-africanos temporariamente, o navegador SARS não inspira muita confiança, de acordo com o ArsTechnica, pois instala um plugin problemático no computador do usuário e parece não ter sido criado no país.
A análise do arquivo changelog.txt aponta que ele seria fruto do trabalho de cinco desenvolvedores da Rússia. A publicação relata ainda a possibilidade de que ele seja um navegador russo funcionando em modo quiosque, adaptado para atender ao público local.
Outro problema é que ele só funciona no Windows, deixando usuários de Mac e Linux sem acessar o sistema, precisando recorrer a emuladores de Flash como o Ruffle.