Bertolt Meyer é um psicólogo que gosta de brincar de DJ nas horas vagas. Recentemente, o DJ amador descobriu uma forma de controlar a música que cria usando seus próprios pensamentos. Para isso, Meyer adaptou um equipamento em sua prótese, que transforma os impulsos elétricos usados para controlar sua mão mecânica em comandos que modificam a batida da música gerada no sintetizador.
Meyer nasceu com uma deficiência física e, por isso, usa um braço robótico, com uma mão que pode ser controla por meio de impulsos elétricos que são captados diretamente na extremidade de seu membro incompleto. O problema é que, por mais que sua mão “biônica” seja moderna, ela não tem precisão que chega perto de uma mão humana de verdade, o que dificulta para Meyer controlar o sintetizador, cheio de botões pequenos e que precisam ser manuseados com sutileza.
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Meyer controlando o sintetizador a partir de sua prótese. (Fonte: YouTube/Bertolt Meyer/Divulgação)Fonte: YouTube/Bertolt Meyer
Sabendo que o sintetizador modular é controlado por comandos que usam tensão em uma faixa que vai de zero a 10 volts, Meyer concluiu que se ele aplicasse essas tensões diretamente aos botões, ele poderia controlar o sintetizador sem tocá-lo fisicamente. A ideia era adaptar um equipamento que levasse os impulsos elétricos de seu braço mecânico até o sintetizador.
Agora, o problema seria gerar sinais elétricos com a voltagem necessária para que o sintetizador modular os reconhecessem como comandos válidos.
Criando o “SynLimb”
Meyer encontrou em sua casa uma estação de áudio analógico, da KOMA Electronik, que serviu como circuito amplificador de sinais elétricos, com tensão entre zero e 5 volts.
Com a ajuda de seu marido, Daniel, e o técnico Chrisi, da KOMA Electronik, Meyer criou o “SynLimb”, um protótipo de circuito adaptado à sua prótese, que pode ser ligado ao sintetizador por meio de dois cabos.
Agora, o SynLimb é capaz de captar os impulsos elétricos (gerados no cérebro) diretamente a partir do membro incompleto de Meyer, e transformar esses sinais em comandos com as voltagens corretas, que são aproveitados pelo sintetizador modular. Dessa forma, Meyer consegue modificar a batida da música por meio de seu pensamento. E ele diz que é tão natural que ele não precisa fazer esforço algum.
Chrisi, da KOMA Electronik, foi o responsável por finalizar o circuito que fica preso à prótese, enquanto Daniel (marido de Meyer), imprimiu em 3D um adaptador que fixa o circuito à base anexada na prótese.
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